quarta-feira, 27 de junho de 2012

Órfã aos 33. Meu avô

Vir de uma família muito pequena faz com que o peso da falta de cada um que se vai seja sempre muito grande, enorme. Quando meu avô morreu, o primeiro da minha família imediata a falecer, eu tinha uns 15 anos e me lembro que levei muito tempo para entender o que tinha acontecido. Somos uma família de mortes quase abruptas, pelo menos na minha "gestão" e meu avô, que aparentemente não tinha nada e era um homem muito forte, sofreu um ataque cardíaco fulminante numa noite e simplesmente morreu. Ele e minha vó moravam sozinhos na casa da praia que era o sonho dele. E ela acordou para encontrá-lo no meio da cozinha, já frio.
Lembro que eu tinha uma prova no colégio aquele dia, um sábado. Acordei com os berros da minha mãe na sala. A confusão era geral porque minha vó, muito nervosa, não conseguia dizer direito o que estava acontecendo. Meu pai pegou o telefone e conseguiu convencê-la a chamar um vizinho. Aí soubemos que meu avô tinha falecido à noite.
Os "adultos" começaram a se movimentar para tomar as providências necessárias e eu pedi ao meu pai que me levasse à escola para fazer a prova, afinal, "eu já tinha estudado mesmo". A mensagem simplesmente não tinha chegado ao meu cérebro ainda. Só quando eu cheguei à escola, quase na porta da minha sala, que eu encontrei um amigo no corredor (um dos meus "meninos", da minha turminha, que conhecia meu avô) foi que eu desatei a chorar. Abracei esse amigo e disse: meu avô morreu.
Fui à sala fazer a prova mas mal conseguia controlar as lágrimas. Uma amiga disse ao professor o que tinha acontecido e, se não me engano, ele me deu uma nota qualquer, mesmo eu não tendo escrito nada.
Lembro bem também de um grande amigo do meu vô, que chamávamos de Tio Durval, chorando copiosamente do lado de fora da sala do velório. Meu avô, assim como meu pai, era um grande homem, muito amado por muita gente.
Eu era muito ligada ao meu avô. Como a mais velha da minha geração, tive a sorte (puramente cronológica) de ter convivido mais tempo com ele. Antes de morrer, Edie estava me ensinando a andar de moto. E eu estava namorando escondida dele, porque ele não iria gostar.
A perda me foi doída. Mas foi algo que ficou como uma perda "normal", apesar de tão abrupta. A gente sabe que vai perder os avós. É natural. Só que meu avô era o centro da minha pequena família. Juntar todo mundo quando ele estava vivo significava uma reunião de 15 parentes de sangue, mais agregados. Muita coisa se perdeu com o Zibão (apelido do meu avô, que tem o sobrenome Zibellini). E muita coisa nunca mais foi a mesma.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Post de sexta-feira...

Acaba que eu escrevo praticamente só às sextas-feiras... Não tem motivo. Acontece.
Claro que nem deu tudo certo com a mudança. Quer dizer, deu e não deu. Era para uma mudança sair de manhã e a outra chegar à tarde. Faz sentido, não? Então, às sete e meia da matina o caminhão de SP chegou. Sem comentários.
Agora está tudo empilhado lá em casa, como eu já sabia que seria, e eu não vejo a hora de me mudar. Mais alguns meses e eu devo estar no meu apartamento novo lindo. E todas essas mudanças, forçadas ou não, estão me deixando com uma vontade louca de tocar o terror, causar uma revolução, ficar meio doida.
Mas como eu sou eu, vou ter que dar umas planejadas antes... huá!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Nada para fazer...

Tô numa vontade louca de não fazer nada. Essa vontade se instalou em mim já há algum tempo e quanto mais ela se agrava, mais coisas para fazer me aparecem. Pedi demissão essa semana. Vou ter que cumprir aviso prévio (blah!). Enquanto isso um monte de coisas continuam acontecendo. Vem mudança de SP para cá. Tenho que mandar alguns dos meus móveis para uma cunhada. Uma coreografia que, se der errado, pode causar entupimento do meu apartamento, ou uma noite sem geladeira. Porque, nesses casos, ou dá tudo certo ou dá tudo muito errado. E eu quase já não sou ansiosa, né? Hehehehehehe.
Creio que domingo, quando estiver tudo meio "acabado", estarei melhor. Mas aí vem a segunda feira e o segundo de quatro rounds de aviso prévio. Não queria ficar sem trabalhar, mas o lugar em que eu estou hoje já deu. Queria descansar um pouco, mas não queria ficar sem trabalhar. Queria que desse tudo certo e eu só arrumasse o emprego mais legal do mundo quando eu precisasse mesmo voltar a trabalhar. Não tô pedindo muito, tô? (eu sei, o mundo não funciona bem assim).
Eu, que normalmente adoro as sextas-feiras, tenho tanta coisa para pensar esse fim de semana que tô meio overwhelmed. Eu fico assim de vez em quando. E aí a ansiedade toma conta.
O remédio? Enquanto eu não penso em nada melhor, buteco no fim do dia que ninguém é de ferro...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dia dos namorados

Eu sei, foi anteontem, mas passei os últimos dois dias cuidando do meu amor que pegou uma dor de garganta daquelas, com direito a febre e tudo. Então o romantismo ficou meio atrasado, give me a break...

A gente deixa muito a vida passar. Deixa demais o dia a dia tomar conta das nossas emoções que acabam se tornando robotizadas. Nisso tudo, vai-se a alegria, o calor e a magia. Meu amor e eu nos conhecemos em uma baladinha, e ele me escolheu. Confesso que no começo não fui muito acessível, fui até meio má, acho que eu não estava pronta. Ele insistiu e me cercou e acabou me conquistando, irrevogavelmente.
Tivemos problemas, claro, quem não tem? Mas hoje, quase três anos depois, percebo que essa pessoa já é tão parte de mim que não consigo imaginar minha vida sem ela. Nosso cotidiano é de sorrisos infinitos. Nossas brigas todas têm um propósito. Nosso sonho é crescer juntos.
Depois da morte do meu pai, eu estava chegando em casa um dia e vendo as luzes apagadas percebi que meu amor ainda não tinha chegado. Naquele momento me dei conta do quanto teria sido impossível para mim sobreviver ao que estava me acontecendo sozinha. Ele foi a minha rocha, ele também sofreu muito (o que me fez amá-lo ainda mais, por perceber que ele também amava meu pai), e me apoiou o tempo todo. Tem me apoiado ainda com todas as coisas que devem ser resolvidas, incluindo embalar inúmeras mudanças. E tudo sem perder o sorriso que eu adoro e a risada que melhora meu dia sempre.
Nenhum relacionamento é perfeito. Temos nossos entreveros e sabemos que muita coisa ainda está por ser trabalhada entre nós. E sabemos também que muita coisa simplesmente ficou em suspenso por conta dessa perda tão irreparável que sofremos.
Mas temos um objetivo que é ficar juntos. Nos amar cada vez mais, nos enamorarmos um do outro tudo outra vez sempre que possível. Buscar soluções um para outro e cuidar, cuidar muito que esse mundo é muito cruel.

"Oh! Darling, please believe me
I'll never do you no harm
Believe me when I tell you
I'll never do you no harm

Oh! Darling, if you leave me
I'll never make it alone
Believe me when I beg you
Don't ever leave me alone

When you told me you didn't need me anymore
Well you know I nearly broke down and cried
When you told me you didn't need me anymore
Well you know I nearly fell down and died

Oh! Darling, if you leave me
I'll never make it alone
Believe me when I tell you
I'll never do you no harm

When you told me you didn't need me anymore
Well you know I nearly broke down and cried
When you told me you didn't need me anymore
Well you know I nearly fell down and died

Oh! Darling, please believe me
I'll never let you down
Believe me when I tell you
I'll never do you no harm"