terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O Brasil tinha que ter CRP!


Não, não é abreviação para caras de pau, que isso aqui não falta. Seria o suposto Conselho Regional de Política. Porque algumas coisas da democracia, simplesmente não entram na minha cabeça. Há um tempo atrás, escrevi um texto sobre o caso Tiririca e como me parecia a coisa mais nonsense do mundo o cara poder se candidatar a qualquer cargo só com a alfabetização.

COMO ASSIM?!?!?!

Quer dizer que para escrever meia dúzia de linhas para qualquer empresa eu tenho que ralar quatro anos, estudar para caramba e ainda fazer estágio e esses caras administram parte do país (não importa o tamanho, é parte do seu e do meu país também), só sabendo ler e escrever?
Que tal instituir ensino superior em administração, só para o cara começar a pensar em ser político? Não, né? Muito complicado fazer quatro anos de faculdade. E depois, se o cara já quer ser político, vai é comprar o diploma, nem adianta.

Aí vem a segunda questão. O sujeito se mete em todo tipo de escândalo, sofre todo tipo de processo, vai preso ou sofre impeachment, e volta a se eleger. Claro que eles não querem lei da ficha limpa, ia faltar político nesse país. Porque eles não perdem a licença para exercer a política? Parece esquisito? Médico perde a licença, advogado e engenheiro também. Jornalista ainda não, mas seria ótimo se houvesse um bom conselho de jornalismo (só que isso é indignação para outro texto).

Político devia ser profissão formal, com formação superior e conselho. Se meteu em escândalo? Não pode mais ser político. Vai arrumar outra coisa para fazer. E pronto.

Autoajuda

Direto do FolhAvulsa:
Os sonhos de Mariana estavam despedaçados. Ela mais uma vez tentou, em vão, alcançar seus objetivos, mas fora impedida de continuar. Os obst...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hoje é um novo dia, de um novo tempo...

Gente, como é absurdamente irritante o contágio que esta musiquinha da Globo nos causa quando se inicia o final de ano... Que coisa! Aí começa o desespero: terminou o ano e eu não cumpri minhas promessas do final do ano passado! São elas: emagrecer 300 kgs, praticar exercícios físicos 24 horas por dia, ficar bilhardária trabalhando quase nada, encontrar "o cara", bonito, rico, inteligente sabe? Aquele que não existe! Que frustante!
Bem, de qualquer forma me considero uma vencedora: não emagreci, porém não engordei, há! Não fiquei bilhardária, mas inaugurei um novo escritório, com um sócio fantástico e assim chegaremos lá! Exercícios físicos, bem digamos que o suficiente... Homem, estou com o meu mesmo que é lindo, inteligente, não é rico, bom ninguém é perfeito mesmo.
Assim vamos iniciar o final: Natal, família reunida, viagem de final de ano para a casa da praia, assim vamos cumprindo a tabela, mas sempre muito alegres.
A vida é assim: cheia de momentos felizes!!!!!!

FELIZ NATAL E UM 2012 MA-RA-VI-LHO-SO PARA TODOS!!!!!!!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Perhaps love

Hoje resolvi não reclamar, não meter a boca em nada nem em ninguém, resolvi não me indignar. Resolvi falar sobre amor, que quer queira, quer não queira, está sempre na vida de todo mundo, seja na versão doce, salgada ou amarga.
Amor não é coisa simples. Não é novela da Globo nem filme de Hollywood. Amor é uma decisão muito séria que a gente toma. O complicado com o amor é que parece que a recompensa vem antes, e é aí que muita gente desiste muito rapidamente, sem saber o que ainda está por vir.
Quando a paixão acontece parece que está tudo certo. A gente quer se ver o tempo todo, quer se amar o tempo todo, os pensamentos e vontades entram em sintonia e o mundo todo parece dizer “é isso aí!” Uma delícia com cara de recompensa por todo o tempo que você perdeu procurando uma pessoa. A pessoa.
Mas a paixão acaba, ou se abranda, e é aí que o verdadeiro trabalho começa. Querer estar com alguém exige tanto de nós, quanto do outro, inúmeros e diários esforços. Uma das bases mais fortes do amor é a admiração. A outra é a amizade. Sem essas duas coisas, nada funciona. Mas o que a gente mais falha em perceber é que o mais importante não é admirar o outro, é se fazer admirável para ele. Não é esperar a amizade incondicional e, sim, ser esse amigo indispensável para a pessoa que você escolheu.
Porque, por mais que a gente não escolha quem amar, a gente escolhe sim cultivar o amor que sente por essa pessoa, ou desistir dele. E desistir está parecendo cada vez mais a opção escolhida. Quando a gente encontra uma pessoa bonita por dentro, de índole e caráter impecáveis, educação e potencial para crescer junto com a gente, o resto se resolve, e parece que as pessoas estão se esquecendo disso.
Dá trabalho, exige muita conversa, muita paciência, vontade mesmo de fazer dar certo. Exige iniciativa, flexibilidade e proatividade. Parece até job description mas existe uma diferença básica: no amor não cabe o talento para a liderança. Ele só funciona quando a parceria é plena, e os dois estão andando juntos. Não há lugar para as lutas de poder no amor. Dar poder ao outro de vez em quando, só por amor mesmo, como um presente.
A verdade é que, quando os frutos desse trabalho começam a surgir é que vem a verdadeira recompensa. Um amor cultivado e querido por ambas as partes é tão precioso quanto um filho. E a parceria que foi gerada dura a vida inteira, mesmo que o amor acabe.

“So if you really love me
Say yes
But if you don't, dear,
Confess
And please don't tell me
Perhaps, perhaps, perhaps”

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Fim de ano: o início

Meu carro parece que adivinhou que iria ser substituído. Quebrou algumas vezes nas últimas semanas e só está me dando prejuízo. Mas o carro novo ainda não veio, e eu tenho que decidir se coloco o bicho na estrada, para uma viagem à fazenda de uma amiga a 500 Km de distância, ou se fico com medinho e vou de busão.
Essa é só uma das milhões de coisas que preciso decidir antes que 2011 acabe. O fim de ano tem uma propriedade rara de demorar um século para chegar e passar num piscar de olhos. De repente a gente quer encontrar todo mundo, fazer todas as pequenas viagens que não fez, descansar tudo que não descansou. Mas não tem fim de semana suficiente para isso.
Novembro já é fim de ano. E muitas coisas vão ficando para trás. A partir de agora, nem adianta mais querer fazer dieta. A academia foi largada (por mim, pelo menos) há semanas. Não vejo a hora de ter “férias” do alemão. O cansaço parece que se acumula com o fim do ano porque temos coisas demais para fazer.
Daqui para janeiro, a fatura do cartão de crédito fecha cada vez mais cedo. As contas chegam mais cedo em casa também. Todo mundo na fúria do fim de ano, o que só aumenta a ansiedade. Eu já estou pensando que dia da semana vou fazer minha unha antes de viajar em 22 de dezembro! Mais de 45 dias para planejar uma manicure? O fim de ano está me deixando (mais) doida mesmo...
A aproximação das férias, que estou tanto precisando, também cria uma expectativa. Sei exatamente o que ainda tenho que cumprir no trabalho antes de sair, mas parece que volume muda todo dia. Tudo entra em turbilhão, e eu precisando de um pouco de paz. A única vantagem é que, como todo fim de ano, ele realmente vai acabar. Aí a ansiedade é começar tudo de novo.

“So this is Christmas
And what have you done
Another year over
And a new one just begun
And so this is Christmas
I hope you have fun
The near and the dear ones
The old and the young “

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Errata

Sou perfeccionista. E como tal, detesto errar ou, pior, admitir que estava errada. Sou taurina também, e isso só piora as coisas (rs). Mas quando falei em um dos meus textos que o ser humano não consegue produzir com qualidade durante oito horas seguidas, cometi um mau julgamento. E, pensando nesse trecho, acabei esbarrando em uma outra questão.
O ser humano desmotivado realmente, não produz oito horas seguidas. Mas a força que temos dentro da gente é muito maior do que isso e, fazendo qualquer coisa com prazer, somos capazes de produzir horas e horas a fio. Até o corpo pedir arrego.
Lembrei de quando fiz o TCC da pós de cinema. Levei muito tempo na pesquisa, ou apurando como nós jornalistas dizemos, sempre acreditando que a tarefa de escrever seria muito mais complicada. Mas o assunto que eu escolhi me era muito caro, era algo que eu realmente amo, e quando eu me sentei para escrever a maior porção do texto, cerca de 30 páginas, lembro que comecei perto do meio-dia e escrevi direto até meia-noite. Só parei algumas vezes para ir ao banheiro e comer alguma coisa.
Como eu ainda fumava dentro de casa, nem pausas para o cigarro eu fiz, só pausas para esvaziar o cinzeiro... Foram 12 horas direto de uma produção intelectual totalmente intensa, totalmente focada, cujo resultado me foi super satisfatório. Até hoje tenho muito orgulho dos meus trabalhos acadêmicos, e são eles que me fazem acreditar no poder da motivação.
Na graduação, resolvi que iria fazer como TCC uma revista de música. Tinha que incluir um pequeno histórico da revista de música no Brasil, certo? Mergulhei com tanta força no tema que passei seis meses juntando material e fazendo entrevistas e o resultado foi uma pequena “enciclopédia” de quase 50 títulos, desde as revistas do rádio, que eu amei fazer. Até hoje acho essa parte teórica do meu TCC de jornalismo tão importante quanto a revista que produzimos em si, que também ficou linda e é meu xodó.
Ou seja, a motivação transforma qualquer tarefa, por mais hercúlea que seja, em uma viagem gostosa, que deixa boas lembranças. E aí vem a questão-chave: onde está a nossa motivação? Onde está a vontade para fazer as coisas? Mesmo dentro de profissões que escolhemos, por que sempre parece que “o” emprego ainda está por vir? Porque somos um grupo de pessoas (nós, na casa dos 30 e pouco anos) que viveu a maior transformação de todas, que estava no olho do furacão, e ainda não conseguiu sair dele.
Em uma conversa com amigas falávamos de tudo que a geração X tem de desvantagens em relação às predecessoras e sucessoras. E uma dessas desvantagens é que parece que vamos passar nossa vida tentando viver como nossos pais no mundo de nossos filhos, ou irmãos mais novos até. Os pais sabiam o lugar que lhes cabia e a cobrança era muito menor. Os filhos já chegam exigindo do mundo o que desejam (pode não estar certo, mas alivia pressão, vai). E nós queremos mudar um mundo que já mudou.

Quem precisa mudar somos nós.

“I watched a change in you
It's like you never had wings
Now you feel so alive
I've watched you change”

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Algum tempo depois...

Tempo. Vira e mexe eu volto a falar de tempo. Quanto tempo faz que eu não escrevo? Oras, eu sou jornalista, escrevo todo dia, mas escrever para mim mesma é outra história. E hoje quero dizer que continuo me sentindo atropelada pelo tempo.
E cada vez mais sacuda. Da pressa, da indiferença, da correria, do prazo impossível, do prazo (ponto), da necessidade de se engolir sem água um milhão de pílulas de informação por minuto, da obrigação de saber que teve protesto de camelôs no centro de São Paulo, terremoto na Líbia, que a bolsa subiu por causa da Caterpillar e que o pai do Gianecchini morreu de câncer. Tudo isso só hoje. Amanhã as notícias são outras e eu vou ter que saber também.
Tô cansada dessa paranoia que encurta cada vez mais os meus dias e me impede de ter paz. Paz para deitar no sofá e não fazer nada, para ter 48 horas de fim de semana, para esquecer da vida, para passear sem pressa, para ter certeza que vai emendar o feriadão e poder planejar uma pequena viagem.
Tudo bem, sou um ser humano extremamente ansioso, e isso já é um agravante, mas nada me convence de que as pessoas não estão loucas. Gente que acha bonito trabalhar até ter um problema no estômago ou no coração. Gente que acha chique estar ocupado o tempo todo. Gente que acha que voltar para casa, para a pessoa que a gente ama, é velhice ou preguiça. Gente que acha que funcionário está aí para produzir 8 horas seguidas. Tudo louco, daqueles de amarrar em poste.
E assim eu vou pensando cada vez mais seriamente nas cidadezinhas por onde eu passei, e como seria morar num lugar tão pequeno que tirar o carro da garagem é bobagem. Ainda não acho que eu aguentaria. E ainda não conheci minha cidadezinha dos sonhos também.
Mas se um dia eu chegar num lugarzinho que fizer meu coração não querer ir embora nunca mais, pode acreditar, eu não titubeio, porque sei que jamais terei saudades de um lugar que me rouba o tempo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

LIBERDADE...

Fiquei anos a fio tentando entender o que era a tão falada "liberdade".
Hoje creio que saiba o que é esta maravilhosa experiência de, mesmo com muita responsabilidade, fazer o que quiser! Andar sem rumo. Pegar um carro e viajar para lugares conhecidos ou desconhecidos, viver a vida, leva-la em suas mãos. E vou dizer que para isso não precisamos de muito dinheiro não (o que demorei bastante para entender também). As vezes é apenas uma questão de organização de tempo. Ai sim me pego em pecado, pois meus projetos estão se concretizando agora, quase aos 50, e agora sim posso me organizar e priorizar as coisas realmente importantes para mim, como pessoa única.
Já estou planejando uma viajem para o sul matar saudades de minha querida amiga e sobrinha, também de minha prima irmã, ambas moram em meu coração, quem sabe, no fim do ano Europa, mais precisamente Itália! E esta é uma promessa que fiz pra mim mesma: "Não morro antes de fazer esta viagem! Itália..."
Entendem, isso é liberdade, pois na ponta do lápis essas viagens e o restante que ando tentando fazer como diversão nem são tão caros, também coordenar trabalho menos exaustivo X trabalho mais rentável, também não é tarefa tão impossível assim, estou quase lá!
Desde que resolvi não ter mais carro, tenho me sentido muito mais livre, por exemplo, saio do trabalho e resolvo se volto pra casa, se visito algum amigo ou se vou encontrar algum amigo em um bar e tudo isso de condução, ou na pior das hipóteses de táxi.
No aspecto economia, essas despesas são infinitamente menores do que manter um carro full time, fora o não stress de dirigir na nossa megalópole São Paulo.
E caminhar então, com os calçados certos, passear pela rua, realmente vendo as vitrines e tudo de bom que o bairro e a cidade oferecem é muito bom.
As pessoas podem pensar que a minha visão de liberdade é minimalista, que sem MUITO dinheiro nem vale a penas ser livre, ENGANAM-SE, a liberdade financeira é boa, mas a liberdade de escolhas é melhor ainda...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cadê a cultura das pessoas?

Com muito tempo entre hoje (uma segunda-feira, meio típico...) e a última vez que eu parei para escrever, serei obrigada a expressar ideias sem muita relação umas com as outras. Bare with me.
Uma das coisas que ando martelando comigo mesma é a necessidade que as pessoas parecem ter de saber tudo o tempo todo. Não fomos ensinados que qualquer coisa em excesso é ruim? Porque temos que consumir informação desenfreadamente e sermos julgados com um olhar de desdém quando admitimos que não vimos o acidente na televisão ou o vexame do político no noticiário?
Eu que sou jornalista sofro ainda mais com isso. Imagina jornalista que não gosta de assistir jornal, nem ler o danado porque o papel suja a mão? Eu até sou bem-informada, acompanho muita coisa pela internet, mas tenho paúra da necessidade de saber tudo o tempo todo.
O que aconteceu com o ser humano culto? O que aconteceu com ser culto? Os livros de auto-ajuda e best sellers adolescentes realmente tomaram o lugar de todo o mundo de coisas maravilhosas que (ainda) estão disponíveis nas livrarias? Tudo bem, já tem geração que não gosta do livro de papel... Lê no Ipad, no Kindle, no celular, não interessa, mas lê. Porque a falta de cultura, assim como a falta de repertório (e muito pouco da informação cotidiana realmente se transforma em repertório) são responsáveis por pessoas rasas, que não conseguem se emocionar com a beleza de uma música, não conseguem entender um bom filme de arte e nunca vão evoluir mais do que a novela, o Faustão, o Didi e o Zorra Total.
Acho engraçado como tanta gente está lutando bravamente para aderir às novas ondas de vida saudável e não consegue perceber que a saúde do intelecto está seriamente ameaçada. A nutricionista manda a gente cortar de vez as porcarias que não acrescentam nada à saúde do corpo, e comer todo o resto na maior variedade possível. Quanto mais colorido e variado o prato do dia a dia, mais nutrientes e vitaminas estaremos recebendo, e os resultados aparecem a curto, longo e médio prazo.
Com a cabeça é a mesma coisa. Livros, vídeos, filmes, música, lugares, pessoas, tudo acrescenta para um bom nível cultural. Contanto que as porcarias sejam esquecidas e consumidas cada vez menos. Consumidas apenas como referência, ou “só para poder falar mal”, como eu gosto de dizer.
Com o tempo passando cada vez mais rápido, minha angústia com a pressa só aumenta. E o que eu acho que foge às pessoas loucas por informação é que enquanto elas se atualizam com 259 novos “fatos”, outro milhões estão acontecendo no mundo. Muitos bem mais interessantes. E elas nunca vão conseguir ver tudo. Então porque não selecionar? Afinal, a informação passa. O que fica e faz diferença é a cultura adquirida.

No fim, nada de ideias diferentes. Pelo jeito essa está realmente me incomodando...

“Small minds are concerned with the extraordinary, great minds with the ordinary.” (Pascal)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A revolução pelo consumo

Somos uma geração que reclama que ninguém faz nada. Somos uma geração que sempre reclamou que nós não fazemos nada, somos acomodados, não temos ímpetos de rebeldia. Éramos muito jovens quando fomos às ruas com as caras pintadas para tirar do poder um homem que fez algumas coisas boas, mas fez muitas coisas muito ruins. E essa foi, basicamente, a última vez.
Agora as pessoas se manifestam pela internet, no conforto de seus lares ou escritórios, sem sair da frente do computador, (nas ruas só se estiverem acessando por tablet ou celular). No Facebook está sendo organizado um “twitaço contra a corrupção” (O que Scheiße é isso?!?!). Se já andávamos meio acomodados, agora a coisa piorou muito, porque estamos vivendo a ilusão de que o comodismo acabou.
Também tem gente querendo ressucitar os caras-pintadas. Grandes manifestações até surtem algum efeito, mas há quanto tempo elas não mudam nada significativamente? A corrupção continua rolando solta, e cada vez mais profissional. Os governos fazem, sim, o que querem e não pense que abaixo assinado pela internet tem algum efeito. Se ao vivo e a cores, e às centenas nas ruas já não é fácil conseguir alguma coisa, imagine uma lista de assinaturas de pessoas que nem levantaram da cadeira para “protestar”. Somos acomodados, e agora acomodamos a revolução.
O que eu nem acho tão grave assim já que, a meu ver, o tempo de manifestações de massa acabou. Somos assim porque fomos criados para ser assim. Não passamos pela verdadeira revolução como nossos pais. Crescemos em um país já relativamente estável e não tivemos mesmo que brigar por nada.
A nossa revolução tem que ser outra. A única certeza que temos é de que contra os interesses financeiros não há muito argumento. E que, exatamente por isso, só dói quando dói no bolso. Na era da informação e do conhecimento nunca nossa geração esteve tão munida de ferramentas para ferir os poderes onde incomoda. Até porque, boa parte desses poderes já está em mãos privadas, e empresa vive de lucro.
Precisamos começar a escolher muito bem o que vamos consumir e de que forma. Escolher empresas e produtos por sua idoneidade, pela qualidade e vantagens oferecidas. Empresas precisam querer nosso dinheiro, não o contrário. Precisam parar de nos incomodar com ligações não solicitadas. Se ninguém comprasse nada por telemarketing ativo ele não existiria mais. Precisamos pensar muito se é justo pagarmos cada vez mais por produtos com componentes importados se o dólar não para de cair. Lembra quanto custavam as coisas no começo do plano Real, quando era 1 para 1? Precisamos parar de fazer fila para ser o primeiro a comprar aquele tablet, ou celular, que chega aqui custando muito mais vezes seu preço original do que jamais vai ser a relação dólar/real, e só comprar alguma coisa quando o preço cair significativamente.
Somos roubados diariamente. E a grande revolução para a nossa geração vai ser crescer, abrir os olhos, se instruir e acabar com esse oba-oba.
O poder está aí e é só aprendermos a usar.

"You say you want a revolution
Well, you know
We all want to change the world
You tell me that it's evolution
Well, you know
We all want to change the world"

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Tempo e Liberdade


Sei que tenho forte relação com esses dois conceitos, que dificilmente conquistamos um sem o outro e que esse, provavelmente, vai ser o maior conflito da minha vida toda. A minha ansiedade faz com que o tempo passe muito rápido e, ao mesmo tempo, muito devagar para mim. Mais um paradoxo na minha existência de paradoxos.
É engraçado tentar trocar de assunto e sempre cair no mesmo lugar, o tempo, que acaba sendo quase um lugar para mim. Um lugar para onde eu quero ir, um lugar sem tempo onde eu tenha todo o tempo que eu quiser ou precisar. Isso, para mim, é o verdadeiro sentido de liberdade. Se fazer o que quer, quando quer e se quer.
Na minha atual situação, esse sonho só chegaria mais perto com mais dinheiro. O que eu  também acho engraçado, porque eu nunca fui ambiciosa no sentido ruim da palavra, nunca tive ganas de ser muito rica, sempre soube que algum conforto e segurança já me fariam plenamente feliz. E hoje, se anseio por muito dinheiro, é só para bancar essa liberdade que eu tanto quero.
Passar todas as semanas esperando dois dias de folga que passam num piscar de olhos me parece insano. Ter que cumprir horários pré-estabelecidos que não se adequam às necessidades das minhas tarefas parece pior ainda. Ter que criar num dia ruim ou não ter nada para criar num dia inspirado é pura burrice. E, mesmo assim, é assim que quase todos os negócios são tocados.
Fazer o quê?
Esperar o tempo passar e fazer planos por tempos melhores...

“Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines”

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Segunda-feira...

Só para variar, que é bem difícil um post meu no início da semana. Estou experimentando sentimentos conflitantes hoje... Meu fim de semana não foi lá aquelas coisas. Acontece com todo mundo. Mas, em compensação, estamos numa semana de lua crescente que promete, e estou positivamente ansiosa.
Às vezes, tenho umas “intuições”, um sentimento que eu não consigo explicar de “acho que agora vai”. Uma energia, parece, que se movimenta e é perceptível. Não sou exatamente uma sonhadora, sou otimista, mas sou muito realista. E mesmo assim, a sensação está aí.
Dormi muito mal essa noite e estou caindo de sono, como em toda segunda-feira que se preze. Mas minha intuição também está achando que vai ser uma semana melhor e por isso me animei a escrever algumas linhas hoje.
Pena que parece que tem uma gripe vindo me pegar...

“It's just another manic Monday
I wish it was Sunday
Cause that's my fun day
I don't have to run day
It's just another manic Monday”

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

About me... (um texto de sexta-feira diferente)

As coisas não estão das mais simples, mas já foram muito piores, então tudo que eu preciso agora é respirar, avaliar as possibilidades, e trabalhar de acordo com elas. Tudo vai se resolver, e logo.
Uma coisa que eu aprendi ao longo dos anos de convivência comigo mesma é que meu poder de decisão é poderoso. Eu mesma me saboto, muitas vezes. E quando eu coloco alguma coisa por escrito (escritos pessoais, não profissionais) é porque acredito piamente no que estou escrevendo. Não gosto de falácias. Mas como todo mundo tenho teorias empíricas, nas quais também acredito piamente. Tenho a necessidade de me sentir especial, e acho que sou especial, mas também tenho consciência de que, se todo mundo for especial, todo mundo é comum. Incluindo eu.
Divagações à parte, comentei num blog essa semana sobre as patacoadas de “dia do orgulho hétero” (http://inacio-a.blogosfera.uol.com.br/2011/08/03/orgulho-heterossexual-e-apenas-eufemismo-de-discriminacao/) e coloquei uma posição que acabou criando ramificações na minha própria cabeça. Disse que sou contra manifestações do tipo “Parada Gay” (não tenho nenhum tipo de preconceito, a minha posição é social), e cheguei à conclusão que o homem social é basicamente um idiota. Que tantos dos problemas e mazelas que os grupos de pessoas passam hoje vieram do próprio homem e, pior, de homens que já morreram há centenas de anos. Tenho uma posição muito particular, e meio irrevogável, do que constitui a sociedade de hoje. E acho que se cada pessoa parasse para pensar em si mesma como um pequeno universo, chegaria a conclusões parecidas com as minhas.
Todo mundo mente, já dizia House. Uns mais, outros menos. Uns para bem, outros para mal. Mas todos temos essa capacidade. Todo mundo muda de ideia. Todo mundo manipula, por diversos meios. Todo mundo tem interesses próprios (não, eu não acredito em altruísmo puro). Todo mundo quer felicidade e conforto. E, como eu já disse, todo mundo quer se sentir especial.
Partindo dessas premissas, por quê seria tão impossível imaginar que todo preconceito foi plantado pelo próprio homem? Alguns poucos homens há milhares de anos, talvez por motivos diferentes aos que geram o preconceito feio que sentimos hoje, mas ainda assim, plantado? E pior! E se tudo não passasse de um grande mal-entendido?
Penso a mesma coisa das religiões. Foram inventadas por seres humanos para explicar o inexplicável. Simples assim. Não acho que sejam ruins, acho que algumas têm muitas coisas ruins, e muitas têm coisas boas. Ruim é quem acha que a religião é verdade absoluta (tem noção mais louca do que essa?) e usa para justificar comportamentos. Religiões (todas) foram inventadas pelo homem.
Desta forma penso sobre várias outras coisas, mas já esclareci meu ponto. E ele termina num momento John Lennon que eu tive de que pessoas são pessoas, que as diferenças existem sim, mas só socialmente. Diferenças que causam preconceito foram inventadas pelo homem, em todos os níveis. Bebês não fazem nenhum tipo de discriminação e lambem até cachorro. Bebês gostam de outros bebês porque todos são bebês.
Eu sempre achei que pensava assim, e a epifania foi descobrir que eu realmente acredito nisso. Pessoas são pessoas, não importa nada. O que importa, e para mim o que as define é, sim e somente, seu comportamento. Muita gente, na minha visão, se beneficiaria muito com uma atitude muito simples de olhar o quadro todo de fora dele, enquanto se coloca como personagem principal. Quem quer sofrer preconceito? Quem quer se sentir perseguido? Quem quer ter medo? Ninguém. E é aí que eu empaco e não consigo entender o porquê de inflingir esse tipo de coisa a outro. Só porque ele é o outro? E quando o outro for eu?

"Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today"

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Carta à minha dona

Minha querida dona,

Estou me sentindo tão abandonado! O que está acontecendo com a nossa relação? Um dia fui criado e, muito serelepe, achei que seria alimentado diariamente, com muito amor, carinho e atenção. Com o tempo, outros blogs até me avisaram que seria assim, passei a me contentar com conteúdos semanais e, às vezes, até mensais. Fingi que estava tudo bem e distraí minha solidão relendo conteúdos antigos. Muitos já sei de cor.
Aí veio a fase do “um por ano”. Quase morri de depressão! Como é que você pôde? Que jornalista em sã consciência acha que um blog sobrevive com um post por ano? Tá achando que eu sou imposto de renda ou seguro do carro? E os meus sentimentos? E as minhas páginas vazias ecoando o seu desprezo pelo espaço que tão altruístamente lhe entrego???
Ok... Passou.
Depois de tanto entoar os mantras do seu passado, minha dona, como que atendendo às minhas preces, você voltou. Mais assídua do que nunca, houve semanas que recebi mais de um post! Eu estava tão feliz. Achei que os bons tempos haviam voltado e que você havia percebido, como eu, que não podemos viver um sem o outro. Afinal, mais que um simples blog, sou seu confidente e arquivo indelével (pelo menos até o Google mudar de ideia) de suas aventuras e desventuras.
Voltei a ter o prazer de acompanhar sua vida de perto, como um bichinho que vai sempre com você, aonde quer que seja. Testemunhei alegrias e tristezas e como um bom cigarro, sempre lhe fiz companhia (não que exista cigarro bom, mas também acompanhei sua luta frustrada para se livrar dele e estarei aqui quando você tentar de novo).
Tudo estava indo bem quando, de repente, sem aviso nem sinal, você executa mais um truque de desaparecimento. Eu sei que faz só pouco mais de duas semanas, mas para mim isso já é uma eternidade. E o medo de você não voltar? De me esquecer e me deixar ao léu por meses a fio? Não. Tenho que me manifestar já. Até porque se você continuar brincando assim com minhas linhas posso um dia, simplesmente, ficar doente, perder toda minha programação e deixar de existir.

Ass. Quasi Perduta (seu blog)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Hoje nem posso assistir novelas...

Estava voltando do fórum do jeito que mais gosto: de ônibus elétrico, ouvindo rock and roll... De repente me deparo com uma cena que me provocou tamanha tristeza e sentimento de perda misturado com solidão.
Vi um casal se despedindo ou se encontrando na porta de sua casa, com abraços, beijos e sorrisos. Ai que saudade! Que saudade de amar e ser amada, de verdade. Tive um marido, durante 13 anos, que para mim, pelo menos durante uns 10 foram maravilhosos. A gente se beijava muito bem, transava muito gostoso e trabalhavamos muito, não tínhamos grana, mas eramos tão felizes... Que doía, doía nos outros pois levantou muita, mas muita inveja... E assim acabamos separados. Ele pagando algum tipo de penitência ao lado de uma mulher "opaca" e ainda se acabando vivendo mal a velhice, nem sei se é feliz...
Depois me encontrei com uma pessoa que que acreditei ser "o" amor de minha vida: doce ilusão! Mais decepções, lágrimas, tristezas e principalmente, desapontamentos.
O terceiro foi aquele que a Teresa aqui deu a mão, mas ele é casado e ai a coisa pegou. Eu não poderia destruir, ou pelo menos ter a sensação de contribuir para a destruição de um casamento, assim como o meu foi destruído. Não foi covardia não, foi uma imensa sensação de estar fazendo tudo errado. Ai resolvi fazer o certo, quase morri, mas me afastei.
Ai hoje, diante daquela cena, me acabei, quase paguei o mico de me verem dentro do ônibus chorando, lembrando, sofrendo... Por amor, o mais puro amor.
Assim, hoje nem posso assistir novelas, ver beijos, abraços relacionamentos amoros, senão eu sei que vou chorar e isso definitivamente eu não quero, só por hoje.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Candy, eu?

Outro dia estava tendo uma conversa com o meu amor, sobre a existência de demônios, que ele acredita e eu não. E eu disse a ele uma coisa que, no final das contas, é o resumo de tudo que eu vivo e acredito: o céu e o inferno são aqui mesmo, estão dentro de nós e cada um deve viver como quer que a vida o trate. Simples assim.
Aí estava lendo uma matéria sobre otimismo e como uma neurocientista israelense diz que otimismo demais também não é bom (http://folha.com/eq941968). Ela pode ter razão, e aí eu me coloquei a pensar se sou tão otimista assim. E cheguei à conclusão que não, tudo bem comigo (hehe).
Acho quase divertido como o ser humano precisa pensar sobre a vida e a felicidade. Como inúmeros pensadores já imprimiram seu ponto de vista à história como se fossem grandes verdades. Como os seres humanos funcionam em ondas e até a maneira de ver o que se quer depende do que está na moda.
Me considero uma pessoa equilibrada. Não estou buscando o ideal cinematográfico de felicidade. Eu brinco que o dia que tiver minha piscininha em casa estou bem, não vou precisar de mais muita coisa. Meu otimismo é balanceado, sem delírios de ambição.
Por isso não compreendo os desequilíbrios que levam o ser humano a precisar estudar tanto o ser humano. Se as pessoas não fossem loucas, tava tudo certo. Se o poder de apreensão e compreensão fosse igual para todo mundo, também.
Porque, no final das contas, dinheiro ajuda mas não constrói tutano. Tem que querer. E para contradizer a mim mesma, e citar um dos movimentos históricos, sou extremamente humanista. Acredito tanto no ser humano que sou capaz de ser até um pouco utópica. Mas isso também significa que acredito piamente na capacidade que esse mesmo ser humano tem para a estupidez pura e simples.

“You pretend you're high
Pretend you're bored
You pretend you're anything
Just to be adored”

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Schwarze

Uma segunda-feira que quase encaixa com o fim de semana meio triste, de cismar de ver jogo na televisão (coisa que eu quase nunca faço) e sofrer com as derrotas do país. Patriotismo que eu quase nunca sinto também. O resultado foi um afogar de mágoas que está complicando meu começo de semana.
Sonhei com uma pantera negra essa noite. Algumas maluquices completamente fora de lugar começaram a sessão do meu subconsciente, mas isso é normal. Em seguida veio o ambiente limpo, futurista, eficiente. E eu era algum tipo de carcereira de pessoas e criaturas que estavam fugindo não sei do quê. Optei por deixá-los livres, pessoas e criaturas, para que descobrissem que não havia como fugir, nem para onde. E percebessem que eu não faria mal.
Uma das criaturas era a tal pantera. Super negra e totalmente enorme que eu vi correr e voltar. E deitar-se aos meus pés como um gatinho pedindo carinho. Eu que estava cautelosa com ela entendi que, a partir daquele momento, ela era minha. Minha companheira e minha segurança. Minha força.
E me afeiçoei tanto ao bicho que me foi dolorido acordar, já saí da cama com saudades e estou com saudades até agora. Espero que ela venha novamente me visitar, nessa ou em outra noite.
Às vezes meus sonhos me trazem mensagens e ainda estou tentando descobrir empiricamente o que me trouxe a pantera. Da última vez que eu pedi orientação fui visitada por uma deusa negra, linda e muito grávida, em um cavalo branco. Ela me disse que tudo ia ficar bem, que eu faria as escolhas corretas, que eu estava gestando meu futuro.
Minha pantera também é negra como a noite. Minha força parece se manifestar dessa forma, fantasiada de obscura mas, na verdade, trazendo as imagens certas para me impressionar e fazer com que eu perceba a mensagem. É meu lado “mau” trazendo o melhor de mim para mim.
Mas, mesmo que eu não descubra o significado, o olhar daquele bicho, o pêlo macio, quente, sedoso e muito negro, e o peso e calor de algo tão poderoso deitado no meu colo, vão ficar comigo um pouco mais ainda. E são bem vindos.

“I see a red door and I want it painted black
No colors anymore I want them to turn black”

domingo, 10 de julho de 2011

Surpresa boa!

Há mais ou menos um mês atrás meu sobrinho me convidou para uma balada chamada "Energia na Véia"... Comprou o convite e me explicou que é a festa anual de uma rádio FM de SP chamada Energia 97.
Isso me levou de volta aos anos 80, quando minha turma de amigas e eu íamos as festas da rádio Jovem Pan e da TOCO. Os conjuntos e os DJ's se matavam literalmente para participar e nós, o público, nos acotovelavamos para assistir esses eventos que eram ma-ra-vi-lho-sos!
Dançavamos a noite inteira, madrugada a dentro, saíamos mortas de cansadas, mas extasiadas...
E assim foi ontem... Neste evento de nome engraçado com os DJ's tocando maravilhosamente as músicas mais dançantes de minha adolescência até meus trinta/quarenta anos. Relembrei os "passinhos" que fazíamos nas festas e casas noturnas que frequentavamos. Me diverti até perder as pernas, os joelhos e a dignidade, porém só sentei as 3 da manhã, quando já estávamos prontos para ir embora pois chegamos as 18:30 no sambodromo ...
O que mais me surpreendeu foi o público, tinha gente de 05 até 60 anos de idade, famílias, namorados, turma de amigos todos se divertindo muito mesmo. Isso tudo prova minha teoria que é a seguinte: as pessoas querem festas, eventos e qualquer outro tipo de entretenimento musical que tenha música boa para se dançar! Estilos variados, porém que tenham ritmo, que sejam dançantes. Por isso é tão difícil sair e dançar a noite toda até "morrer", o pessoal das casas noturnas demoram para perceber isso e os poucos que já perceberam cobram caríssimo para a gente participar...
Lembrei até do dia que levei minha sobrinha mais velha para sua primeira balada, na Overnight, que foi lembrada por um DJ, bem como foi falado das festas da Toco e tudo mais. Matei a saudade dessas baladas, mas nem pensem que é saudosismo barato, pois como disse essas festas são maravilhosas!
Obrigadissima ao meu sobrinho que desde sempre me garantiu que iríamos curtir de montão e foi a mais pura verdade!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma pausa

Algum tempo ausente, coisa que sempre me aborrece um pouco. Mas a vida da gente é assim, com ânsias que mudam de tempo e lugar a todo minuto. Antes soubéssemos como controlá-las.
Hoje, por exemplo, estou com a sensação de que fui dormir criança e acordei muuuuuito adulta (apesar de pessoas muito adultas não escreverem muuuuito adultas). Minhas amigas todas têm filhos. E falam sobre filhos. E as amigas das amigas falam sobre filhos. Meu pai quer um neto a todo custo. E eu nem gosto nem desgosto de filhos. Só acho, numa avaliação bem fria e “objetiva” que se passa muito tempo falando de filhos e pouco pensando no que se pode fazer para melhorar a vida deles no futuro. Não me refiro às amigas citadas, nem sei como elas estão criando os respectivos filhos. É só uma sensação generalizada de quem vê antas rematadas dando sukita na colher para bebezinhos que nem andam ainda.
Acho que as pessoas estão com muito medo de dizer não às crianças. E já que os filhos estão, aparentemente, no meu futuro próximo, fico com meu radar de jornalista tentando entender o que está acontecendo com mães e pais modernos, para misturar isso com meus valores, não repetir os erros de minha mãe e tentar traçar um plano. E quanto mais eu penso nesse plano, mais eu vejo o quanto ele é complicado.
E é aí que eu percebo que virei adulta. Uma adulta com um medo danado de só falar sobre filhos.

“I don't need no one to tell me about heaven
I look at my daughter, and I believe”

quinta-feira, 16 de junho de 2011

PERDAS ...

Fui para Ubatuba, Litoral Norte de SP, na semana passada e fiquei uma semana, resolvendo alguns problemas e fazendo o que mais gosto nesta época do ano: tomar sol de inverno caminhando a beira mar! Estava simplesmente um espetáculo! Quase me esqueci que stou desempregada, sem dinheiro algum, com um curriculum super valorizado, porém que não está me servindo de nada!

Quando caminho na praia sozinha aproveito para refletir mais profundamente na vida e em seus acontecimentos, as vezes até bizarros...

Bizarrices à parte, me veio a mente as perdas que sofremos durante a vida e que, teimosamente, por mais que tentemos segurar, como areia fina e seca escapam pelas nossas mãos e acabamos perdendo...

A mais trágica foi a morte de meu pai. Uma semana antes de seu infarto fulminante, percebi os sintomas, falei com meu médico, cedi minha consulta pra ele, mas ele não quis ir brigando comigo e dizendo que estava com gripe. Essa foi punk! Me culpei por anos. Assim perdi meu pai.

Depois dessa foi o marido que não morreu, mas nos separamos e hoje nem meu amigo não é mais. Sei lá o que a vida fez com ele que o transformou numa pessoa totalmente diferente daquela que se casou comigo. Vai saber né? Assim perdi meu marido e um dos meus melhores amigos.

Depois foi minha irmã mais velha, que era minha ídola, minha heroína de infância, aquela que eu protegia com unhas e dentes do meu pai "déspota" das décadas de 60 e 70. Com o casamento dela esta jovenzinha aqui, que na época tinha 16 anos, foi morar com o casal um ano depois, um pouco antes da minha sobrinha mais velha nascer eu já estava lá e fiquei, creio que mais uns três meses depois. Com o passar dos anos as divergências entre nós foram ficando muito, mas muito constantes e cada vez mais sérias, assim, infelizmente, mesmo antes dela falecer a gente já tinha se perdido, nosso contato era apenas em ocasiões sociais em que as duas deveriam estar e o clima era o politicamente correto, nada mais. Assim perdi minha irmã.

E assim, vamos perdendo um amigo aqui, um namorado ali, e nem sempre o motivo é "morte matada ou morrida", simplesmente não conseguimos segurar determinados relacionamentos por eles terem que seguir seus próprios caminhos, nada podemos fazer.

A sorte é que para cada perda surgem novos relacionamentos que nunca são iguais aos que perdemos (quem poderia preencher o vazio deixado por uma irmã que era nossa companheira inseparável, mesmo que ela nem gostasse tanto da idéia, pois eu era 8 anos mais nova!), novos amigos, novos amores e assim por diante.

Também temos as separações físicas, daquelas pessoas queridas que são nossas amigas, não temos brigas nem desavenças muito sérias, porém estão distantes por circunstâncias da vida.

É o caso de duas pessoas muito minhas queridas: uma prima irmã que conviveu comigo praticamente toda a nossa infância e adolência, até a gente se casar e minha sobrinha mais velha, que vi nascer e com o passar dos anos se transformou naquela quase substituta da minha irmã, pois nos tranfarmamos em companheironas de joranada. Olha o que a vida nos prepara: com o passar dos anos tanto a prima, como a sobrinha foram "levadas" para o sul do país (Sta. Catarina e Paraná) e, então, houve esta perda de contato físico constante, pois o psiquico, não se enganem, quando o relacionamento é tão profundo quanto esses dois nunca, mais nunquinha a gente perde.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Abandono

Não tem pior sensação que a de abandono. E eu estou me sentindo meio abandonada já há algum tempo. Não sei bem por quem. Não sei bem porque. É só aquela sensação de que não tem quem me salve se eu começar a cair. O que é um perigo porque é o primeiro passo para um escorregão. Believe me, I know.
Hoje, um dia feio de doer e frio demais, estou meio vazia de pensamentos felizes e otimistas. Acontece.
Todo mundo tem desses.


"'Cause everybody hurts
Sometimes
Everybody cryes"

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sexta-feira de novo?!?!?!

Ou Chronos tá com pressa, ou o Superman tá dando uma voltinha pro lado errado da Terra. Eu mal processei o fato de que a semana passada estava acabando e essa aqui acabou também. O que está acontecendo?
Claro que eu adoro semanas que acabam logo, quem não gosta? Mas a impressão é que os fins-de-semana acabam indo embora quase no mesmo ritmo e se continuar assim, daqui uns meses eu estou me mudando pro asilo... hehehehehehe
Não sei se é algum alinhamento doido de planetas, mas como está passando depressa, não? Só me preocupo, já que minha relação com o tempo é meio conturbada, de passar meus dias mais ansiosa do que eu já sou. Com medo de um dia acordar e descobrir que os anos se foram.
Faz a gente pensar. Talvez esse seja um sinal cósmico de que está na hora de aproveitar mais a vida, fazer mais coisas que se gosta e parar de se preocupar tanto. Hora de esquecer as desculpas, ir para a academia, começar o cruso de inglês (ou no meu caso retomar o de alemão) e dizer mais “eu te amo”.
Antes que seja tarde demais.


“And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun”

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Que surpresa agradável!

Na última postagem falei a respeito do que sinto sobre as segundas feiras e as possiblidades de uma nova semana, bem, aconteceu. Numa consulta rotineira à ginecologista, terça feira, levei um exame que revelou o que já desconfiava: estou na menopausa!!!!!!
Minha médica sempre me achou meio louca de querer que esse momento da minha vida chegasse logo, pois, na minha lógica, fui operada para não ter mais filhos aos 27 anos e minhas TPM's sempre foram tranquilas, porém depois dos quarenta virou um verdadeiro inferno.
Agora, depois de várias fases: meses pulados com e sem menstruação, TPM sem menstruação inclusive, hoje passo momentos "normais", sem hormônios enlouquecidos, sem me enlouquecer por qualquer motivo, sem choro sem motivo algum, creiam existe uma vida muito melhor e estou experimentando agora aos 49 anos.
Assim, estou feliz e tranquila pois meus exames estão muito bons e, de uma vez por todas: ADEUS TPM!!!! Hahahahaha!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O que queremos?

Comecei a escrever uma matéria sobre motivação, baseada em um livro do Daniel Pink que afirma que todos os conceitos de motivação que vivemos hoje, da recompensa ou castigo, são ultrapassados e não funcionam. Se a gente parar para pensar, não precisa ser um gênio para saber que ele está certo. Só precisou de talento para perceber que ninguém percebia isso antes.

O que a gente faz melhor? Aquilo que gosta de verdade. Do que sentimos orgulho? Daquilo que fazemos utilizando nossos verdadeiros talentos.
A gente ouve sempre os grandes artistas dizendo que o segredo é fazer o que se ama, e eles estão mais certos do que parece. Não naquele nível impossível de “claro que eu também ia ser feliz se fosse o Paul Stanley”, mas num nível muito mais passível de realização, no nível daquilo que fazemos todos os dias.
Em qualquer situação, em qualquer emprego, sempre podemos encontrar um pouquinho de prazer. Se não, a única coisa a se fazer é partir para a próxima, por mais difícil que seja. A mesma coisa com relacionamentos. Todos eles têm potencial para gerar pequenas alegrias e trazer à tona os amores que sentimos pelas pessoas.
Apesar de alguns tombos que eu tenho tomado recentemente, acho que ando tentando enxergar um lado mais positivo das coisas. Acho que ando querendo ser mais feliz. E isso também pode se tornar um grande motivador, se eu quiser que seja.


“If there's anything worth my love it's worth a fight
We only get one chance
But nothing ties our hands”

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Segunda feira...

Sempre gostei das segundas e das possibilidades que elas podem nos trazer. Porém, hoje com a gripe que peguei ontem a noite, a única possibilidade é a que estou exercitando: dormir. Largada no sofá, sem poder fazer nada, a nao ser encher o saco da minha mãe pedindo coisas, só sinto um sono danado. Hoje, agradeço por trabalhar em casa e não ter prazo algum para cumprir...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Bons momentos

Todo mundo tem bons momentos. A gente tende a reclamar, quase o tempo todo, e isso está começando a me irritar um pouco. Eu faço também, não estou me eximindo da culpa. Parece que reclamar faz com que a mudança apareça, ou se torne possível. O círculo vicioso, no entanto, deixa a gente mal. E para baixo.
Acabei de voltar do almoço e a comidinha estava bem gostosa. Bom momento. Coloquei um salto alto demais hoje, mas voltando da rua pude me sentar novamente à minha cadeira. Hoje é sexta-feira. Em uma empresa, numa cidade vizinha, tem alguém que me ama muito e com quem hoje divido minha vida. Já escolhi a cor do esmalte para essa semana. Estou indecisa entre uma visita à locadora e uma sessão de cinema. Bons momentos.
Acima de tudo, tenho condições de conviver com pessoas ótimas, todos os dias. Tenho condições, mesmo que não ideais, de exercitar meus talentos, todos os dias. Tenho talentos que me permitem o exercício quando e onde eu quiser. Qualquer pedaço de papel serve, e na falta, minha mente quase sempre dá uma boa plataforma. Se eu não estiver ocupada demais reclamando.

"I know there is a curse in each and every wish
but i wish you'd come before, i wish you never leave"

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Manual da Mulher Moderna - 4

Tem muita mulher que acha que homem tem que adivinhar pensamento e reagir de acordo, o que é maluquice. Mas quando a gente resolve expressar tudo que quer e precisa eles simplesmente param de ouvir porque aí a gente está só reclamando o tempo todo!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Que gripe!!!

Fazia tempo que eu não ficava assim... Quatro dias de cama, numa gripe fenomenal que ontem me deixou até meio cega. Sabe quando o nariz finge que vai espirrar, não espirra, trava a testa, enche o olho d'água e dá aquela fotofobia fdp? Então eu tava assim. De manhã cedo foi o pior (ontem eu tentei ir trabalhar) uma belezinha, eu dirigindo, deu a coceira, o olho encheu de água e fechou e, para piorar, os meus óculos começaram a embaçar porque está frio e eu estava lacrimejando. Um horror! Quase bati o carro... seria trágico se não fosse cômico. Hehehehehehehe

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sexta-feira 13!

Adoro sextas-feiras, todo mundo sabe. 13 então, são as mais legais. Fica todo mundo meio besta, meio supersticioso, o que aumenta a espiritualidade geral e a energia corre solta! Acordei gripada... Tô curando uma herpes daquelas bem cosméticas na boca. Mas vale. Hoje vou comemorar meu aniversário do jeito que eu gosto: boteco, happy hour, muito vinho... E aqui tá um frio danado. Se não fosse a gripe, ia ser perfeito.
Só espero que o tempo passe logo e chegue meu horário de começar o fds. Mesmo que eu passe boa parte dele de cama, de molho. Nem ligo. Tenho um namorado fofo para me cuidar, TV e DVD para instalar no quarto, temporadas novas de Big Bang Theory para assistir e o friozinho de Curitiba para fazer com que a minha estadia na cama não seja desperdiçada. Podia ser pior.

"Take me out, tonight"

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Momentos Decisivos

Há momentos na vida que devemos tomar decisões. Quando ainda crianças, para a maioria das pessoas, brincar ou comer... Na adolescência estudar ou vadiar e, ainda, enlouquecer os pais...

Aí chega a fase adulta: aqui as opções são tantas que muitas vezes nos perdemos... O meu exemplo: depois de uma infância, digamos incomum, estudei muito na adolescência e quase adulta casei. Tive duas filhas, assim vida profissional interrompida, pois nesse momento as vezes tomamos essas decisões, naquele tempo, quase 25 anos atrás, não haviam programas para as mulheres amamentarem enquanto trabalhavam, nem creches confiáveis, assim neste ponto a decisão foi priorizar as filhas.

Voltando ao trabalho e, neste ponto, priorizando a família, a decisão foi aplicar as economias na casa, na família. Adiando sonhos, estudos complementares, viagens, tudo...

Não sentimos o tempo passar, assim sempre temos a impressão que não envelhecemos. Ainda no meu caso, com quase 50 anos, ainda não entendo onde encontro ânimo para seguir e perseguir os objetivos pessoais. Ha dois anos atrás fiz duas especializações e amanhã vou começar um curso de inglês avançado para apereiçoar o meu curriculum, que já é muito bom, porém a lingua estrangeira faz muita falta, quero um emprego melhor.

Assim, concluindo, a vida é curta, mas a gente nem sente isso, a energia que temos é mesmo infinita, portanto a decisão de hoje em diante é ME priorizar, priorizar minha carreira e viver a vida, intensamente...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Post 33

E aí eu fiz aniversário... Acordei ontem com uma bolinha de herpes na boca, e o dia mais feio e frio do mundo estava atrás da cortina do meu quarto. Típico. Passei minhas horas com aquela sensação de peso que sempre me acompanha em aniversários, uma tristeza, talvez a sensação de que alguma coisa acabou. E, na verdade, é isso mesmo. Acabou mais um ciclo, e hoje a sensação já é um pouco diferente, é uma sensação de possibilidades enevoada só pela ressaca, que afinal é com vinho que eu comemoro. Até o sol voltou hoje, o desaforado. E amanhã estarei ainda melhor, espero.

Feliz ano novo para mim!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pre 33

Segunda-feira eu faço 33 anos. Não é um grande marco, não é como completar mais uma década, mas meus aniversários tendem a me deixar um pouco ansiosa. Talvez porque eu sempre tenha gostado tanto de aniversários, aquele momentinho do ano em que todo mundo lembra da gente, é bem gostoso.
É também mais uma prova de que o tempo está passando, e minha relação com o tempo tem sido sempre um pouco conturbada. Não é medo de envelhecer. Cada década fechada me traz um pouco mais para perto de mim mesma, e eu adoro! Quando eu fiz 30 tantas coisas mudaram, tanto de mim se encontrou, tantos nós foram desatados. Foi muito bom e eu percebi que estava certa em querer muito chegar a essa idade.
A experiência me provou que fazer 40 vai ser ainda melhor. Então não tenho medo. Mas o tempo que passa sempre me deixa um pouco nervosa. A certeza é que dura só mais dois dias. Segunda-feira meu momentinho chega e logo passa. E tudo volta ao normal depois.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Manual da Mulher Moderna - 3

Bom, como já escrevi aqui, mudei de cidade e de estado, tudo de uma vez e sozinha. Conselho de amiga, faça amizade com o zelador ou a síndica do prédio (ou os dois) já de cara. A minha síndica foi quem me salvou quando, 4 meses depois da mudança, meu apartamento foi arrombado. Quem ia me levar na delegacia? Eu nem sabia onde ficava! E como eu ia achar um chaveiro sem poder sair de casa porque a porta estava arrombada?
Esse causo já é velho, mas o conselho é bom.
Outra pérola da mudança de CEP me aconteceu essa semana. Fui renovar a carta de motorista, de SP claro, que eu tenho só há quinze anos, e o Detran aqui do Paraná me obrigou a fazer a prova de direção defensiva e primeiros socorros de novo! Sei que a lei é de 1997 e minha carteira é de 1996 e que levou algum tempo para todo mundo passar pela legislação (eu mesma só fiz a prova na renovação de 2006, não na de 2001), mas convenhamos, como é que em 2011 eu teria uma carteira válida se já não tivesse feito essa maledeta dessa prova? Mas aí... “Tem que regularizar com a legislação do Paraná”, foi o que o gênio do órgão público me disse.
Ok, faço de novo esse treco que vai me dar menos dor de cabeça. Fui lá hoje de manhã, fiz, passei bonitinha, tudo certo. “Agora é só marcar o exame médico”, diz o segundo gênio. Mas o terceiro gênio foi o melhor de todos... “Vamos marcar seu exame, DEPOIS que a gente marcar você vai ficar sabendo aonde e a hora exata. Você só pode escolher o dia e a hora aproximada”. Einh???

Minha dica desse Manual é uma só. Mulher moderna tem que estar preparada para TODO tipo de absurdo. E ponto final.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Preguiça adquirida?

Por que será que o povo hoje parece tão incapaz de protestar? O que será que aconteceu com a minha geração, e outras anteriores e posteriores, que a tudo assistem e não fazem coisa nenhuma? Eu estava lendo agora sobre uma CPI que, apesar de ser mais do que necessária, foi abandonada pela política de boa vizinhança entre a prefeitura e a câmara de vereadores de Curitiba. Mas essas coisas não acontecem só aqui. O país inteiro assiste, todos os dias, o nível de desrespeito com o qual o povo brasileiro é tratado. E por quê a gente não faz nada?
Eu, pessoalmente, admito que não sei o que fazer. Já pratiquei a alienação e continuo acreditando que a ignorância é uma bênção, mas não consigo mais. E, sinceramente, verdadeiramente, não sei o que fazer. Campanhas virais da internet, por e-mail ou do tipo causes do Facebook, me parecem todas grandes engodos para que cada vez mais empresas nos encontrem. Se funcionasse funcionava, simples assim.
Me sinto acomodada e incompetente. É ótimo ouvir o Boechat todo dia de manhã espinafrando esse tipo de coisa e perguntando aos filhos desses políticos se eles não têm vergonha dos pais. Mas Boechat não vai fazer nada sozinho, e não é jornalista bufando que vai resolver o problema. Eu que também sou jornalista sei como é importante, mas não resolve. Até porque Requião tirou o gravador de um jornalista ainda na semana passada. Vai que vira moda?
Aí a sensação é que não faço nada porque não quero. Que eu estudei tudo que eu estudei para constatar que é tudo um horror mesmo e ficar reclamando, com critério, claro! Mas ninguém faz nada, as figuras públicas e formadores de opinião, que com muito menos recursos há décadas atrás levantavam as pessoas e apoiavam movimentos que valiam a pena, hoje só vão para a TV pedir doações. Ninguém mais é engajado.
Talvez a culpa não seja toda minha, no final das contas. Vai ver está bom para todo mundo e eu que não percebo. Quem sabe não estou sofrendo de paranoia? :P

“Master of puppets i'm pulling your strings
Twisting your mind and smashing your dreams”

segunda-feira, 25 de abril de 2011

E Acabou o Feriadão....

Este feriado prolongado foi sui generis por vários motivos: bem no comecinho, dia 20 a noite, foi a festa surpresa pelo aniversário da minha caçula, a Bá; Teve colaboração da família inteira, agradecimento especial a Bruna (filha) e a Bruna (sobrinha), mais a turma do trabalho dela, principalmente da chefe, foi tudo perfeito. Quando ela entrou em casa, acendeu a luz e gritamos: "SURPRESA!" ela ficou atordoada, chorou, não entendeu nadica de nada, pois o combinado era irmos para um barzinho e olhe lá. Dezenas de bixigas coloridas enfeitando a casa que, a pedido dela, ficaram nas paredes até domingo, a festa foi quarta.
No dia seguinte veio a sobrinha querida de Curitiba, Karina, fui visita-la na sua chegada, ela estava exausta pois veio dirigindo e, lógico, teve congestionamento na estrada, ninguém merece!
Nos reunimos, quase toda a família, na sexta de noite, na casa do Fê irmão da Karina e teve de tudo: bebedeira, amigo gringo, gente passando mal, muitas conversas gostosas, tudo de bom.
Depois dessa reunião o sábado foi tranquilo, todos em suas respectivas casas, para no domingo comemorarmos a Páscoa na minha casa, com direito a lasanha, peru, batata assada e quase toda a família reunida, pois infelizmente, a Ka já tinha voltado para Curitiba.
Nesses feriados especiais é que vejo o quanto é bom termos família e a termos perto de nós, nem que seja com data marcada.
Hoje que estou mais madura consigo entender essa característica que era do meu pai: reunir todo mundo e sentir a satisfação de todos juntos formando uma energia tão gostosa...
Bem, esta postagem está com "gosto" daquelas redações que fazíamos no primário: "Minhas Férias" ou "Meu Final de Semana", que os professores faziam a gente escrever para pararmos de conversar.
Assim, com esta postagem, também sossego meus pensamentos e perpetuo tudo o que passamos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Jabor

Nada como um bom e velho artigo do Jabor para me colocar a pensar na vida. Hoje vi uma foto do Collin Farrel na refilmagem da Hora do Espanto, ou Casa do Espanto? Sei que são filmes diferentes, mas até o site que publicou a tal foto se confundiu. Não importa. A questão aqui é que está vindo uma grande nova onda cinematográfica que me dá frio na espinha , me embrulha o estômago e instaura o desespero, tudo ao mesmo tempo. A onda de remakes de filmes da década de 80. Aqueles que a minha geração levou anos para assistir porque até chegar no Brasil e passar na Globo nós já estávamos quase saindo da adolescência. Alguns tão frescos ainda para nós, tão emblemáticos da nossa juventude que não me entra na cabeça querer refilmar Flashdance, ou Footloose. Outro dia vi em algum lugar que Curtindo a Vida Adoidado ia ganhar nova versão. Para quê???
Será que a molecada de hoje não consegue apreciar a malandragem do Ferris do jeito que Mathew fez na época? Kevin Bacon pode não ter mais aquele corpinho mas, tirando uma polaina ou outra, o que tem de tão ultrapassado no original? Kevin ainda é charmosérrimo e as polainas até voltaram (ops!).
Não estou defendendo obras-primas, eu sei. Mas quem ganha alguma coisa com esse tipo de remake, além dos estúdios? Pode ser preciosismo meu, ou até possessividade. Só que constatar isso não melhora as coisas para o meu lado. Estou com muuuuuito medo dessa nova onda que, para não perder a atualidade, tá com mais cara de terremoto seguido de tsunami.

"I'd start a revolution, if I could get up in the morning"

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ansiedade

A ansiedade é tanta que estou escrevendo esse texto que posto hoje ainda na segunda-feira. Vem aí mais um feriadão e, dessa vez, vamos pegar o carro e ir a São Paulo com nossa amiga Elaine. Feito inédito, eu e essa amiga só viajamos juntas até hoje a trabalho. Sempre quis que ela conhecesse meu canto na minha cidade, daquelas coisas. E eu que já não sou exatamente serena, passo tanto tempo antecipando o que virá que quase não curto o evento em si. E quando eu me der conta, estarei choramingando o fim do feriado, lá no domingo.

“What will it take to show you that it's not the life it seems?”

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Broken

Alguma coisa quebrou. Não caiu, não fez barulho, não deu aviso. Apenas quebrou e eu sinto que quebrou. Tem conserto? Não sei, só o tempo vai dizer. Me preocupa sair da desconfiança para a expressão, por escrito, do sentimento. Quer dizer que não tem volta? Quase, mas nem sempre. Uma dorzinha, bem funda, mas ainda bastante reprimida. O que será que quebrou? Essa é a parte que ainda não se revela. E eu fico sem saber se, quando acontecer, será melhor ou pior.

"On broken wings I'm falling, and it won't be long"

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Convites impossíveis

Finalmente uma semana que está passando. Algumas decepções que espero, também passem. Promessas quebradas e convites impossíveis. Mas a coisa é assim com todo mundo, não é? Então eu preciso é controlar minha supersinsibilidade e querer menos das coisas. Sem depressão ou derrotismo ou (pior) conformismo. Só querer menos pelo bem da minha própria mente. Para baixar o nível de ansiedade.
A vida vai indo muito melhor do que já foi. Muito melhor do que eu poderia imaginar esse ponto antes de chegar nele. Definitivamente melhor do que imaginei antes de vir para essa cidade. E ao mesmo tempo que travo uma luta épica com a minha ansiedade, sinto como se a serenidade fosse cada vez mais forte em mim. Mais um dos meus paradoxos que não confundem apenas as pessoas, confundem a mim mesma também. Serenidade mal colocada, talvez. Que ainda não achou o caminho de mim.
Ou será que fui eu que não achei?

"Through the glory of life, i'm scattered on the floor, disappointed and sore."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Parafraseando nossa colega de blog...

Hoje é sexta feira... Dia de comemorarmos o final da semana útil, o que é muito útil para quem está empregada, não é esse meu caso, assim não sei bem o que comemorar (?). Passei por experiências diferentes durante esta semana, por exemplo, recordei, na prática, o ser dona de casa que habita em mim, foi, no mínimo, interessante. Adoro as panelas, cozinhar para mim sim é um ato de amor, experimentei transformar num ato de amor uma faxina, sem êxito algum tenho que reconhecer... Mas, a sensação de casa limpa e do corpo quebrado é, no mínimo, ao final de tudo, relaxante, interessante não? Esses paradoxos que nós mulheres passamos são interessantíssimos, por exemplo: sabemos que se tivermos filhos eles nos tolherão de quase toda a nossa liberdade por, pelo menos, 20 anos, porém queremos por que queremos essa experiência e passa muito, mas muito rápido. Nunca nos arrependeremos desta experiência que é ser mãe, jamais, é bem legal... Mais experiências no campo doméstico não existiram nesta semana pois não passa disso, faxinar, cozinhar, fazer compras, lavar roupas, só. No resto do tempo me ocupei de minha profissão: advogar. Como estou em busca de emprego, cansei e desisti de ser autonoma, auxiliei meus colegas de profissão e amigos nos seus problemas advocatícios, de bom grado por que já dizia meu pai: "cabeça vazia, oficina do demônio", rá! As fugas para a depressão não "pegar" deram certo, e assim chego ao final de mais uma semana sem muitos traumas, bate um desespero, mas bate e vai embora, como um bom reflexo de espelho do qual a gente foge....

terça-feira, 5 de abril de 2011

E a sexta-feira?

Minha mãe eterna, deuses da natureza, vocês estavam bem bravos sexta-feira, não?
Eu não fui direto do trabalho para a estrada? Linda, indo para praia que nem curitibano? Tomei o maior toró da vida e a chuva de granizo mais furiosa que eu já vi. Dentro do carro. A caminho da estrada.
Estava indo buscar o namorido no trabalho, que é bem na estrada para a praia mesmo, nada mais natural, certo? 17h10 virou noite. 17h20 um tsunami caiu do céu, e aí começaram as pedras. O barulho no carro era ensurdecedor. As árvores já estavam despencando aqui e ali. E eu não tinha lugar para parar, o melhor mesmo era ficar no comboio de coitados que, como eu, foram pegos na fúria da natureza, e seguir.
É engraçado como a cabeça da gente funciona nessas horas. Eu estava nervosa, preocupada. Mas meus pensamentos se intercalavam entre "meu vidro da frente vai explodir na minha cara e aí já era", e "coitado do meu carro, deve estar parecendo casca de laranja (para não dizer outra coisa... huá)".
Às 17h33, mais ou menos, o inferno se desmanchou, caía uma chuvinha normal e eu cheguei na Renault. O namorido até sugeriu voltarmos para casa mas, depois de tudo aquilo, eu só ia seguir em frente. E depois, voltar para casa àquela hora, naquele estado, ia ser mais demorado que descer pro litoral.
Às 19h30 eu estava com o pé na areia.

"All that I need, baby, it's true. The sand on my feet and you"

domingo, 3 de abril de 2011

Formatura da filha caçula!

Mais uma se foi... Acabou a faculdade, veio a colação de grau e ontem o baile de formatura! Que alegria!!! Que emoção!!!! Antes de tudo, obviamente, por se tratar de uma casa com três mulheres, veio o stress: roupas, sapatos, cabelos, maquiagem... Resumo: quase matamos a costureira, quase matamos os cabeleireiros, quase matamos de rir a mulher do meu sobrinho (minha sobrinha do coração) que veio fazer as maquiagens das duas filhas, da mais velha e da mais nova (a formanda), quase nos matamos entre si pela própria situação e por sermos mulheres que já estavam atacadas dos nervos! Aí sim veio a festa: todo mundo lindo, já acalmadas, arrumadas, prontas para arrasar. Bebemos todas, comemos muito, dançamos prá valer e a festa estava linda!!!! Mais linda ainda é minha história de vida com minhas filhas... Nessas ocasiões é que vemos que podemos mesmo matar por um filho, seja vindo de nós mesmas ou seja aquele abraçado pelo coração. Orgulho e sensação de missão quase cumprida, pois em se tratando de filhos a missão nunca acaba só sossega um pouco, mas nos dá o maior prazer poder ajudar e compreender sempre. Minha filha formanda dançou umas das valsas com o primo, único neto "macho", logo já foi escalado para mais ou menos 30 bailes de 15 anos e outro tanto de formaturas para as benditas valsas. Ele veio me falar na festa que embora sinta muito orgulho de dançar as valsas com as primas estava se sentindo aliviado pois esta seria a última vez... Como o tempo passou depressa...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Como está difícil, hein?????

Olha, está super difícil me enquadrar ... Explico: estou tentando me recolocar no mercado de trabalho, não deveria ser algo difícil pois me formei há algum tempo, nunca parei de estudar, recentemente fiz duas pós graduações, minhas filhas já estão formadas e se sustentam, portanto acreditei que meu curriculum bem montado e voltado para a área e vagas que desejo seria bem aceito, mas não está sendo bem assim. A coisa mais engraçada é que uns leem o bendito CV e dizem: - Nossa! Que máximo! Logo, logo você estará empregada. Outro: - Não tem muita coisa não? Talvez resumindo um pouco... Mais um: - É a idade. Só pode ser! Resumindo: ninguém sabe de nada e, pasmem, eu advogada bem formada e informada, quando envio meu lindo CV para, por exemplo, a Michael Page quem analisa o mesmo é o filho de uma amiga minha formado em direito há 02 anos!!!!! Como um recém formado pode analisar um CV do peso como o meu???? E o pior é que eu conheço, obviamente, a formação do rapaz, portanto sei que não dá, mas não dá mesmo... Assim, temos que nossa capacidade profissional está nas mãos de pessoas que não tem capacidade para tanto. O que fazer????? Enquanto isso as contas vão vencendo, os clientes ainda existentes demorammmmm a pagar e temos que ser de circo para não desabar de vez... Como pode acontecer de meu futuro ser incerto aos 49 anos? Mas eu sigo em frente, sem ser piegas, não vou me deixar abater não. Tenho certeza que vou encontrar uma empresa séria pela frente que tenha uma pessoa gabaritada para analisar meu CV e meu perfil. Mas hoje é sexta-feira. Amanhã minha filha mais nova (Bá) se forma e vamos comemorar! Pelo menos ela está empregada! Rá!

Reise, Reise

Ia postar mais um "sexta-feira", que acaba sendo o dia da semana que eu mais me animo a escrever, mas acho que se eu fizer isso posso começar a confundir minhas sextas-feiras e entrar em depressão, ou achar que minha vida toda foi uma grande sexta-feira... ahã.
De qualquer forma, é sexta-feira de novo e hoje vou do trabalho direto para a estrada, para a praia. Como assim que praia? Aqui em Curitiba ninguém diz para qual praia vai, só diz que vai para a praia. Acho que é medo de ser perseguido, ou encontrado.
Nem está clima muito para isso não, mas a família do meu amor está lá, então vamos fazer uma visitinha, e levar uns presentinhos para a Boo. É sério, tem uma criança nessa família que é igualzinha a menininha do Monstros S.A. E tão sapeca e divertida quanto.

Então mesmo com o friozinho, vou botar o pé na areia e ver se baixo um pouco a minha nóiosfera. Hehehehe

"Reise, Reise Seemann Reise
Jeder tut's auf seine Weise"

koyaanisqatsi

Pressa, pânico, frustração
Desânimo e afobação
Dia a dia
Falta de organização
De quem?
Promessas vazias
Correria desnecessária
Autoridade duvidosa
Falta de compreensão
Problemas iguais
Soluções fúteis
Repetição
Ideias desperdiçadas
Cabeças em turbilhão
Desalegria
Olhares rápidos
Palavras lentas
Só mais um dia

“They've got me on some medication, my point of balance was askew”

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sexta-feira

Adoro uma sexta-feira. A ideia do descanso merecido depois da correria da semana. Todas as possibilidades de coisas para fazer, que no final das contas a gente acaba não fazendo, mas que estão lá. Ser dono do seu próprio nariz por pouco mais de 48 horas. É bem bom.
Fiz serão a semana inteira para completar minhas tarefas sem atraso. Passei uma semana pessoalmente difícil e só quero que ela fique para trás, no que a sexta-feira vai ser muito útil. Meu amor e eu tivemos problemas essa semana. Mas vamos resolver.
Também comecei a tratar meu corpo essa semana. Espero resultados logo, para que a dor física vá embora e não agrave mais as dores psicológicas, que não me faltam. Mas estou tratando isso também. Minha médica de louquinho já está comigo há algum tempo. Mais uma coisa dessa semana.
No final das contas, se a gente for pensar bem, só achamos que o fim de semana é para descansar. Ele vem mesmo é para a gente se preparar para a próxima pedrada: a semana que vem.

“Monday you can fall apart. Tuesday, Wednesday break my heart. Oh, Thursday doesn't even start. It's Friday I'm in love. Saturday, wait. And Sunday always comes too late. But Friday, never hesitate...”

quinta-feira, 24 de março de 2011

Deusa da loucura

Queria enlouquecer só um pouquinho. Dar uma surtada, ser digna de pena, de apreensão, de cuidado. Pirar um tanto, sabe? Antigamente eu brincava que queria que um mal súbito se abatesse sobre mim. Só para curtir uma inconsciência temporária. Mas é meio complicado controlar os efeitos colaterais de um negócio desse. E podem ficar sequelas.
Então, agora, só queria poder fingir que perdi meus parafusos e ficar assistindo o mundo um pouquinho. De longe. Sem precisar esboçar reação. Sem nenhum compromisso ou responsabilidade.

Sem culpa.

"Em cada esquina um espelho e na crina da sua cabeça uma luz. Em cada menina uma deusa felina de olhos abertos e azuis..."

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ressaca

Mais um carnaval veio e se foi. Para mim, que detesto carnaval, foram apenas quatro dias livres. Até descansei, mas foi pouco. Descanso com dias contados é sempre pouco, gera ansiedade, a gente fica tentando enganar a cabeça “é como se ainda fosse sábado!”, em plena segunda-feira.
Não adianta. As 96 horas voam e quando a gente percebe está de volta à cadeira do escritório. E o que é pior, cansada ainda. Só férias de uns dois meses para resolver meu problema... Pena que, descontando as coletivas, só tenho mais 18 dias para tirar.
Podia ser o fim do mundo que vai se unir à ressaca monstro e me deixar deprimida. Mas eu me recuso a me entregar. Quantas garrafas de vinho? Me recuso a fazer as contas também, só vai deixar o cuco cantante que está na minha cabeça mais animadinho.
A vida adulta é assim mesmo. A gente faz muito mais bobagem, porque agora é responsável e ninguém exerce nenhum tipo de vigilância sobre nós. Temos desculpas legítimas para exagerar, afinal, temos que “liberar o stress”, ter uma “válvula de escape”. Tudo muito divertido. Mas não temos mais tempo para descansar de verdade.
O negócio então é tentar curtir um pouquinho, parar um pouquinho, brincar um pouquinho, todo santo dia. Assim a carga fica mais leve e a gente aprimora a capacidade de alegria. Exercício é bom para liberar serotonina, mas tente dar umas gargalhadas todo dia e você vai ver se até a ressaca não vai embora.

“Longing for the sun you will come to the island without name”

quinta-feira, 3 de março de 2011

A presidenta e a ambiência

Faz tempo que não uso esse espaço só para reclamar. Mas estou começando a ficar de bode com o povo chamando a Dilma de presidenta. Aí uma colega minha me revela que era facultativo, e que a própria optou por isso. Não me conformo.
Tenho uma antipatia especial por neologismos. E essa antipatia vira uma espécie de fúria quando o danado vai parar nos dicionários, o que hoje leva uns seis meses de boca do povo para acontecer. Não posso mais usar personalizado. Agora tudo é customizado. Impressão? Não... print. Tive uma chefe que brifava as pessoas. Briefing virou verbo! Oportunidade também. Quantas vezes lhe foram oportunizadas vantagens, benefícios, oportunidades? Como eu sempre digo, quero morrer de catapora!
Outro dia estava entrevistando uma pessoa. E descobri que não fazemos mais a ambientação de um espaço, o que por si só já é um termo mais que subjetivo. Agora se faz ambiência. E se nem meu editor de texto nesse momento acusou com a minhoquinha vermelha que a palavra não existe, vai aparecer no dicionário semana que vem, é só esperar. Se é que já não está.
O português é uma língua tão bonita, tão rica, tão cheia de possibilidades. Para quê inventar mais palavra? Vai aprender a falar direito primeiro, o que aliás, é privilégio de poucos.

É por isso que eu estou aprendendo alemão.

„Du hast mich gefragt und ich hab nichts gesagt“

quarta-feira, 2 de março de 2011

On the edge

Linking Park está berrando no meu ouvido “Everything you say to me takes me one step closer to the edge, and I'm about to break!” (Tudo que você me diz me leva um passo mais perto do abismo, e estou prestes a quebrar).

Já tem alguns dias que eu estou ouvindo essa, e algumas outras igualmente revoltadas e barulhentas, e me identificado com as letras que prenunciam o apocalipse da alma. A alma de alguém, não exatamente a minha.
Hoje resolvi me perguntar: porque será? Nem estou me sentindo tão on the edge assim. O que será que está faltando? O que eu estou precisando?
Ontem, minha terapeuta e eu chegamos à conclusão que eu nunca presto atenção ao que eu estou precisando e raramente atendo minhas necessidades. Ainda estou meio abalada com essa revelação que não tem nada de nova, eu sempre soube. Ainda assim dói.
Mas isso não é estar on the edge. Será que eu estou e nem estou percebendo? Será que estou prestes a quebrar? Será que meu background tradicional, chato e de engolir sapos como uma coisa normal está finalmente começando a se dissolver? Será que estou, mesmo que inconscientemente, começando a procurar caminhos para viver a vida como eu acredito nela?

Será que eu estou à beira de pular do abismo dessa vida que eu já não quero há muito tempo?

Tomara. Mal posso esperar para ver o que vem depois...
"Edge of the world" by Sarah Joncas 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

verrückt

Ideias...

Ideias surgem dos lugares mais estranhos e inusitados. E é que nem namorado quando você está sozinha, só aparece um quando você desiste de procurar. Existem infinitas maneiras de suscitar novas ideias, mas acho que a melhor delas, e a que gera os melhores frutos, é mesmo a de parar de procurar. Até porque, estou um pouco de mal da ideia desde que ela perdeu o acento agudo. E, só para constar, ainda estou de luto por todas as tremas. Mas isso não vem ao caso agora e não tem nenhuma relação com a ideia de surgimento da ideia.
Cheguei naquela fase da vida ideal para uma grande ideia, a grande sacada, a melhor que eu já tive. Já não sou tão jovem e inexperiente para não reconhecê-la, e nem tão velha que não poderei colocá-la em prática. Mas a consciência disso pode ser fatal, e espantar a ideia de vez.
Então agora estou numa missão (quase) impossível de tentar enganar a mim mesma de forma que eu acredite que não preciso de uma grande ideia, não estou nem aí para ela, e não tenho plena consciência de que esse é o melhor momento de toda a minha vida para ela aparecer. Assim posso tentar aplicar a técnica de desistir de procurar, sem desistir de verdade, e enganar a ideia que vai mudar minha vida.
Confuso?
Não na minha cabeça...

“Miracles will happen as we speak. But we're never gonna survive unless... We get a little crazy”

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sexta-feira

Chegou a sexta-feira e eu tenho mais o que fazer.
Vou tomar umas, descansar, fazer compras.
Vou relaxar a cabeça e assistir um filme de arte.
Vou dormir até tarde e acordar cedo para não perder o dia.
Vou rezar para a semana que vem ter dois domingos...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Tempo?

Faço 33 anos daqui a 3 meses.

Ainda me dão 25 anos de idade.
Me sinto com 150.

Essa sensação já foi negativa, hoje nem é mais. Só uma constatação que minha alma já viveu muito, e nesse corpo passou por coisas demais também. Aos 32 tento ser sábia. E até acredito que consiga um pouco. Ainda não comando totalmente meu destino, mas sinto que me aproximo cada vez mais desse objetivo. Meu amor faz 30 anos daqui a 4 dias. Nosso amor faz 2 anos em 5 meses. Daqui a 30 minutos vou almoçar.

Recebi um e-mail falando de tempo um dia desses. Colocando situações extremas para definir a importância do tempo. Não concordo, mas acredito que uma das principais serventias do tempo é sumariamente ignorada pelas pessoas, a criação de repertório. Tudo que acontece, tudo que vemos, ouvimos, sentimos, experimentamos, discutimos, tudo... tudo é repertório. Serve para tornar a vida e nossas capacidades mais interessantes. Portanto, tempo gasto com inutilidades é tempo perdido, nunca volta.

Há 3 anos, 1 mês e 23 dias, minha mãe faleceu. Há menos de uma semana uma grande amiga deu à luz uma bebê que não sobreviveu. Tempo.

A outra amiga que está relatando o fim do noivado, e suas consequências, num blog continua sofrendo muito. Dois meses que a enormidade do sofrimento dela transformaram em anos. Quem sofreu uma desilusão amorosa dessas sabe bem.

Faço 5 meses de empresa em 3 dias. Acabei de completar dois anos de paz feminina e liberdade oftálmica... Estou há 3 anos, 3 meses e cinco dias em Curitiba. Pode parecer pouco, mas toda a minha vida mudou drasticamente nesse período de tempo. Mudei como pessoa, e muito. Só não consigo ainda não fumar e perder os quilinhos que (sempre) estão sobrando.

Em 10 minutos vou almoçar. Saladinha, carne magra, arroz integral, uma gelatina. Com os colegas, para abastecer o repertório. À noite, tenho a última aula de um curso intensivo de alemão que estou fazendo. Todas as noites, das 18h45 às 22h, durante quase quatro semanas. Estou exausta. Chego em casa só para dormir, sinto falta do meu namorado, meu dia está dividido em três blocos imutáveis de tempo: trabalhar, estudar, dormir. Aos 32 anos não consigo mais fazer isso. Preciso do meu tempo livre para variar meu repertório e torná-lo mais rico. Até porque, uma das coisas que eu mais gosto na vida é intertextualidade, e ela não existe sem repertório.

Três minutos para o almoço. Não, eu não trabalho em um gulag, mas só faço hora extra quando há uma real necessidade. Senão, é meio-dia no restaurante e quatro e meia na rua! Sim, hoje trabalho 6 horas por dia e ainda assim fico estragando meu tempo livre com coisas demais para fazer. Mas quase todo ser humano é assim, não me culpo. Vou dar uma descansada agora, e arrumar uma professora particular para o alemão.

Meio dia.

"I'm looking at you trough the glass, don't know how much time has passed
all I know is that it feels like foverer, but no one never tells you that forever feels like home
sitting all alone inside your head."

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

1 ano e meio depois...

É engraçado como a escrita é implacável e indelével. A gente coloca as coisas no papel, ou no caso desse blog, na tela, e aquilo se torna parte do que você um dia foi. Há o direito de mudar de idéia? Claro! Mas não sem o risco de se parecer louco ou contraditório.
O lado bom disso tudo é o registro das dores e alegrias. Você relembra o que passava então, e consegue perceber como as coisas mudaram, como tudo está melhor, ou pior, e tem uma poderosa ferramenta de autoavaliação.
Há um ano e meio atrás eu estava saindo de uma grande depressão e, temerária de que tudo pudesse ruir novamente, não tinha nem coragem de dizer que estava me sentindo melhor, ou que as coisas estavam melhores para mim.
Mas elas melhoraram, e melhoraram muito. Saí da depressão, me apaixonei e fui correspondida, consegui trocar de emprego, o que eu realmente estava precisando, e desatei diversos nós na minha vida. A relação com minha família hoje é melhor. Muitos fantasmas foram expulsos. Os pesadelos ainda continuam e eu preciso descobrir porque isso acontece, mas uma coisa de cada vez...
Algumas coisas ainda incomodam, mas eu mesma sempre disse que a conta nunca fecha, e eu acredito nisso. A alegria da imperfeição, porém, é bem mais interessante de ser vivida. E resolvi que preciso do contato com minhas próprias imperfeições e com meu próprio caminho para me entender melhor.
Escrevo por profissão e acabo me esquecendo de escrever para mim. Uma amiga (que não está realmente falando comigo no momento, mas estou lutando para resolver isso), sofreu uma grande decepção e começou um blog. Nele, postou uma matéria sobre as qualidades terapêuticas da escrita, de se manter um diário, coisa que eu fiz por anos a fio e acabei, infelizmente, abandonando.

"Take me for what I am, who I was meant to be..."