segunda-feira, 23 de março de 2015

Saldo da semana...

Aí resolveram protestar no domingo passado. E eu fiquei vendo aquilo e chorando de apreensão. Nenhum outro sentimento, só apreensão. Veio na sequência a semana do aniversário da morte do meu pai e do que seria o aniversário de 62 anos dele. Fiquei extra sensível e cometi um erro irreparável: resolvi tentar entender o que está acontecendo no País, principalmente entre os dois "lados" políticos que se instalaram.
Conversei com os petistas (só gente que eu conheço e respeito), li um monte de coisas, fui atrás de descobrir outras e o saldo foi nível de stress aumentado, mais pesadelos que o normal (eu tenho muito pesadelo) e uma sensação horrível de "não vou conseguir sem meu pai, e agora????" Perda de tempo e da minha energia que é tão necessária em outras áreas da minha vida.

Portanto, a exemplo do governo que ligou o foda-se e não está nem aí para o que ninguém está dizendo, vou fazer o mesmo. É muita gente louca, desinformada, equivocada e inepta em ambos os lados. Mal sabem os brasileiros que cada lado tem vários lados. E todo mundo acha que está com a razão.

Ou seja, ninguém está.

quinta-feira, 19 de março de 2015

1095 dias sem meu pai...

Hoje está sendo um dia duro. Hoje é o aniversário de três anos da morte do meu pai. Três anos que eu me emociono com a chamada do Esporte Espetacular, porque me lembra ele. Três anos que eu fico indagando toda vez que eu vejo aquelas lonas de jogo de futebol, que de longe parece que tá de pé, se eu ia conseguir convencê-lo de que aquilo é uma lona no chão. Ele tinha certeza que era um objeto tridimensional. Três anos que me faltam conselhos e uma luz por onde me guiar... Três anos.

É muito estranho pensar que, da primeira vez que o povo encheu as ruas em 2013, meu pai já havia morrido. Domingo, dia 15, chorei ao ver aquele mar de gente na televisão. Não porque achei o protesto lindo, mas porque eu precisava muito que ele estivesse aqui para me ajudar a passar por esse momento difícil do país com um pouco menos de medo. Fico imaginando quais seriam as teorias... Meu pai ouvia tudo que é noticiário e era cheio de teorias. Tenho certeza que ele teria pontos de vista bem interessantes.

Ele estaria bem orgulhoso de mim por ter parado de fumar. Isso eu tenho certeza. 425 dias sem fumar. Tenho que admitir que não mudou muita coisa no meu cotidiano não. As pessoas não acreditam, mas é verdade, eu não sentia loucamente os efeitos dos meus cigarros. Claro que o mal estava sendo feito, mas eu não sofria. O que mudou demais, e me deixou bem feliz, é que antes eu tinha que usar desodorante intravenoso. Tirava a roupa no fim do dia e tinha vontade de incinerar, por causa do cheiro forte de suor. Não de cigarro. De suor. Era bem complicado, e eu achava que o problema era eu, afinal, comecei a fumar com 16 anos.
Não era. O lixo que o cigarro acumulava no meu corpo fazia meu suor feder. É muito louco. Hoje eu tiro uma blusa que eu usei num dia inteiro de verão e ela só tem o cheiro do perfume que eu passei de manhã. Virei a pessoa mais cheirosa do universo! Hehehehehehehehe

Papito estaria bem orgulhoso disso.

Se estivesse aqui, ele teria sofrido mais duas perdas grandes, dos grandes amigos Ed e Siqueira que morreram logo na sequência. Uma coisa mais louca ainda. Isso teria sido bem pesado para ele. Sorte dele que não precisou viver esse sofrimento. Se é que se pode chamar isso de sorte. Se ele estivesse aqui talvez eu não estivesse agora sentada no caixa da minha própria loja, provavelmente não. Se ele estivesse aqui, eu teria ido com ele para o casamento da minha amiga Vivian em Londres. E quem sabe muita coisa diferente estivesse acontecendo agora...

1095 dias sem meu pai. Dia 22 desse mês ele faria 62 anos.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Música ou bunda?

Música é uma questão de gosto.

Dito isto, nem vou falar do tipo de música que eu gosto aqui, porque esse não é o intuito desse texto. Mas todo mundo que me conhece sabe que eu gosto prá caramba de música.
Recentemente tenho sido vítima de uma seleção musical de terceiros. Hehehehehehe. À minha total revelia, estou sendo obrigada a ouvir algumas coisas diariamente, com direito a diversas repetições no mesmo dia. E passei a indagar algumas coisas...

O que aconteceu com a música pop?
Nunca gostei do Michael Jackson, mas ele era muito melhor com uma única música do que todo esse lixo que eu ando ouvindo aqui junto! Até da Whitney e da Mariah eu estou sentindo saudades... (brincadeira, Mariah já nasceu chata, sem chance).

Porque todo mundo resolveu que precisa gritar?
Foi o American Idol que fez isso? Para ser "a voz" tem que alcançar 6 oitavas para cima? Meus deuses, que coisa chata do caramba. Não tem mais música, só grito.

Piores momentos:
Assiste aí. I dare you... Hauhauahuahuahuahauh


E o falsete do Adam Levine? Agora é tudo com voz de castrati e alguém precisa dizer para ele, pelo amor dos deuses, que é chato e que ele desafina. Que carma! (E eu não acreditei nem por um momento que o casamento era de verdade, me poupe!)


Ainda falando dos meninos... Enquanto elas gritam, eles são melosos e chatinhos. Muuuuuito melosos e muuuuuito chatinhos. Dá um misto de preguiça, sono e embrulho no estômago.




Last, but not least, aquela pentelha que não mostra o rosto e coloca uma pobre duma criança para ficar fazendo uma coreografia bizarra no vídeo. Admito que a música não é péssima, mas é que nem a berrenta da Florence, uma vez tá bom, né? Como sou obrigada a ouvir 5, 6 vezes num dia, já era. Bode total!!!!



Aliás, essa é minha última "indagação". Quando a música pop era boa a gente não ouvia o dia inteiro no rádio? Um milhão de vezes por dia? Não dá mais não. É tudo fabricado para vender e não tem mais alma, só corpo. Inclusive, corpo é o que não falta. Parece que tão vendendo bunda, não música.

Vai ver é isso mesmo e eu que entendi errado...

P.S. Quem quer contar comigo quantos meses leva para essa aqui aparecer bem magrinha???


segunda-feira, 9 de março de 2015

Com Dilma ou sem Dilma...

Ok. Não sou politizada, muito longe disso. Então não finjo que sei do que estou falando quando o assunto política sai da seara dos achismos e apresenta alguma propriedade. Mas também não sou burra, e entendo um monte de coisas.
E o que está me aborrecendo é a divisão completamente maniqueísta que se instalou nas pessoas. Por conta do pronunciamento de ontem (que eu não vi) e do consequente panelaço (que eu não ouvi), as pessoas estão se engalfinhando novamente nesta segunda-feira. E isso nem é o pior. De um lado "defensores do povo" chamando os outro de burgueses, elite branca, malandros da sacada gourmet e por aí vai. Do outro, pessoas que estão mesmo destilando ódio por todos os lados e que querem se livrar de uma governante a qualquer custo. E as farpas estão voando soltas!!!

Não sei se acabar com a figura de Dilma na política vai resolver alguma coisa. O PT não vai junto. Não temos uma segunda opção que se preze. Só que a mulher não ajuda e fala cada vez mais bobagem. Não consigo entender o que aconteceu com ela.
Ouvi muita gente dizer que o povo reclama da roubalheira dos políticos mas sonega imposto, joga lixo na rua, falsifica documento, compra CD pirata, e a lista segue. Concordo que toda mudança significativa começa dentro de cada um, mas o que uma coisa tem a ver com a outra?
Também se intensificam as campanhas para o povo ir para a rua dia 15. Para quê, exatamente? Até hoje não entendi as manifestações todas de 2013. O gigante acordou, entupiu a Paulista por uma semana, e mudou o quê? Dilma não foi eleita do mesmo jeito? As promessas que ela fez não continuam caindo por terra uma por uma de qualquer jeito?

Fico bastante incomodada com a miopia de ambos os lados. Até porque, o povo deveria ser um só, com objetivos comuns. Mas se um lado prega o ódio contra a presidente e seu partido, o outro inventou um tal de ódio da elite branca. Eu li que os ricos estão indignados com um governo "que defende os pobres contra os ricos". Como é que é? Agora tem que defender uma parcela da população da outra? Juro que não só não entendi o conceito, como me incomodou bastante. Achei que a tarefa era defender as pessoas de bem dos bandidos. Só que tá difícil de saber quem é quem, admito.

Não me considero elite branca, mas devo estar sozinha nessa. Nunca tive nada contra pobre e quero mais é que todo mundo tenha muito dinheiro para gastar mesmo. Acho que as pessoas deveriam parar de apontar dedos para um "inimigo" genérico, levantar a bunda e fazer sua parte. Acho esse governo paternalista e não concordo com isso. Dinheiro, cada um tem que ir atrás do seu, governo tem que dar saúde, educação, segurança. Retorno pelos impostos pagos. E é exatamente isso que está faltando.

Com Dilma ou sem ela.



terça-feira, 3 de março de 2015

Tudo para dar errado...

Como já diria o bom e velho Marshall, "o meio é a mensagem". E lá vou eu elucubrar novamente sobre os fenômenos do Facebook, não tão bom e nem tão velho.
Acho que muita gente da minha idade passou, pendendo para um lado ou para outro, os perrengues da explosão da informação. Eu, que caí na bobagem de querer ser jornalista e verbalizei isso para o mundo, passei muito tempo ouvindo do meu pai "mas você sabe o que está acontecendo no Kwait, não sabe? Não??? Você não viu no jornal???? Como você não vê jornal???? Que raios de jornalista você vai ser?????". Ao que eu sempre respondia: quando foi a última vez que você leu um livro, papito?
Para mim, opinião pessoal claro, cultura sempre foi mais importante que informação. É claro que não adianta ser culto e alienado, mas sempre achei um absurdo uma pessoa ter a necessidade de saber tudo que está acontecendo, o tempo todo.
Primeiro porque é impossível. Segundo porque é inútil. Terceiro porque enlouquece,
E é desse último efeito que eu tenho medo com a facebookização da vida. As pessoas ficam trocando "informação" a uma velocidade monstro e a leitura das janelinhas (porque eu tenho uma desconfiança razoavelmente forte de que a maior parte não lê o texto todo nunca), vai criando um monstro na cabeça das pessoas.
Por exemplo: se eu for acreditar no meu Facebook, ou no que ele me alimenta diariamente, as pessoas estão cada vez mais maltratando os animais, ou seja, estão piorando; os governos estão cada vez mais roubando nosso dinheiro na caruda, ou seja, nossa vida está piorando; as mulheres agora, além de tudo, têm que passar por horas de parto normal para serem mães de verdade, ou seja, eu que tenho um medo danado de sentir dor estou piorando; e todos os meus amigos vão para o exterior a cada seis meses e são felicíssimos, ninguém mais tem problemas, ou seja, minha vida tá uma bosta!
Tenho que admitir que faço uma força danada para não acreditar. Para exercer um direito que nunca foi tão importante na vida como agora, o direito de filtrar o que me serve, o que me parece real e coerente. Tenho que admitir também que continuo um pouco "alienada", no mesmo sentido que meu pai acreditava que eu fosse. Não fico lendo notícia toda hora. Não sei exatamente a cotação do dólar. Não acreditei no discurso da mulher antes, então não estou tão chocada agora. Mas os ciclos são muito maiores do que se imagina e a catástrofe que tantos temem tanto pode estar sendo construída exatamente pelo medo da catástrofe e não por esses "pedaços" de tragédia.
Filtro. Muita gente não tem e isso me preocupa bastante. As prioridades estão tão confusas que eu não vejo nenhum tipo de denúncia de verdade na rede há muito tempo. A preocupação agora é com a Copa Davis dos partidos, quem come carne e quem não come e a cor do vestido.
Não tem tudo para dar errado?