quinta-feira, 1 de junho de 2006

Trote do mal...

Todo trote é desagradável. Seja ele de que tipo for.
Mas tem coisas que fazem a gente pensar se não estamos precisando de medidas extremamente drásticas nesse país.
Na madrugada de segunda para terça-feira meu telefone tocou às 2 da manhã. Demorei a perceber que estava tocando e a primeira ligação caiu na minha secretária eletrônica, mas a pessoa não deixou recado.
Logo em seguida o telefone toca novamente e desta vez me levanto, meio grogue, para atender. Alguém que se identificou como algum tipo de autoridade me disse que meu telefone foi encontrado no celular de uma pessoa envolvida num acidente envolvendo 4 carros. Aí passou a me perguntar quem eu conhecia que poderia estar na rua àquela hora.
Eu disse que ninguém e comecei a fazer perguntas à pessoa, que respondia de modo evasivo. Acabou me dando algumas informações que não batiam em nada, mas o pânico de um acidente às 2 da manhã, obviamente me deixou meio descontrolada. A pessoa não se identificou, não identificou os "acidentados" e acabou desligando, sem me dar nenhuma informação que prestasse.
Imaginei imediatamente que poderia ser um trote. Mas sempre fica a dúvida: e se algum amigo meu está machucado em algum lugar?
Pensei em acordar todo mundo prá ver se tinha alguém na rua, mas achei um pouco irracional. Acabei ligando no 190 e o policial me disse, imediatamente, que se tratava de um trote. Me disse que ligam de dentro das penitenciárias, de celular, tentando assustar as pessoas para de alguma forma, tirar dinheiro delas.
Essa pessoa que me ligou teve o azar de topar com alguém que não responde a nada a não ser que tenha certeza de quem é o interlocutor. Ele me disse que os carros envolvidos no acidente eram 4 (um gol, um palio, um corsa e um ka, os mais comuns que se tem por aí), nesse momento eu poderia ter relacionado um dos carros com alguém que eu conhecia e mordido a isca dos bandidos.
Ao invés disso, só fiz perguntas e nada do que ele me dizia batia com ninguém do meu círculo. Ele ainda me perguntou se eu não tinha uma irmã, ou uma sobrinha, que eu não tenho, e quando viu que não conseguiria me enganar, acabou desligando.
Mulheres, esse é o resumo: Nunca passem nenhuma informação a ninguém pelo telefone. As autoridades nunca ligam para ninguém sem, de imediato, lhe darem a certeza de que são quem são. Nunca, em hipótese alguma, identifiquem-se ou identifiquem qualquer pessoa próxima pelo telefone. Sempre duvidem. Se for um amigo ou parente seu no acidente a primeira coisa que o policial vai lhe informar é a identidade da pessoa acidentada. E, ainda assim, faça perguntas para que você tenha certeza de que o policial está mesmo próximo da pessoa. Os bandidos, quando ligam, não estão com ninguém da sua família, toda a informação que eles tiverem é você mesma que vai fornecer.
Muito cuidado!