sexta-feira, 31 de outubro de 2014

À flor da pele

Todo mundo sabe que eu sou uma pessoa sensível (e para os que estão rindo, eu sou sim, tá? rs), mas ando com sei lá o quê à flor da pele! Tudo me emociona. Propaganda com pai e filha (aliás, vários tipode de propaganda), música com mais de três anos de idade, qualquer bicho ou criança judiada no Facebook (esses são os piores, tô tendo que bloquear um monte de coisas...) e até coisas que eu mesma escrevo andam marejando meus olhos de quando em quando.
Deve ser hormônio já que toda hora eu troco os meus, mas tô meio sacuda.

Queria tanto não dar bola para nada só por um tempinho...

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

PT e seus ptzetes (arre égua!)

E eu tava na minha, né? Tava bem quietinha, salvo um ou outro escorregão, eu não estava me "envolvendo" na politicagem facebookiesca porque, apesar de não ter votado na Dilma, estava numa posição de respeito a todas as opiniões. Mas até o filho do Buda uma hora há de perder a paciência, e eu perdi a minha. E cheguei a uma conclusão:não há nada mais chato que o petista médio atual!!!

Tava tudo bem até domingo. Afinal, nada estava decidido ainda e era mesmo papel de todo mundo tentar convencer mais pessoas a ir para o "seu lado". Chatos por chatos, tava todo mundo chato igual, e é isso aí mesmo.
Aí veio a segunda-feira e, claro, a repercussão. Normal também. Foi farpa para todo lado e, entre mortos e feridos salvaram-se todos, menos algumas amizades. Mas cada um cuida da própria vida e decide o que quer, certo?
Hoje é quinta-feira e absurdamente os petistas continuam tentando "convencer" outras pessoas da "legitimidade" da sua vitória e, se não é isso, são simplesmente péssimos ganhadores, o que é pior ainda.



Passaram os últimos dias apontando dedos para todos os lados com acusações de racismo, xenofobia, reacionarismo, entre outros bichos, mas foram totalmente capazes de usar da forma mais indevida a imagem de uma jovem que chorava a derrota de seu candidato com um texto que é puro preconceito.



A imagem original é de uma matéria da Folha de São Paulo e eu se fosse essa moça saía processando todo mundo. Quer dizer que xenofobia não pode, mas filha da putagem pura pode? E os petistas estão achando engraçado? Uso indevido da imagem de alguém também é crime, sabiam?

Tem isso. E tem uma outra "pérola" que pipoca em página de petista toda hora:



Além de chatos estão assinando atestado de ignorância, que me perdoem os meus amigos que andaram espalhando isso aqui. Uma matemática que só serve ao que eles querem "provar" e, portanto, não serve para nada. Maioria, é mais da metade, não importa o número total, sacou? Se é mais da metade (50%) é maioria, se é menos da metade (50%), não é. Numa população de 3, 2 são maioria, 1 não é. Avaliem a imagem novamente e tirem suas próprias conclusões.

Em resumo: se o intuito dessa horda de maus ganhadores era convencer alguém de alguma coisa, foram muito bem sucedidos. Me convenceram de que eu preciso rever a minha atitude "todo mundo tem um pouco de razão" e talvez me posicionar um pouco melhor. Para muito longe do PT e seus ptzetes!!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Nuances da vida

Trombei com esse artigo da Elle americana (http://www.elle.com/life-love/sex-relationships/girl-problem) e achei uma das coisas mais lindas que eu li em muito tempo. O rapaz conta a história de como ele, um rapaz gay, se apaixonou por uma mulher e o que aconteceu.
O bonito é perceber que, bem longe dos estereótipos e maniqueísmos, seres humanos podem amar outros seres humanos além (ou aquém) de sua sexualidade. O coração queria muito, o pênis não acompanhou, infelizmente, afinal, ele é um rapaz gay.
O casal continua muito amigo, ele é padrinho do filho dela e tudo terminou bem, já que o amor nunca acabou (desnecessário dizer que ela também se apaixonou perdidamente por ele, né?).
Bonito é ver que não tem mágoa nem amargura na narrativa dele. Nenhum cisco de "eu queria tanto, ia ser tão mais fácil para mim!", no discurso. Porque não seria. Um homem gay nasce gay e provavelmente vai morrer gay já que em nenhum momento foi uma escolha.
A escolha está em como viver. O que aconteceu entre ele e a amiga foi amor de verdade, ele não estava fazendo nenhuma experiência. Foi aquele amor que temos por um monte de gente com a qual jamais conseguiríamos ir para a cama. Meninas, sabe aquela amiga que você adora, acha o máximo, linda, inteligente e gostosa? Então, se você fosse homem, ou gay, você não "pegava"? Mas você não é... Foi o que aconteceu com ele.
Bonito também é ver como tem gente que vive num mundo tão à frente do nosso que o discurso se torna livre de ranço. Ele é um rapaz gay. E só está contando uma história.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

48 horas depois...

Parece que faz uma eternidade que recebemos o resultado da eleição. Eu que fico o dia inteiro no Facebook agora, por conta da minha loja, estou tendo a oportunidade de acompanhar algumas nuances que eu não tinha percebido antes.
Como na rede tudo é muito instantâneo, 48 horas já foram quase suficientes para fazer o povo ir "mudando de assunto". Ontem de manhã era a alegria da vitória x a tristeza da derrota. Ontem à tarde já começou a rolar um "a culpa é deste e daquele", que rapidamente descambou para discursos de ódio.
Hoje, só os desavisados ainda estão falando disso. Ou retornam posts de ontem, com a continuação da "discussão". Os ânimos já estão mais calmos e a assassina que casou com a ex da outra assassina na prisão é quase o trend topic do dia. E ainda são só 19h!

O que significa que não vale mesmo a pena se aborrecer com nada que "toma conta" do Facebook. Vai sumir beeeem mais rápido que gripe.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

E agora?

E aí temos. Como eu afirmei bastante durante as "campanhas" pouco entendo de política, mesmo. Então agora me resta esperar que todas as pessoas que estão bem felizes com o resultado saibam bem mais que eu, estejam certas e as coisas melhorem.
Apesar de eu ainda achar que o paternalismo petista é um paliativo que serve dois propósitos sendo o principal deles assegurar os votos na próxima eleição. Mas posso estar equivocada, não?
Bonito ia ser ver o povo que se diz indignado fazer mais do que encher a minha linha do tempo do Facebook com impropérios, afirmações preconceituosas e falácia. Se voltar todo mundo para a rua buscar o que acredita ser de direito (direito, não direita), talvez eu comece a acreditar que esse país tem futuro de verdade.

sábado, 25 de outubro de 2014

A namorada e o fone de ouvido

Aí eu estava andando na rua, bem no centro de Curitiba, e eu ouço uma voz de menino conversando com uma voz de menina. Em determinado momento, e ainda atrás de mim, então eu não tinha visto o casal, ele exclama: "agora tá tocando Tupac!".
Eu, que não tava ouvindo música nenhuma, pensei: "tocando aonde?". Aí eles passaram por mim. De mãos dadas, e ele com um imenso MP3 Player, daqueles em formato de fone de ouvido.
A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que se eu fosse ela eu ia proibir terminantemente andar comigo por aí com um fone ligado nos ouvidos, mesmo que o sujeito seja tão talentoso que consiga até conversar ao mesmo tempo. Não vou nem chegar à falta de romantismo que eu nem sei mais se essa molecada sabe o que é isso, mas e a falta de educação?

Já tem algum tempo que eu reclamo disso e alguns amigos já começam a se manifestar da mesma forma. Acho de uma falta de modos esse negócio de estar ligado a um aparelhinho, qualquer um, enquanto interage (ou finge que interage) com outro ser humano. Já rolaram algumas brigas, mas não pretendo mudar de ideia nem de postura. Quer passar algum tempo comigo? Desgruda dessa merda! (pardon my french... heheheheh)
Eu sou provavelmente da última geração que conviveu com os outros sem a central de entretenimento no bolso o tempo todo. Meu pai, 23 anos mais velho que eu, não deixava eu conversar com ele de óculos escuros! "Não dá para ver seus olhos, é falta de educação". E ele estava muito certo.
Cansei de tentar ter conversas com zumbis que ficam só dizendo "ahã, ahã" e nem sabem o que você falou. Era que nem quando a gente ligava na casa das pessoas e conseguia perceber que elas estavam tentando assistir TV enquanto falavam com você. Não era irritante? O celular é a mesma coisa.
A necessidade, de responder mensagem, abrir o presente do joguinho, ler e-mail, enviar torpedo, checar o facebook, é fabricada. Essas coisas não existiam antes, garanto que você vive sem elas. O que está acontecendo é que as pessoas estão perdendo momentos "presenciais" poderosos com amigos e família, para "dar atenção" a amigos e família. A esquizofrenia é de matar!
É que nem disse o comediante: "aquele monte de pais assistindo apresentação dos filhos e ninguém vê os filhos porque está todo mundo atrás do celular gravando o vídeo para não perder o momento". Mas a experiência de ver ao vivo já se perdeu.

Todo mundo pode ser muito importante para você, mas não dar atenção a quem está bem na sua frente é só uma versão moderna daquela viúva que está mais preocupada em lembrar do marido morto do que cuidar dos filhos vivos. Louco e completamente inútil, não acha? O morto tá morto e nem vai ficar sabendo da atenção toda que está recebendo, assim como o cara do outro lado do seu celular tem que entender que você podia estar ocupado naquele momento e esperar pela sua resposta. E se não puder a culpa é sua, você acostumou mal. (Rs.)

Do meu lado, namorado nenhum nunca vai andar de fone de ouvido ligado. Só se for para me oferecer uma "orelha" e a gente ouvir uma musiquinha bem romântica. Juntos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

E os haitianos?

Novo assunto top nos Facebooks curitibanos, a imigração haitiana para a cidade está dividindo opiniões e mostrando um lado feio e racista de seus moradores. Sinto dizer que este lado sempre esteve lá.
Não sou curitibana, sou nascida e criada na capital de São Paulo, a maior babel da América Latina. Escolhi Curitiba para viver porque gosto de muita coisa por aqui e, em seis anos que vivo nessa cidade, fiz bons amigos nativos.
Mas antes de vir para cá, toda vez que eu anunciava a mudança, as pessoas se mostravam receosas de que eu não pudesse ser bem recebida. Meu pai ainda era vivo e sempre retrucava "ela é polaca Mikowski, não vai ter esse problema". Não é muito louco? O lado polonês da minha família é da capital paranaense, mas morávamos todos em São Paulo há muitos anos. Mesmo assim, tanto meu pai como minha avó eram bem familiarizados com o "clima curitibano".
Curitiba ainda é muito provinciana, em vários sentidos. Não foi difícil a adaptação à rotina para mim por diversos motivos, me lembra muito São Paulo quando eu era criança. Hábitos e costumes de cidade pequena para média, que já não é nem uma coisa nem outra. Mas para quem vem de fora, é a aceitação pelas pessoas que demora a acontecer.
Uma amiga minha daqui gosta de fazer uma brincadeira que tem muito mais do que um fundo de verdade. Ela diz que para cada amigo novo, tem que eliminar um antigo. "Só tem espaço para cinco amigos por vez", ela ironiza. Foi uma das coisas mais verdadeiras que um curitibano me disse nestes quase sete anos que estou aqui.
E estou falando de pessoas iguais, sou tão parecida com essa amiga que viviam nos perguntando se éramos irmãs. Pretérito, que eu já fui substituída no clube dos cinco... Rs.
É cultural ao curitibano não aceitar o que vem de fora, mesmo quando o estranho é igualzinho a ele. Imagina o estranho diferente?

Não é um fenômeno bonito. Pode descambar rapidinho para variações do nazismo porque se você der uma olhada em alguns argumentos, só falta mesmo a "superioridade branca", os outros indícios estão todos lá. Dizer que a cidade vai deixar de funcionar direito ou ficar suja e desorganizada por causa dos imigrantes é pura ignorância. Se ensina pelo exemplo e todo mundo é capaz de aprender. Até porque, se a pessoa se sente bem recebida tem orgulho do lugar que mora e vai fazer de tudo para mantê-lo no seu melhor. Que tal?

Falei sobre preconceito cruzado em outro post e continuo pensando do mesmo jeito. Não sou racista e fico danada quando vêem uma em mim só porque eu sou loira e desbocada. Mas se os haitianos ou qualquer outro povo que venha parar por aqui se sentir um pouco - ou muito - incomodado, infelizmente desta vez eles vão ter razão.

Falta "quem manda aqui sou eu"...

Então, como eu disse ontem, a coisa do banheiro vai render um baita pano para a manga.
Agora foi uma criança daquelas que fala tudo meio chorando, meio resmungando. Tenho horror a esse tipo de criança. Me deu uma vontade de perguntar para a menina o que tava doendo... A mãe dela ia me socar no banheiro... hahahahaha. Isso que a criança devia ter quatro para cinco anos. Mas eu quase não me controlo.

Brincadeiras à parte, isso para mim é uma grandessíssima falta de "quem manda aqui sou eu". Com os tempos modernos pais foram proibidos de bater, xingar, abusar física ou moralmente de seus filhos. Até aí tudo certo, certíssimo. Mas também esqueceram no processo a relação de autoridade com a qual toda criança precisa aprender a lidar. No meu tempo resmungo era respondido da seguinte forma: "se não parar com a manha vou te dar motivo de verdade para chorar". E a gente engolia a birra.

O Castelo Rá Tchim Bum ensinou que "porque sim não é resposta", que pode ser facilmente distorcido em "porque não não é resposta" e aí começa a negociação. Acabou o "vai ser assim porque eu estou mandando", que tanto eu ouvi quando era criança. Ajuda a lidar com algumas frustrações da vida adulta também, sabe?

Aí a gente vê gerações inteiras de jovens que querem começar a carreira na presidência, que não aceitam hierarquia e que acham que a visão de mundo deles é a única que presta. Porque são todos pequenos gênios que já nasceram com o computador e o playstation no quarto e merecem ser respeitados. Mereciam eram as palmadas que não se pode mais dar em criança!

Ainda não tenho filhos e sei o que a maioria das mães pensa: "espera ser o seu, aí você vai ver..." Ouvi uma dessas ontem mesmo e sei que muita coisa vai mudar na minha vida se isso um dia acontecer. Mas não tem desculpa para criança birrenta e mimada. É falta de educação mesmo e culpa única e exclusiva dos pais. Educação, boas maneiras, se ensina em casa.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Banheiro público

Gente, é surreal a experiência diária do banheiro público. Não aquele da firma, que você só divide com as coleguinhas de trabalho. Loja de shopping faz a gente viver o banheiro público de verdade todos os dias. Várias vezes por dia.
E banheiro de mulher é um mundinho à parte. As conversas que a gente ouve enquanto está na cabine já dariam, sozinhas, um livro. E eu me pego achando muita coisa absurda, ridícula, engraçada, sem noção. Como se outras pessoas não pensassem o mesmo sobre as minhas próprias conversas.
Aí a gente repara que tem funcionária que passa muito mais tempo do que devia "trabalhando" no banheiro. Aliás, às vezes rolam quase reuniões de departamento! Hehehehehehe.
Repara na moradora de rua e na maluquinha do bairro que passam pelo shopping para usar o banheiro todo dia.
A gente repara num monte de gente mal educada que passa puxando porta por porta até achar uma aberta. Isso porque aqui as portas são de vidro! Jateado, mas vidro. se você olhar você sabe se tem alguém dentro. Essa é a única coisa que me irrita. É que nem ficar batendo em banheiro ocupado. Feio. Falta de educação.
E aqui, especificamente, como tem um colégio do lado, as meninas usam muito o banheiro do shopping. Aliás, parece que não tem banheiro no colégio. Até menina vendendo roupa dentro daquele lugar eu já vi. É uma loucura.
Então a gente acaba reparando na cara dessas meninas. E todas têm uma cara de quem está morrendo de tédio que é assustadora. E igual para todas elas. Fiquei até meio confusa, mas depois imaginei que é a cara de quem tem toda a informação que quiser na ponta dos dedos, não precisa se esforçar para descobrir nada e convive com as pessoas essencialmente no mundo eletrônico.
Acho que se, nessa idade, eu não estivesse beijando meu namorado escondida do meu pai ou lendo um livro, eu ia ter a mesma cara... :P

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Tupinicópolis, again!

Eu falo que isso aqui é país-zinho e tenho muitos motivos para tanto. Vamos deixar para lá a eleição que essa palhaçada é padrão, não sei porque tem gente que ainda se espanta.
Quero mesmo é falar sobre uma matéria do Fantástico de domingo (odeio o Fantástico, mas de vez em quando me enganam lá em casa e deixam a TV ligada nessa tranqueira) sobre as quadrilhas de aborto.

Claro que médico fajuto que faz esse tipo de coisa nos fundos de casa e mata um monte de gente por aí é criminoso, isso sem sombra de dúvida.

Mas por que isso acontece? Porque ninguém se importa de permitir que uma moral (moral, uma coisa que é de cada um, não serve igual para todo mundo) religiosa (religião, não ciência) defina como cada mulher deve encarar um ser crescendo dentro do seu corpo. A história já provou por A + B que as mulheres não vão parar de fazer aborto. E, na minha humilde opinião, foi-se o tempo que a igreja católica, evangélica, cristã, ou qualquer outra tinha o direito de decidir sobre a minha vida e o meu corpo. Moral religiosa é exatamente isso, uma noção que é diferente para cada religião e portanto, diferente para cada pessoa.

Assim, bandido vai tirando dinheiro e deixando doente, quando não mata, um monte de meninas e mulheres por aí. E o Fantástico acha bonito mostrar como as quadrilhas foram pegas num incrível trabalho da polícia. Que nem seria necessário se o aborto pudesse ser feito legalmente.

Mas aí você pode pensar: como vai legalizar o fim de uma vida?
Desculpe a sinceridade, mas o conceito de quando um feto vira vida também é diferente para cada um, e é essencialmente espiritual. Você lembra de qualquer coisa antes de nascer? Ou até depois, enquanto era bebê? Então, eu também não.

Não é um dos assuntos mais fáceis e não deveria ser uma saída fácil para uma gravidez indesejada, não é isso que eu estou dizendo. Fácil é controle de natalidade. é só ensinar as meninas a prevenir a gravidez, e fazer boas campanhas no país, certo?

Não. Isso também não pode no Brasil.
Pelo mesmo motivo absurdo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Se sujar faz bem!

Slogan de propaganda de sabão em pó, né?
Hoje em dia, porque como disse um comediante que eu vi na TV, quando eu era criança a coisa que eu mais ouvia da minha mãe era "não me vai sujar essa roupa!". Hehehehehe.
Mas, enfim, artifício para vender sabão ou não, a frase tem um monte de sabedoria. E um outro comercial, um de sabonete antibactericida que diz que "não são as crianças que estão mais fracas, as bactérias é que estão mais fortes", que me inspirou a escrever esse post.
Quer uma coisa que me dá pavor? O álcool gel que depois da H1N1 está espalhado por todos os cantos e um monte de gente criou o hábito de esfregar na mão toda vez que passa por um. Uma coisa horrorosa, que resseca a pele, estraga o esmalte e nem mata tanta coisa assim. Não sou médico, mas pergunte pro seu, eu não estou mentindo não.
Agora, fruto de um delírio que eu nem sei explicar é aquele dispenser de sabonete líquido, antibactericida claro, que é automático. Ou seja, nem encostar no mesmo frasquinho de sabonete que seu pai ou seu irmão pode mais. Einh?!?!?!?!?!

Eu comia o sabonete do box quando era criança. E estamos aí. Gordinha, mas saudável. E isso nem é culpa do sabonete que eu acho que ele não engorda... Huá!
O que está acontecendo é que a paranoia está privando as pessoas de seus tão necessários germe e bactérias. Aí, claro, não tem anticorpo suficiente, e fica doente à toa. Sem contar as pobres crianças pequenas superprotegidas que não podem fazer nada. Ou passam o dia na insípida brinquedoteca do condomínio de luxo.
Não tô dizendo que o negócio é brincar na rua, como muita gente fez, hoje em dia é bem complicado e eu não sou biruta. Mas uma água, uma terrinha, uma grama de vez em quando vai. Que mal tem?

Aí você bate um papo com a faxineira do banheiro do shopping e ela diz que o banheiro só para seco no inverno, no verão ela passa o dia inteiro secando a pia. Por que? Porque só no verão o povo lava a mão de verdade com água. E ela ainda acrescenta: "no inverno tem mulher que vai direto do vaso para a porta. A maçaneta que já é suja, imagina como fica?". Medo de água fria... E essa é a mesma moça que esfrega o tal álcool na mão 25 vezes por dia... Valha-me!

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Talvez eu vá também...

É muito engraçado como as coisas acontecem, e como a nossa vida é feita de ciclos que se repetem permanentemente. Como o ser humano leva tudo às última consequências, sempre, a tendência é algo se abrir ao máximo e depois começar a se fechar de novo.
Agora são as redes sociais. Muito antes do Orkut estar ameaçado de extinção, vimos nossos "amigos" irem abandonando a rede. Tudo bem que foi para migrar para o Facebook, mas o fenômeno aconteceu.
Agora já existem movimentos de abandono ao Facebook. E por que será que essas coisas acontecem?
Tenho uma teoria que não é baseada em nenhum estudo científico, é só minha. Então se você não concordar, ou não gostar, é um direito seu.

Eu acho que o que começa com ótimas intenções de entretenimento (porque na minha concepção rede social faz o sucesso que faz só porque entretém, eu nunca vi um post fazer ninguém mudar de ideia sobre nada), vira terra de ninguém e aí as pessoas começam a achar que podem impor todo tipo de mentalidade nesse meio que deveria ser puramente divertido. Que mané lei cibernética, o que tá faltando é etiqueta mesmo. Mas enfim...
Quem ainda se encontra no afã da revolta, ou da ilusão de que está espalhando sua "palavra", seja ela qual for, continua lá, incomodando todo mundo. Quem já disse tudo que tinha para dizer começa a se sentir cansado e oprimido, e acaba indo embora.
Eu, particularmente, e me desculpem os amigos engajados, estou muito de bode de todo tipo de foto de criança doente, bicho quebrado, abandonado, passando fome, qualquer tipo de crueldade humana ou divina. Me deprime, me coloca para baixo e muitas vezes me faz chorar no meio de um dia de trabalho. Para quê? Vai mudar alguma coisa? Eu, particularmente, não consigo ajudar todo mundo, e só sofre quem tem essa pretensão. Ou seja, quem não tem a menor intenção de ajudar ninguém, não vai se sensibilizar.
E não vou nem falar das eleições que a palhaçada já atingiu níveis "mean girls". Por favor...

O resultado é eu também pensando em abandonar a rede que tanto já me fez rir com fotos fofas de gatinhos e bebezinhos, saber de notícias de amigos tão distantes, encontrar pessoas legais que eu não via há anos... Porque essas coisas são que nem namoro: não vale a pena insistir se te faz mais mal do que bem.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

When I get lonesome I get on the telephone

Antigamente, se a gente se sentia sozinho, fazia isso mesmo. Telefone era coisa de hoooooras, principalmente para as meninas. Eu tive relacionamentos inteiros baseados em hábitos telefônicos. Sem contar o frio na barriga cada vez que o danado tocava quando a gente estava esperando uma ligação. Porque esperar uma ligação era exatamente isso, a gente tinha que se plantar em casa e não inventar nenhum tipo de compromisso.
Agora a gente espanta o tédio com a janela do mundo, o Facebook. Mas o protocolo é tão diferente que nem de longe dá a mesma satisfação. Com tempo para pensar na resposta é tudo muito apropriado, ou inapropriado de propósito. Acho que por isso tem cada vez mais gente "desabafando" absurdos na tal janelinha. Vai-se perdendo a noção, já que estamos desprovidos de reação, espontaneidade e até do importantíssimo tom de voz nessas conversas pelo teclado. A única coisa que salva são os papos com irmãos e irmãs de coração, gente que a gente conhece tão bem que consegue até "ouvir" o que a pessoa escreveu.
Mas esses são tão poucos na nossa vida...

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Preconceito do conceito

Eu não sou uma pessoa preconceituosa. Durante minha vida tive amigos negros, orientais, gays de toda espécie, tímidos, espalhafatosos, grandes, pequenos, pobres, ricos, o que você quiser. E sempre tratei absolutamente todo mundo do mesmo jeito.

Acho que, exatamente por isso, me dou certas liberdades na maneira como falo de coisas “delicadas” e tenho que confessar que ando absolutamente sacuda de algumas reações em relação a preconceitos. Já tive gente me perguntando na cara se eu era racista, por conta de um comentário desses mais “livres” a que eu me referi antes. Chamo gay de bicha, negro de negão e falo pro japonês abrir o olho. Na cara deles e sem nenhuma intenção de ofender.

E aí, numa conversa um dia desses, falei sobre isso com algumas amigas e gostaria de deixar algumas coisas bem claras:

Sei que existe gente racista, sou loira mas não sou burra (ahá);

Isso não significa que todo mundo é racista;

Também não significa que negros, orientais e homossexuais sofrem mais do que eu no quesito preconceito;

Como assim?
Sou loira, alta e peituda desde os 13 anos. Tô reclamando do que, certo?

Desde os 13 anos todo homem acha que a conversa é com o meu decote e não comigo. Sem exceção. E eu tenho que ficar lisonjeada, não?

A loira é burra desde que o mundo é mundo. E eu nasci loira, e continuei loira (natural, inclusive). Portanto...

Só para constar, Gabriel Pensador estourou com aquela pérola por volta dos meus quinze anos. Mas adolescência de menina é coisa fácil, né? Nem me abalou...

Eu não sou japa, nem negão, mas sou a Xuxa, a Angélica, a Madonna, a She-Ra, todas as paquitas, além de ser alemã desde pequenininha (apesar de ser descendente de poloneses e italianos).

A diferença, é que eu levo tudo isso numa boa (a maior parte do tempo), porque a sociedade não tem jeito, o ser humano é cruel e vive de estereotipar, e nada disso vai mudar tão cedo. Então, para que transformar isso num fardo? A gente já não tem demais na vida?

Eu acho que, antes de se sentir vítima de preconceitos e jogar esse seu enorme fardo em cima de mim, desenvolva um senso crítico. Perceber quem está sendo verdadeiramente preconceituoso é sinal de inteligência. Nenhum holocausto te dá o direito de criar um preconceito em relação a todo mundo que chega perto de você. Ninguém é vítima perene, assim como todos somos vítimas em algum nível, faz parte de conviver com o homem.

Eu não tenho culpa se você não sabe lidar com a sua própria história.

É como disse um comediante que eu vi na TV outro dia: Uma coisa é você olhar um negro e achar que ele é bandido, só porque é negro, ou decidir que a mulher é burra só porque é loira. Isso é o preconceito. E do pior tipo.

Mas eu ser branca, o outro ser amarelo e outro preto é conceito. Gay, gordo e magro. Conceito. É o que somos, não uma imagem que passamos. E o que tá fazendo falta é ensinar as próximas gerações a terem si próprios em alta conta pelo que são, e não ficar martelando sofrimentos centenários.

Se todo mundo pensar nisso de verdade, pode ser que as pessoas aprendam a conviver um pouco melhor com si mesmas, e com os outros.

Como assim?

O tempo, como eu sempre digo, é a coisa mais louca do mundo!!!
Como faz mais de um ano que eu não posto nada?
Vamos retomar os trabalhos... Tá louco!