segunda-feira, 26 de março de 2012

Vida, vida...

Vida: que turbilhão de coisas que acontecem... Fomos pegas de surpresa com a extinção da vida de uma das pessoas mais queridas da família. Vou contar a sua história: em 1972, quando eu tinha 10 anos, minha única irmã, mais velha 8 anos, foi fazer um curso de datilografia. Lá na "escolinha de datilografia da Dna. Cecília", como era conhecida no bairro, minha irmã conheceu seu namorado, que era filho da Dna. Cecília, e, depois de 5 anos de namoro mais noivado, se casaram. Teve almoço de noivado e tudo mais, com as mães colocando as alianças nas mãos direitas dos noivos, foi muito bacana!
O casamento foi como mandava o figurino e como estávamos na década de setenta meu cunhado se casou num lindo smoking verde petroleo de veludo, afinal estávamos no mês de julho. Até esse casamento acontecer as famílias ficaram super amigas: a irmã de meu cunhado tornou-se minha melhor amiga, mesmo a gente tendo dois anos de diferença, o que para adolescente é demais!, eramos inseparáveis! Noitadas jogando buraco, 21, batendo papo. Infelizmente nesse meio tempo o pai de meu cunhado faleceu e o casamento aconteceu sem a presença dele.
Depois de um ano de casados em 1978, nasceu minha sobrinha mais velha. Dois ou três meses antes disso fui morar com minha irmã e meu cunhado para ajudar a cuidar da bebê! Nossa que emoção: tentava fazer tudo certinho para os dois não terem trabalho, pois todo mundo trabalhava e eu só estudava. Depois que minha sobrinha nasceu, fiquei mais uns dois ou três meses, acho, meus amigos de colegial e meu namorado da época iam me visitar e visitá-la. Ela era uma bebê maravilhosa, bem humorada e brincalhona. Depois de 5 anos nasceu meu sobrinho, minha Nossa Senhora, que bebezão! Todos achavam que ele estava no berçário por engano. Foi um bebê lindo, preguiçoso, acho que começou a andar com quase dois aninhos, ai também não parou mais: subia nos móveis, adorava uma bagunça, mas infelizmente eu não pude participar muito da infância e adolescência dele, pois já estava casada, terminando a faculdade e trabalhando muito. Sempre que podia ia busca-lo na escola, tentava participar de sua vida, mas ele sempre foi mais arisco...
Assim, a relação entre meu cunhado e eu foi se firmando como podíamos. Ele e minha irmã se separaram, depois que meu pai faleceu, e ele foi ficando cada vez mais distante do lado de cá da família.
Mesmo assim eu insisti e sempre que podia trazia meus sobrinhos pra perto de mim, de minhas filhas e de tudo que eu podia oferecer, nunca foi muito, mas era o que eu tinha... AMOR
Acho que esta tudo certo: hoje vejo meu cunhado como um irmão mais velho que sabe, mas não se intromete, quer se impor, mas se contem, gosta sem demonstrar. Sabe os irmãos de antigamente...
Mesmo ele não falando e pouco demonstrando nunca vou esquecer das conversas, dos conselhos até das discussões, tudo fez parte de nosso crescimento e esteja ele aonde estiver ele sabe o quanto o considerei e o quanto gostei e tentei deixar o fardo um pouco mais leve...
(Uma singela homenagem a Janio Carlos Mikowski)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Nunca fecha...

Nem vou reclamar. Só reconhecer o que todo mundo sabe mas esquece o tempo todo: a vida é muito fugaz. Acho que esquecemos disso porque passamos tanto tempo na mesma rotina, fazendo a mesma coisa, com a mesma energia, que tudo parece entalhado em pedra. (Cuidado... É aí que temos que acordar... Sensação de que a vida é sempre a mesma é desperdício do pouco tempo que temos na Terra.)
Há pouco mais de 30 dias escrevi aqui que voltava à minha luta contra o cigarro. E, naquele momento, achei que esse seria mesmo meu maior problema pelos próximos meses.
Alguns dias depois desse post, meu pai se internou em um hospital em São Paulo e está lá até agora. Volto a escrever porque ele está apresentando melhoras consideráveis depois de mais de um mês de UTI, entubação, sedação, e um risco de morrer que não gosto nem de pensar.
O cigarro voltou rapidinho para a minha vida, claro. Sem condições nem vontade de passar esse perrengue no "seco". Segurei firme as pontas até esse fim de semana, quando ele finalmente saiu da UTI. O stress de tantos dias cobrou sua conta e passei dois dias prostrada. Já estou melhorando também, mas a linha é tênue, e eu posso senti-la. Então tenho que tomar cuidado. Como me disse uma amiga muito querida, e que está a milhas de distância mas encontrou tempo para me ligar e levantar um pouco meu astral: "cuide de si".
E falando em amigos, eu afirmei uma vez a um deles que a conta nunca fecha. E é verdade. Temos perídos melhores e piores. Períodos de tempestade e calmaria. Mas fechar mesmo, ficar tudo bem e equilibrado na vida, isso não acontece nunca. Melhor acostumar com a ideia porque o sofrimento é menor.
Quando não é o emprego, é a vida afetiva, quando não é esta, é a familiar, quando não é isso é a saúde, ou problemas com algum amigo.
E é assim mesmo. Às vezes mais, às vezes menos. Só nunca fecha.