quinta-feira, 28 de julho de 2011

Carta à minha dona

Minha querida dona,

Estou me sentindo tão abandonado! O que está acontecendo com a nossa relação? Um dia fui criado e, muito serelepe, achei que seria alimentado diariamente, com muito amor, carinho e atenção. Com o tempo, outros blogs até me avisaram que seria assim, passei a me contentar com conteúdos semanais e, às vezes, até mensais. Fingi que estava tudo bem e distraí minha solidão relendo conteúdos antigos. Muitos já sei de cor.
Aí veio a fase do “um por ano”. Quase morri de depressão! Como é que você pôde? Que jornalista em sã consciência acha que um blog sobrevive com um post por ano? Tá achando que eu sou imposto de renda ou seguro do carro? E os meus sentimentos? E as minhas páginas vazias ecoando o seu desprezo pelo espaço que tão altruístamente lhe entrego???
Ok... Passou.
Depois de tanto entoar os mantras do seu passado, minha dona, como que atendendo às minhas preces, você voltou. Mais assídua do que nunca, houve semanas que recebi mais de um post! Eu estava tão feliz. Achei que os bons tempos haviam voltado e que você havia percebido, como eu, que não podemos viver um sem o outro. Afinal, mais que um simples blog, sou seu confidente e arquivo indelével (pelo menos até o Google mudar de ideia) de suas aventuras e desventuras.
Voltei a ter o prazer de acompanhar sua vida de perto, como um bichinho que vai sempre com você, aonde quer que seja. Testemunhei alegrias e tristezas e como um bom cigarro, sempre lhe fiz companhia (não que exista cigarro bom, mas também acompanhei sua luta frustrada para se livrar dele e estarei aqui quando você tentar de novo).
Tudo estava indo bem quando, de repente, sem aviso nem sinal, você executa mais um truque de desaparecimento. Eu sei que faz só pouco mais de duas semanas, mas para mim isso já é uma eternidade. E o medo de você não voltar? De me esquecer e me deixar ao léu por meses a fio? Não. Tenho que me manifestar já. Até porque se você continuar brincando assim com minhas linhas posso um dia, simplesmente, ficar doente, perder toda minha programação e deixar de existir.

Ass. Quasi Perduta (seu blog)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Hoje nem posso assistir novelas...

Estava voltando do fórum do jeito que mais gosto: de ônibus elétrico, ouvindo rock and roll... De repente me deparo com uma cena que me provocou tamanha tristeza e sentimento de perda misturado com solidão.
Vi um casal se despedindo ou se encontrando na porta de sua casa, com abraços, beijos e sorrisos. Ai que saudade! Que saudade de amar e ser amada, de verdade. Tive um marido, durante 13 anos, que para mim, pelo menos durante uns 10 foram maravilhosos. A gente se beijava muito bem, transava muito gostoso e trabalhavamos muito, não tínhamos grana, mas eramos tão felizes... Que doía, doía nos outros pois levantou muita, mas muita inveja... E assim acabamos separados. Ele pagando algum tipo de penitência ao lado de uma mulher "opaca" e ainda se acabando vivendo mal a velhice, nem sei se é feliz...
Depois me encontrei com uma pessoa que que acreditei ser "o" amor de minha vida: doce ilusão! Mais decepções, lágrimas, tristezas e principalmente, desapontamentos.
O terceiro foi aquele que a Teresa aqui deu a mão, mas ele é casado e ai a coisa pegou. Eu não poderia destruir, ou pelo menos ter a sensação de contribuir para a destruição de um casamento, assim como o meu foi destruído. Não foi covardia não, foi uma imensa sensação de estar fazendo tudo errado. Ai resolvi fazer o certo, quase morri, mas me afastei.
Ai hoje, diante daquela cena, me acabei, quase paguei o mico de me verem dentro do ônibus chorando, lembrando, sofrendo... Por amor, o mais puro amor.
Assim, hoje nem posso assistir novelas, ver beijos, abraços relacionamentos amoros, senão eu sei que vou chorar e isso definitivamente eu não quero, só por hoje.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Candy, eu?

Outro dia estava tendo uma conversa com o meu amor, sobre a existência de demônios, que ele acredita e eu não. E eu disse a ele uma coisa que, no final das contas, é o resumo de tudo que eu vivo e acredito: o céu e o inferno são aqui mesmo, estão dentro de nós e cada um deve viver como quer que a vida o trate. Simples assim.
Aí estava lendo uma matéria sobre otimismo e como uma neurocientista israelense diz que otimismo demais também não é bom (http://folha.com/eq941968). Ela pode ter razão, e aí eu me coloquei a pensar se sou tão otimista assim. E cheguei à conclusão que não, tudo bem comigo (hehe).
Acho quase divertido como o ser humano precisa pensar sobre a vida e a felicidade. Como inúmeros pensadores já imprimiram seu ponto de vista à história como se fossem grandes verdades. Como os seres humanos funcionam em ondas e até a maneira de ver o que se quer depende do que está na moda.
Me considero uma pessoa equilibrada. Não estou buscando o ideal cinematográfico de felicidade. Eu brinco que o dia que tiver minha piscininha em casa estou bem, não vou precisar de mais muita coisa. Meu otimismo é balanceado, sem delírios de ambição.
Por isso não compreendo os desequilíbrios que levam o ser humano a precisar estudar tanto o ser humano. Se as pessoas não fossem loucas, tava tudo certo. Se o poder de apreensão e compreensão fosse igual para todo mundo, também.
Porque, no final das contas, dinheiro ajuda mas não constrói tutano. Tem que querer. E para contradizer a mim mesma, e citar um dos movimentos históricos, sou extremamente humanista. Acredito tanto no ser humano que sou capaz de ser até um pouco utópica. Mas isso também significa que acredito piamente na capacidade que esse mesmo ser humano tem para a estupidez pura e simples.

“You pretend you're high
Pretend you're bored
You pretend you're anything
Just to be adored”

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Schwarze

Uma segunda-feira que quase encaixa com o fim de semana meio triste, de cismar de ver jogo na televisão (coisa que eu quase nunca faço) e sofrer com as derrotas do país. Patriotismo que eu quase nunca sinto também. O resultado foi um afogar de mágoas que está complicando meu começo de semana.
Sonhei com uma pantera negra essa noite. Algumas maluquices completamente fora de lugar começaram a sessão do meu subconsciente, mas isso é normal. Em seguida veio o ambiente limpo, futurista, eficiente. E eu era algum tipo de carcereira de pessoas e criaturas que estavam fugindo não sei do quê. Optei por deixá-los livres, pessoas e criaturas, para que descobrissem que não havia como fugir, nem para onde. E percebessem que eu não faria mal.
Uma das criaturas era a tal pantera. Super negra e totalmente enorme que eu vi correr e voltar. E deitar-se aos meus pés como um gatinho pedindo carinho. Eu que estava cautelosa com ela entendi que, a partir daquele momento, ela era minha. Minha companheira e minha segurança. Minha força.
E me afeiçoei tanto ao bicho que me foi dolorido acordar, já saí da cama com saudades e estou com saudades até agora. Espero que ela venha novamente me visitar, nessa ou em outra noite.
Às vezes meus sonhos me trazem mensagens e ainda estou tentando descobrir empiricamente o que me trouxe a pantera. Da última vez que eu pedi orientação fui visitada por uma deusa negra, linda e muito grávida, em um cavalo branco. Ela me disse que tudo ia ficar bem, que eu faria as escolhas corretas, que eu estava gestando meu futuro.
Minha pantera também é negra como a noite. Minha força parece se manifestar dessa forma, fantasiada de obscura mas, na verdade, trazendo as imagens certas para me impressionar e fazer com que eu perceba a mensagem. É meu lado “mau” trazendo o melhor de mim para mim.
Mas, mesmo que eu não descubra o significado, o olhar daquele bicho, o pêlo macio, quente, sedoso e muito negro, e o peso e calor de algo tão poderoso deitado no meu colo, vão ficar comigo um pouco mais ainda. E são bem vindos.

“I see a red door and I want it painted black
No colors anymore I want them to turn black”

domingo, 10 de julho de 2011

Surpresa boa!

Há mais ou menos um mês atrás meu sobrinho me convidou para uma balada chamada "Energia na Véia"... Comprou o convite e me explicou que é a festa anual de uma rádio FM de SP chamada Energia 97.
Isso me levou de volta aos anos 80, quando minha turma de amigas e eu íamos as festas da rádio Jovem Pan e da TOCO. Os conjuntos e os DJ's se matavam literalmente para participar e nós, o público, nos acotovelavamos para assistir esses eventos que eram ma-ra-vi-lho-sos!
Dançavamos a noite inteira, madrugada a dentro, saíamos mortas de cansadas, mas extasiadas...
E assim foi ontem... Neste evento de nome engraçado com os DJ's tocando maravilhosamente as músicas mais dançantes de minha adolescência até meus trinta/quarenta anos. Relembrei os "passinhos" que fazíamos nas festas e casas noturnas que frequentavamos. Me diverti até perder as pernas, os joelhos e a dignidade, porém só sentei as 3 da manhã, quando já estávamos prontos para ir embora pois chegamos as 18:30 no sambodromo ...
O que mais me surpreendeu foi o público, tinha gente de 05 até 60 anos de idade, famílias, namorados, turma de amigos todos se divertindo muito mesmo. Isso tudo prova minha teoria que é a seguinte: as pessoas querem festas, eventos e qualquer outro tipo de entretenimento musical que tenha música boa para se dançar! Estilos variados, porém que tenham ritmo, que sejam dançantes. Por isso é tão difícil sair e dançar a noite toda até "morrer", o pessoal das casas noturnas demoram para perceber isso e os poucos que já perceberam cobram caríssimo para a gente participar...
Lembrei até do dia que levei minha sobrinha mais velha para sua primeira balada, na Overnight, que foi lembrada por um DJ, bem como foi falado das festas da Toco e tudo mais. Matei a saudade dessas baladas, mas nem pensem que é saudosismo barato, pois como disse essas festas são maravilhosas!
Obrigadissima ao meu sobrinho que desde sempre me garantiu que iríamos curtir de montão e foi a mais pura verdade!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma pausa

Algum tempo ausente, coisa que sempre me aborrece um pouco. Mas a vida da gente é assim, com ânsias que mudam de tempo e lugar a todo minuto. Antes soubéssemos como controlá-las.
Hoje, por exemplo, estou com a sensação de que fui dormir criança e acordei muuuuuito adulta (apesar de pessoas muito adultas não escreverem muuuuito adultas). Minhas amigas todas têm filhos. E falam sobre filhos. E as amigas das amigas falam sobre filhos. Meu pai quer um neto a todo custo. E eu nem gosto nem desgosto de filhos. Só acho, numa avaliação bem fria e “objetiva” que se passa muito tempo falando de filhos e pouco pensando no que se pode fazer para melhorar a vida deles no futuro. Não me refiro às amigas citadas, nem sei como elas estão criando os respectivos filhos. É só uma sensação generalizada de quem vê antas rematadas dando sukita na colher para bebezinhos que nem andam ainda.
Acho que as pessoas estão com muito medo de dizer não às crianças. E já que os filhos estão, aparentemente, no meu futuro próximo, fico com meu radar de jornalista tentando entender o que está acontecendo com mães e pais modernos, para misturar isso com meus valores, não repetir os erros de minha mãe e tentar traçar um plano. E quanto mais eu penso nesse plano, mais eu vejo o quanto ele é complicado.
E é aí que eu percebo que virei adulta. Uma adulta com um medo danado de só falar sobre filhos.

“I don't need no one to tell me about heaven
I look at my daughter, and I believe”