quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

365 dias sem fumar

É isso aí, pessoal. Foi se meu primeiro ano sem o cigarro. Os primeiros 365 dias. E o meu relato é o seguinte:

Depois dos primeiros meses, só fica mais fácil. E cada vez mais fácil.
A vontade (pelo menos a minha) nunca passa. Mas você se esquece dela com mais frequência.
Sou fumante e sempre vou ser. Assim como o alcoólatra, não posso dar nenhum traguinho no cigarro de alguém. Senão eu volto.
Meu paladar e meu olfato não estão melhores. Neste aspecto nada mudou e para mim é tudo lenda... Hehehehehe.
Meu fôlego também é o mesmo. Melhora com exercício, piora sem, como sempre foi.
O meu cheiro pessoal melhorou horrores, isso sim. Meu suor tinha cheiro forte e ruim e todos os dias a roupa ia pro cesto de lavar. Hoje não deixo cheiro nenhum em mais nada.
A gente não passa mais frio em casa por causa de janelas escancaradas e o inverno está bem mais agradável.
50% da minha ansiedade passou. Era culpa do cigarro.
Os outros 50% só morrendo e nascendo de novo... Hauhauhauhauhauah.
Não entro em uma loja de conveniência de posto há meses. Só quando vamos viajar e vou pegar água e chiclete para a viagem.
A ressaca depois de uma bebedeira é 50% mais leve.
Troquei o cigarro pelo doce e engordei. Agora estou largando o doce e pretendo me livrar do peso todo. Mas é tudo uma questão de hábito.
Pretendo voltar a fumar entre os 65 e os 70 anos. Se eu viver tudo isso. :D

Conclusão: sinto que foi uma luta que eu venci já. É só tomar cuidado para não recair, mas essa tentação é cada vez mais rara e passa em segundos. Vou ficar saudável nos anos que preciso da minha saúde e quando eu aposentar, aí a gente revisa os "pecados". Certeza que eu vou ser uma velhinha terrível... ;)


 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Maniqueísmo e legado

E os meus insights facebookianos continuam! Hehehehehe. Se ficar chato, me avisem.

Mas é que eu estava lendo hoje as repercussões sobre uma coluna do Globo que gerou mega polêmica (não vou falar sobre o caso, minha opinião é só minha) e comecei a reparar em outro fenômeno que o acesso à informação está nos infligindo: o maniqueísmo de opiniões.
Antes isso era bem comum e a gente atribuía à falta de informação e até mesmo ao fato de que, muita gente, vivia vidas muito dogmáticas e, na maioria das religiões uma das bases mais fortes é esse maniqueísmo. O cara então formava a opinião dele e era isso mesmo. E qualquer discussão, se não acabava em porrada, acabava em "você pensa assim e eu não". Pronto. Não tinha Google no celular para "provar" quem está certo, ou errado.
Hoje, como eu já disse uma vez, ao invés das pessoas usarem toda essa informação para se instruir antes de tecer opiniões super maniqueístas, elas selecionam o pouco que lhes interessa e tomam "partido", sem trocadilho, gente. Partido no sentido puro da palavra, não no político. E passam a defender sua "verdade" com unhas e dentes. E, eu já disse isso aqui também, como não convencem ninguém, vão cada vez mais ferozmente batendo na mesma tecla, sem considerar o outro lado nem dar chance a ele.
E pior, muitas vezes nem embasar sua própria opinião direito as pessoas conseguem. Está se criando uma cultura da teimosia pela teimosia, e até eu que sou taurina não estou achando a menor graça. É infantil e não tem utilidade.

Os Titãs já disseram muito bem na música "Provas de Amor", mas o conceito se aplica a tudo. Se você ama alguém mas não diz isso a ela e não demonstra de forma alguma, essa pessoa jamais saberá como você se sente e o amor, para ela, não vai existir. No caso das opiniões inflamadas (e só estou falando disso aqui porque são públicas, falo exclusivamente do que é trazido ao conhecimento de todos, seja em sites ou redes sociais, e só nesses casos que sinto falta de alguma coerência. Já a sua opinião é sua, e se você não me conta, para mim ela não existe e eu não vou falar nela. Há!), essas opiniões fazerem todo o sentido do mundo só na cabeça de quem se manifesta não ajuda muito causa nenhuma. Já que vamos ser enfáticos, vamos ser embasados, também, porque não? Afinal o objetivo, meio utópico, eu sei, mas vá lá, não é convencer as pessoas?

Então se livra do rótulo, se livra da tentação de fazer todo mundo só "ficar sabendo" o que você pensa disso ou daquilo, e construa um argumento. Argumentos bem colocados podem sim, mudar algumas opiniões. Mas não tenha muitas esperanças, os teimosos sabem que estão certos e, provavelmente, nem vão ler o que você escreveu. Paciência.

Só que vai que daqui uns 150 anos um grupo de jovens encontre seus textos e achem eles "geniais"? Porque, enquanto a tecnologia como conhecemos hoje sobreviver, cada pessoa que escreveu cada palavra na internet já é um autor e essas palavras serão seu legado.

E durma-se com um barulho desses!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Mais amor!!!

É impressionante como as pessoas estão se tornando cínicas, e cada vez mais, no sentido mais puro da palavra. Sabe aquela cena maravilhosa do Monstros S. A., da propaganda da fábrica, mostrando como as crianças não se assustam com mais nada? Só que são os adultos, e eles não estão sentindo mais nada...

Onde foi parar a empatia? Morreu junto com a trema, o telefonema e o pirulito de venda. E o pior é que esse "retorno" ao devagar, natural, de bairro e artesanal com o qual somos bombardeados o tempo todo é só jogada de marketing e só piora a situação. Porque tudo isso que era para ser mais acessível na sua essência é o mais caro e mais difícil de obter. Quanto mais "natural" mais "na moda" então mais caro, objeto de desejo. Até o dia que capim virar objeto de desejo, aí coitados dos cachorros com dor de barriga!
Juntamos a isso a despersonalização do relacionamento, provocado pelas redes sociais, e o culto à felicidade absoluta, também criado pela superexposição nas redes sociais, e as pessoas estão deixando de sentir já que, deve ser bem complicado mascarar a vida real o tempo todo para todo mundo achar que sua vida está maravilhosa 24 horas por dia. O que em si já é uma esquizofrenia danada, mas beleza.
Duas situações me deixaram bastante chateada nesse sentido... A primeira foi a coisa com as arquitetas que eu já coloquei aqui. Tipo dane-se a minha casa, eu e o que tudo isso representa para mim. "O fabricante da dobradiça não dá mais garantia"... Ah vá...
Agora foi um atendimento na Cielo. Eu sei que esse povo é treinado para não falar palavrão nem arrotar no telefone, e é só. Mas é impressionante a quantidade desses "profissionais" que simplesmente não ouvem o que a gente está falando e fica repetindo o script, que nem disco furado. Eu tentando explicar para a acéfala do outro lado que eu já tinha passado por uma confusão com os códigos de atividade da minha empresa e ela só repetia "esse código não bate com o da Cielo, senhora, aqui é isso que custa", e repetia os valores. É de enlouquecer, né não?
E nem passa pela cabeça da outra pessoa que desse lado eu estou com medo. Medo de ser cobrada a mais porque não passei as informações corretas. Medo de ter que passar pelo calvário de mais uma ligação para a central para corrigir esse erro que podia ser evitado. Medo de perder mais tempo. E do outro lado, empatia zero. Eu quero mais é dizer o que eu tenho que dizer e partir para a próxima que eu tenho meta para cumprir... É muito triste.

E mais triste ainda perceber quantas pessoas estão cada vez mais afetadas por esse cinismo. É só você parar para pensar nos amigos que estavam sempre por perto. Eles ainda estão presentes fisicamente? Curtir no Facebook é só um clique, não requer esforço e, por isso, não significa absolutamente nada.

"Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais..." Oswaldo Montenegro - A Lista

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Rude awakenings...

Eu já reclamei de 2014. Bastantinho até. Também já me dei conta de que ele não foi tão ruim assim. Chamei de startup e foi mesmo. Agora tenho que usar o próximo ciclo para me consolidar, e consolidar minhas decisões, para que elas se transformem em sucesso.
De vez em quando, porém, acontece alguma coisa para lembrar o quanto é real a realidade. Tomei um tombão na sexta-feira. Dobrei o pé e fui com os dois joelhos no chão. Da última vez que isso aconteceu, também era um começo de ano e minha mãe tinha acabado de falecer. Desta vez, um amigo querido meu e do meu pai que se foi. Mas quando eu caí eu nem sabia ainda...
O saldo é um começo de ano com uma dor física chatinha e um aperto no coração. Mas fico imaginando que esse tipo de coisa acontece comigo toda vez que eu estou para me desviar de uma realidade que precisa de mim. Não é fuga, é só refração, mas ainda assim preciso de um tapinha no ombro para voltar a filtrar do jeito certo.
Em alguns dias, se completam 7 anos da morte da minha mãe. Em algumas semanas, três anos da morte do meu pai. Nesses três anos, também se foram as outras duas partes do meu pai, dois amigos que seguiram com ele a mesma rota, de alegria e companheirismo, mas de autodestruição também. Não se cuidaram. Viveram os excessos e exageros. E agora estão juntos numa grande festa em algum lugar. Três homens incríveis, em três anos. Difícil...
E de lá para cá, eu vinha seguindo um ciclo de dor, luto e recuperação. Ainda não posso dizer que ele acabou, mas preciso que ele comece a acabar, senão não conseguirei focar as minhas energias para o que importa, a vida nova que eu escolhi. Por isso o tombo. Por isso, mais um rude despertar da própria vida. Para eu sair do meu ciclo de refração e enxergar meu entorno de forma clara.
Tristeza pesa e cansa. É um treco foda de carregar. Tem sua utilidade, dá força, mas precisa ser abandonada em algum momento senão a dor fica insuportável e a gente não consegue mais se mexer.
Meus votos para meu próprio ano novo e o de todos que amo é: coragem! Com ela, a gente pode tudo.