quinta-feira, 21 de julho de 2016

Receitinha para um mundo melhor


Pare de acusar os outros, de fugir das suas responsabilidades, de se lamentar por atitudes que você não toma, de julgar sem se perceber, de ouvir música ruim, de comer comida porcaria, de dar comida porcaria para seus filhos ou para os filhos dos outros, de ter surtos de falta de paciência, ou de falta de amor, de amar condicionalmente, de reproduzir bobagens, de ecoar maldades, de se preocupar com a vida dos outros, de cometer pequenos crimes, de dirigir que nem um animal, de ignorar a arte, de incentivar a mediocridade, de dar audiência ao sensacionalismo, de propagar a ignorância.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

E os maniqueísmos, einh?

Mais de um mês depois da minha última postagem, devo tomar cuidado para não ficar me repetindo... Dilma foi afastada e muita gente ficou feliz. Tão feliz que declara publicamente apoio ao governo que se instalou que se não é a mesma coisa, pode ser até pior, mas é o que tem para hoje.
Muita gente também ficou bem chateada. Tão chateada que estão alardeando o fim das "liberdades" dos cidadãos e exagerando um pouco demais pro meu gosto.

Aí a gente tem que ficar lendo besteira nas redes sociais o dia todo. Temer devia ter colocado uma mulher, ou um negro, ou os dois no ministério? Como primeira ação, talvez, teria sido de bom tom. Mas ele escolheu quem lhe pareceu mais preparado para o que ele quer agora, e é ele quem está dando as cartas. Além do mais, não tem que ter cota em tudo, isso vai contra a igualdade de direitos.

Mas é tudo bandido nesse ministério dele... Nenhuma novidade aqui, pessoal. Ou o governo da Dilma só tinha gente honesta? O problema, a meu ver, foi o equívoco cometido pelos movimentos de escolherem a "luta contra a corrupção" como mote. Grande equívoco. Enorme. Se fosse para acabar com a corrupção, tinha que ter soltado uma bomba em Brasília e começado tudo de novo. Em outro lugar, se possível, para não ter contaminação.

E o quiproquó da Cultura? Meus sais!!! O governo está inchado e reunificar a cultura com a educação não significa a destruição de toda a cultura nacional do passado, presente e futuro. Nem significa que nunca mais se terá um ministério da Cultura. Assim como a Leu Rouanet não é o capeta em forma de guri. Claro que, como ela libera o direito de captação de recursos particulares, ela acaba sendo um canal que funciona muito melhor para os famosos e bem relacionados. O que não quer dizer que o povo está pagando bilhões para a Claudia Milk, não é bem assim. Arre!

Quando se trata de governo, tudo tem o potencial de ser corruptível, e aqui quase tudo é. Mas, como eu disse no post anterior, isso começa com cada cidadão que quer fazer jus ao título. Ninguém, em cargo nenhum e partido nenhum, merece sua defesa apaixonada. Não tem bem e mal nesse rebosteio, estamos vivendo cinquenta tons de cinza da política nacional, e você precisa começar a defender você mesmo e seus compatriotas, que são os único que continuam perdendo dia após dia.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Nem um lado nem o outro. Por um povo brasileiro que se faça merecer!

É, faz um tempão mesmo que não escrevo nada... Mas teve manifestação ontem (não, eu não fui) e as imagens e repercussões todas deixam a gente com uma baita "ressaca". E jornalista com ressaca de informação só se cura se expressando... Eu sei, mas segura as pontas aí que prometo não falar besteiras demais (espero).



Desde que amigos de infância começaram a se odiar por conta da política do país que eu estou no mais absoluto embasbacamento. Continuo sem saber quem está ganhando o quê por com essa transformação da política em paixão (ou ódio) nacional. E sempre que alguma coisa tem essa amplitude, acredite-me, alguém está levando algum.

Não consegui ainda acreditar completamente que aliada à corrupção, que a gente sabe sempre foi o mote da política brasileira, exista um nível tão grande de incompetência e amadorismo de um partido que passou mais de duas décadas se preparando para governar. É isso mesmo? Eles assumiram, criaram todas as políticas paternalistas possíveis só para garantir grandes números de eleitores ano após ano e tá tudo certo? Sem nenhum contraponto? Até eu que sou uma alienada política e sou "de humanas" sei que essa matemática não dá certo, que essa conta não fecha.

Parece até coisa de filme, e é por isso que ainda coço minha cabecinha loura quase todo dia.

O PT quer que eu acredite que eles foram o melhor governo até hoje, que mudaram a vida da maioria dos pobres e miseráveis do país e que a direita elitista e escravocrata não está feliz de ter perdido poderes ou de ter que se aproximar do pobre, então tenta dar um golpe.

Os defensores da direita, por sua vez, querem que eu acredite que o PT promoveu uma corrupção inédita no país e por isso devem ser afastados, presos e depostos.

E eu aqui no meio pensando em extremos. A corrupção existe desde os tempos de D. Pedro, então não me venham com xurumelas. Dilma e seus companheiros, porém, estão há meses ignorando levantes populares, tentando rebaixá-los a instrumentos do golpe. A cada manifestação maior que a anterior a resposta é "é bonito, é democrático, e é isso". A falta de qualquer reação que busque atender essas demandas também me deixa perplexa. Como é que um governo que se diz popular pode ignorar tanta gente?

Sem contar que ninguém parece preocupado em atenuar essa crise que está acabando com o país a olhos vistos, independente de pobres felizes e ricos revoltados. Essa não deve ser a pauta principal então, certo?

Não sou nenhuma idiota, sei que as tais elites desonestas, preconceituosas, feitoras da sociedade existem. Mas elas não são a maioria há muito tempo. Eu vejo as pessoas nas ruas e torço para que tamanha movimentação alcance algum resultado bom para o povo. Nem vitória da direita, nem da esquerda. Do povo todo, que deveria se sentir cada vez mais um só e querer cada vez mais o que é bom para todos. Sem cair nos discursos de ódio que estão fazendo com que um povo conhecido como caloroso e acolhedor esteja se estapeando nas ruas e fora delas. Enquanto os partidos só recolhem os louros dessa guerra. Cuidado...

Uma utopia de otimismo se me permitem o exagero. A meu ver as soluções incluiriam reformas reais nesses sistema que rouba de todo mundo debaixo de nossos narizes há tempo demais. Punições de verdade para qualquer tipo de bandido e ladrão. Seja ele trombadinha ou presidente. Civilidade na cabeça das pessoas, ao invés dessa atitude canibal, na qual todo mundo que receber, mas nem todo mundo está disposto a contribuir.

E voltando aos amigos de infância, aqueles que não se falam mais, esses também precisam com muita força avaliar seu papel de cidadãos antes de enfiar um dedo na cara do outro. O "jeitinho brasileiro" é quase patrimônio nacional e foi ele que nos trouxe até aqui. Seja petista ou psdebista, ou qualquer coisa entre um e outro, pense bem antes de pegar seu celular no trânsito. Antes de receber um troco a mais e embolsar porque "aqui é tudo caro demais mesmo". Antes de sonegar ou contratar sem carteira assinada. Antes de usar uma vaga que não é para você, nem que seja "rapidinho".

Enquanto isso eu, e mais um monte de brasileiros que não querem golpe, não querem PT, nem PSDB, nem P nenhum, que genuinamente não acreditam mais em ninguém e por isso não vão à passeata nem ao comício e nem conseguem mais assistir aos noticiários, estamos fazendo a única coisa que conseguimos por um país melhor: estamos trabalhando como loucos, dentro das leis e regras, por mais absurdas que sejam, pagando impostos demais e vendo retorno de menos, e esperando que as coisas melhorem.

Nem um lado nem o outro. Por um povo brasileiro que se faça merecer!


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Comprar online é mais barato - Guia completo

Então a querida amiga, blogueira e especialista em compras na China, Amanda Santiago colocou meu guia de compras online no ar. Todas as dicas, todos os macetes. Se você perdeu, é só acessar!



quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Você quer mesmo que tudo dê certo?


Parece que está tudo um horror e que só vai de mal a pior, não? Pode ser, mas só o fato de você pensar assim contribui bastante para a frase ser verdade. Passei o ano tentando construir uma empresa, um negócio. Acho que fui bem, dadas as circunstâncias, o que não me impede em absoluto de precisar fazer cortes e reajustes para continuar na ativa.

Passei o ano também ouvindo gente reclamar e tomei para mim uma missão simples, mas que pode fazer diferença. Há meses que toda vez que converso com alguém, principalmente se eu percebo que é da turma do "ó vida, ó céus, ó azar...", eu digo que está ruim sim, mas que a gente vai trabalhar esse ano para levantar tudo de novo. Que o povo está cansado de sofrer. Que não vai ser esse suplício todo que estão dizendo etc. Ou seja, se uma galera prega a continuidade do pessimismo, resolvi ser uma louca otimista. Mas de verdade, sem discurso de palestra motivacional. Quem me conhece sabe, acordo sempre de bom humor (é bem irritante... huahuahuahuhauahua), e para mim todo dia é sempre um novo dia cheio de possibilidades. E até que me digam o contrário, tem tudo para ser um ótimo dia. Quem me conhece também sabe da fúria que se instala na minha pessoa depois de um dia verdadeiramente ruim. É a única coisa que realmente me tira a alegria já que fome e sono só me tiram o humor, e só temporariamente.
Então, como sabemos que tem muita gente que gosta de um drama, que vive de intriga e adora o papel de vítima quando as coisas estão indo mal, avalie se você já não está reclamando por inércia. Tenho certeza que um tiquinho de pensamento positivo vai ajudar horrores! Vamos mudar de atitude e fazer de 2016 um grande ano? Nem que seja na marra???

Hehehehehehe. Então vamos lá.

Não é do meu feitio disseminar propaganda, mas essa é boa para ilustrar o que eu estou querendo expressar. E o sorrisinho do Jude Law também não faz mal a ninguém, né? ;)






quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Pessoas são importantes somente para outras pessoas (parem de criar gente medíocre!)

Em uma época que a comunicação entre as pessoas está mais motivada pelo ódio e desacordo do que pela necessidade de diálogo, tenho um pouco de medo de me manifestar muito abertamente sobre algumas coisas, até porque minhas opiniões são um pouco radicais em determinados aspectos.


Mas vá lá, o ano está acabando, a sensação de ciclo velho/ciclo novo está no inconsciente coletivo e esse meu humilde "dear blog" nem tem tanta audiência assim. E escritor de alma, que nem eu, tem que colocar para fora, mesmo que ninguém leia.

O mundo está virando uma convenção de xiitas. e isso é bem assustador. Tudo é radical e elevado à décima potência. Só a desgraça, o ódio e a controvérsia dão ibope, e isso é super perigoso. Amigos de muitos anos não se falam mais porque o Facebook destruiu a relação. A recente ruptura política é um exemplo. Veganos X Carnívoros é outro (já foi chamado de assassino hoje?). Com toda a informação do mundo disponível, as pessoas estão cada vez mais tapadas. Ninguém lê, ninguém interpreta, ninguém avalia. Todo mundo ofende, sem ver a quem. Todo mundo vomita o que está na própria cabeça como se isso fosse importante para alguém.

Só que não é.

Os meios de interação mudaram, mas as pessoas ainda são pessoas. Pessoas são importantes somente para outras pessoas e enquanto isso não virar o mantra da humanidade, estamos todos ferrados. Nenhum ser ser humano melhorou a vida de nenhum bicho, nenhuma árvore, nenhum rio ou lago. E se fez, foi para consertar a merda de outro ser humano. Pessoas não são importantes para o planeta, muito pelo contrário. Se a humanidade fosse extinta de uma vez amanhã, o planeta ia respirar aliviado e começar a ter uma chance de recuperação.

A última coisa que o planeta precisa é de mais gente. Então não, você não precisa ter filhos. Filhos não são uma consequência natural da vida ou dos relacionamentos. Filho não é menstruação nem menopausa. Filho é a escolha mais fodida e egoísta que você faz na vida e é inteiramente responsabilidade sua, ninguém pede para nascer. (O que significa que eu estou bem sacuda de texto de como mãe sofre. Sofre porque escolheu. Se organizem e tratem de criar direito essa responsabilidade aí que vocês trouxeram para si mesmos, ok papais e mamães?). Para todos os outros casos, deveria existir a opção do aborto, mas tupinicópolis ainda vive na idade da pedra.

E por falar em aborto, para termos alguma chance de sucesso como sociedade, já está mais do que na hora de haver a ruptura com toda e qualquer religião no âmbito social. A moral que dita a nossa vida não pode ser mais religiosa (2 mil anos depois já não tá mais que provado que não funciona?). A moral tem que ser social, o que significa uma só coisa: o que é certo é legal, o que é errado é ilegal, é crime. E só. Todas as outras decisões ficam a cargo de cada um e suas religiões, que devem ser praticadas no âmbito pessoal. Nenhuma religião serve para todo mundo e elas não deveriam ter nenhum tipo de poder além do poder da oração.

A mídia podia muito bem sair do círculo vicioso da podridão, se reorganizar nos diversos meios que existem hoje, e lutar por informações úteis. E a educação deveria voltar para a mesa do jantar (aliás, o jantar em família também deveria voltar para a mesa do jantar) e sair das mãos dos pobres professores que já sofrem para passar conteúdo. Escola é formação, educação é em casa. Mas aí, até eu sei o quanto soa utópico.

Também não vejo muita chance de sucesso nas tentativas de remedar o que está muito estragado atualmente. Muitas gerações de hoje, inclusive a minha, precisam aceitar o fato de que esse trabalho vai levar tempo, e parar de achar que vai mudar o mundo amanhã com suas opiniões infundadas enquanto cria filhos medíocres, preguiçosos, mimados e egoístas. E já faz tempo, einh? Filhos melhores, mundo gradativamente melhor. Só que a maioria das pessoas tem um discurso e na prática, a prática é bem outra. Adianta querer ensinar caráter pro filho se você usa a vaga de deficientes "rapidinho"? Adianta dizer que ensina bons modos se não dá bom dia pro vizinho nem diz obrigada pro porteiro? Adianta dizer que é honesto se não devolve troco errado no mercado, nem avisa quando falta coisa na comanda do bar? Adianta dizer para respeitar o próximo se coloca a criança no carro e sai a toda velocidade? Esse é outro ciclo que precisa ser quebrado. O casal quer filhos, acha que vai ser tudo lindo, fácil, que nem na propaganda. Aí não é. Aí começam as concessões e quando menos se percebe, o idiotinha está formado. E vamos vivendo num país de idiotinhas por pura falta de responsabilidade.

Pessoas são importantes somente para outras pessoas.Todas as grandes figuras se tornaram grandes porque descobriram a solução dos problemas das pessoas (ou causados por elas). Fama e celebridade é ser conhecido por muitas pessoas. Quem sente falta de alguém que morre não é o mundo, são pessoas. Pessoas que não nascem, não sofrem nem fazem falta.

O que me leva ao meu último ponto. Tenho imensa dificuldade de fazer as pessoas entenderem que não acho que eu deveria ter nascido, que minha mãe podia ter pulado essa etapa da vida, e que ela é o maior exemplo do que não se deve fazer com outras pessoas, principalmente filhos. Mulheres que se tornam mãe não evoluem do dia para noite e não há nenhuma santidade adquirida. Se eu não tivesse nascido, eu não ia achar ruim.
As pessoas ficam absolutamente chocadas. "Mas claro que você ama sua mãe!". "Você não está falando sério!", "Você precisa resolver essas pendências na sua cabeça e no seu coração!". "Você precisa perdoar!".
Eu não preciso nada, principalmente agora que tanto mãe quanto pai já morreram e esse assunto está muito bem resolvido na minha cabeça. O que ninguém entende é que, apesar disso tudo, luto para ser feliz, não sou deprimida nem suicida, um pouco magoada sim, mas quem não seria? Principalmente porque as consequências ainda se estendem aos meus relacionamentos com os vivos. Mas gosto de viver, sou uma pessoa alegre e quero tudo de bom para mim, sim. Graças ao meu pai que foi melhor na responsabilidade dele do que minha mãe e sempre disse que "a gente veio a esse mundo para ser feliz".

O ponto é que apenas não acho ninguém tão essencial para o mundo. Qualquer um de nós poderia não ter nascido e o tudo seguiria da mesma forma. Ou seja: se você não tem vocação ou talento para criar um ser humano do bem, adote um animal de estimação e poupe o mundo de mais gente medíocre.

Por favor.





terça-feira, 3 de novembro de 2015

A gladiadora e os equívocos da moda

Vamos combinar, já tem gente suficiente tirando o maior sarro das sandálias gladiadoras para ficar claro que elas não são tão legais assim. É só dar uma boa olhada num modelinho:

Assim desse tamanho dá até medinho, não dá?
A questão é que quase todo o segredo de se ficar bem em uma roupa, um look ou até um tipo de sapato está no equilíbrio de proporções com o melhor resultado possível. Explico... A melhor maneira de parecer bem vestida, mais magra (quem não quer?), elegante e confiante é usar as peças para compensar suas proporções naturais. Muito peito e pouco quadril? Mais volume na parte de baixo do corpo. Pouca altura? Calça reta e sapato de bico fino (que alongam as pernas) costumam ajudar. E assim vai. Se você cria "recortes" artificiais no seu corpo, você diminui medidas, não importa onde.

Um exemplo bem clássico é a calça capri que por criar um recorte muito antes do fim da perna "achata" a pessoa. Ótimo para mulheres altas, um pouco complicado para quem quer parecer ter uns centímetros a mais. Outro bom exemplo é a danada da skinny (cuja tradução literal é magérrima, ou seja, criada para gente com poucas curvas). Eu sei, você usou, todo mundo usou (e ainda usa), mas ela não é legal para quase nenhum tipo de corpo. Quando o desenho da calça afunila no final, faz toda a parte superior do corpo parecer muito maior do que realmente é. E aí tem gente de porte normal andando por aí com jeito de gordinha faz teeeeeeempo.

O que me traz de volta ao calçado do título. Olhe novamente para a imagem e me diga se você consegue descobrir alguma utilidade estética no sentido de equilibrar as proporções do corpo (qualquer corpo) nessa sandália. Não encontrou nenhuma? É porque não há nenhuma. A moda às vezes dita movimentos que devemos simplesmente optar por ignorar. A gladiadora que sobe pela perna recorta a silhueta em várias seções antes de chegar ao joelho. Qualquer um, cristão ou filisteu, perde vários centímetros de proporção nesse negócio, sem contar que ela não combina com quase nenhum estilo. Com um vestido romântico vai parecer fantasia, com shorts ou bermuda e blusa, vai parecer uma guerreira equivocada, com saia curta vira o modelito de domingo do Asterix. Ou seja, melhor deixar para lá.

De salto, a sandália fica pior ainda! Vai andar por aí disfarçada de dominatrix de época? XD


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Não sei direito quem está ferrando tudo, mas dá para parar?

Hoje vi 700 curtidas na página da minha loja e fiquei emocionada. Um ano de loja. Pode parecer pouco, mas cada uma dessas curtidas é verdadeira, de pessoas que realmente se interessaram pela minha inciativa. Nenhuma curtida comprada. Todas 100% sinceras.
O que me fez pensar que, apesar das adversidades, e essas não são poucas, estou construindo uma coisa que agrada as pessoas. Estou construindo uma ideia e uma marca que podem dar certo. Estou, mais importante, construindo.

Então, cansada como estou de tanto lero-lero político só gostaria de pedir:

Não sei quem está me ferrando, se esse governo, se o legado do anterior, se a história jurássica do plano este e aquele, se os militares dos anos 80 ou a ditadura do Vargas.

Dá para me deixar em paz que eu estou tentando fazer esse país crescer?

Grata.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A dieta que mudou minha vida.

Vi esse título no site da Lucília Diniz e ele chamou minha atenção, claro. Porque não chamaria? Toda mulher sabe o que é viver cercada de imagens dos "padrões" de beleza e não ter o menor controle sobre ser uma pessoa normal. É aí que ficamos anormais, correndo para conquistar esse padrão que não é real nem nas próprias atrizes/modelos/celebridades. Muita maquiagem, cinta, sutiã push-up, intervenção estética, cabeleireiro e, em última instância, o super Photoshop!
E quando não tinha tudo isso era cocaína mesmo... Uma beleza.

Nunca fui magra, acho que não tenho essa capacidade... hehehehehe. Sou um grande amontoado de muito tudo: peito, osso, largura, altura. Mais uma facilidade monstro para engordar. Então sempre oscilei entre 70 e poucos quilos (o peso legal) e 80 e muitos (o peso não legal). Isso para mim é normal e parte da minha realidade e sempre encontrei formas de gostar de mim assim mesmo. Quando eu começo a não gostar, que é quando o peso começa a ficar demais, coloco o pé no freio e volto para trás porque senão, eu já teria passado dos 120 quilos fácil, fácil.

O texto da Lucília não tinha nenhuma fórmula mágica, claro. Até porque só existe uma: comer direito + bom senso. Bom senso no sentido de saber até onde você pode chegar. Antigamente diziam que "peso ideal" era a altura menos 10 do segundo dígito. Tenho 1,70, tinha que pesar 60 quilos. E sabe que eu até dei um jeito? Uma vez, quando eu tinha uns 19 anos. Foi um horror! Fiquei parecendo uma mortinha, Walking Dead com Tim Burton. Feio mesmo. Nunca mais pesei menos de 70, que quando eu chego perto acho o máximo! Com 75 tô ótima. Sadia, "gostosa", as roupas ficam bem. Abdome tanquinho só na outra encarnação mesmo, tenho é barriguinha. E nenhuma vontade de "chapar" nada em mim.

Agora que eu trabalho com moda, o que eu mais vejo são mulheres infelizes mesmo (quando falam descontentes na TV e nas revista, é eufemismo, não se enganem), com o próprio corpo. Arrasadas porque "não conseguem emagrecer". Sofrendo de verdade. E enquanto eu só sofro se o peso estiver me causando desconforto físico (os tais 80 e muitos), sinto que essas mulheres se colocam os objetivos impossíveis, e aí fica muito penoso pensar em começar qualquer mudança. e o resultado do "quero emagrecer e não consigo" é cada vez mais desânimo e ganho de peso.

Tem que ser que nem parar de fumar. Suporte um dia de cada vez que você suporta. E nem precisa malhar que nem doida. A maioria das pessoas consegue emagrecer sem exercício nenhum, só comendo menos e melhor e caminhando um pouco todo dia. Escolhe um dos trechos que você precisa fazer e vá a pé. Já resolve. E se eu e meu metabolismo italiano/polaco conseguimos, muita gente consegue também.

Que tal pensar em perder 1 quilo a cada duas semanas? "Ah mas isso é muito pouco!". Todo mundo quer resultado instantâneo. Mas é infinitamente melhor que engordar um quilo a cada semana. O saldo vai ser 2 quilos a menos em cada mês (e que você vai conseguir manter) ao invés de 4 a mais. E depois, todo mundo reclama que o "tempo voa", mas na hora da dieta... Hehehehehehehe.

Acho também que falta auto-estima. Demais! A maior parte das mazelas femininas que inspiram protestos e feminismos vêm dessa carência. Mulher se deixa muita coisa. Se deixa enganar, humilhar, abusar, se deixa ser maltratada. Mais vezes e por mais pessoas que elas imaginam.
É só olhar as fotos abaixo e responder: Qual das mulheres é a mais bonita?



A imagem de baixo é da campanha nova da Lança Perfume e devia ser proibida! Em movimento, na TV, essa moça parece um cadáver só de pele e osso andando para lá e para cá em vestidos que pesam mais que ela... E sempre que eu vejo essa propaganda eu penso em meninas adolescentes tentando virar isso aí. E aí, vou da indignação ao pânico puro.

Já a outra senhorita... Que mulherão, einh? ;)


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Conceitos... como não tê-los?

Tem tanta gente "enchendo o saco" para rever conceitos que andei pensando na abrangência do movimento. Parar de comer carne, por exemplo. Uma galera raivosa acha que já deu a estadia no topo da cadeia alimentar. Temos que voltar atrás um passo para deixarmos de ser assassinos. Assassinos? Peralá! Será que eles não estão pegando um pouco pesado demais?
E se a gente fizer um paralelo com ter filhos? Para mim, é tão natural quanto comer carne. Natural, no sentido de faz parte da natureza humana. Somos carnívoros e procriamos como tantos outros animais, para dar continuidade à espécie. Mas enquanto comer carne está quase se tornando um crime, procriar é lindo. Ter filhos é maravilhoso, todo mundo apoia, incentiva e estranho é o ser, principalmente a mulher, que não está a fim de assumir essa responsabilidade. Que é monumental. Mas ninguém parece se dar conta disso.
A vida do boi no matadouro é muito mais importante do que a vida de milhares de crianças que nascem todos os dias de pais ineptos, relapsos, violentos, sem o menor preparo para se responsabilizar (no sentido literal da palavra) durante muitos anos, por uma vida humana. Mães e pais tem "sorte" quando os filhos são bonzinhos ou educadinhos, ou "azar" quando o moleque vira um marginal sem vergonha. Fácil, né? Responsabilidade, necas! Claro que tem campanha para criança não apanhar e não passar fome, mas isso é o extremo da desumanidade. E esse monte de criança mal-educada? Aí não é um problema de verdade.
Conceitos são coisas difíceis de abandonar. Quase impossíveis de mudar, quando estão arraigados há tanto tempo numa consciência coletiva. Muita gente está jogando pedras no vizinho sem avaliar seu próprio quintal. "Ah, mas vou ensinar meu filho a ser humano, não tirar nenhum tipo de vida para o seu prazer." Ok. Está disposto a ensinar a dizer obrigado? Tem forças para se despir de qualquer preconceito que a sua geração aprendeu de sobra para que essa criança aceite como iguais todos os tipos de pessoas? Vai ser um ser humano que respeita autoridade? (ela sempre vai existir em sociedade e tem seus méritos, sim). Ou o resultado vai ser um vegano tão babaquinha quanto tantos outros jovens, que se acham criança índigo, especial, one of a kind, mas não juntam uma meia do chão e acham que seu primeiro emprego tem que ser como CEO?
É... São muitos e muitos anos de responsabilidade. Um trabalho bem grande para colocar mais gente em um mundo que não precisa em absoluto de mais gente. Para aumentar a quantidade da única espécie que é nociva à natureza. Para quê? Para você se sentir completa(o)? Ou porque é natural?
Então, para muita gente comer carne é tão natural quanto. E enquanto muitos lutam pela causa dos animais, muitos outros criam filhos de forma cada vez pior.
Ontem eu estava andando na rua e um pouco à minha frente tinha uma moça num vestido super curto e esvoaçante, meias finas e botas de cano alto. Também à minha frente iam dois rapazes, claramente voltando do almoço para o trabalho. A forma como eles olharam fixamente para a "parte traseira" daquela moça foi muito intensa (ela estava de costas e não viu nada). E essa é uma situação que eu vejo nas ruas todos os dias. E se você pensou "Mas o vestido não era curto? Ela queria chamar a atenção mesmo", você é uma das pessoas que vai criar pessoas que não respeitam as mulheres. Conceito. Um dos mais antigos da humanidade de que os homens são donos das mulheres. Muita gente luta para mudar isso, mas muito mais gente aceita essa condição e, pior, finge que é moderno e que não tem um pingo de machismo na cabeça.
Sei...
Quer um ótimo exemplo prático? Há anos meu noivo tenta me convencer a fazer um processo com as roupas brancas dele para desencardir tudo. Tem que esquentar água, misturar sabão e álcool, deixar de molho, sei lá. Um processo que eu nunca fiz porque minhas roupas não ficam encardidas. Há anos eu digo para ele "que bom que funciona! pode fazer sempre que você quiser". E ele fica me olhando com aquela cara. Na cabeça dele, como eu lavo a roupa, tenho obrigação de cuidar das necessidades especiais das roupas dele. Na minha, eu lavo a roupa dele como eu lavo tudo. Jogo na máquina e sai do jeito que sair. Eu não tenho roupa encardida. Portanto...
O acúmulo das pequenas concessões, para mim, é muito mais nocivo que uma grande causa. Repensar só os conceitos que são desconfortáveis para você, sem pensar no todo, também é bem perigoso. O mundo nunca vai ser um lugar exclusivamente de veganos praticantes de ioga. Mas ele deveria ser, sim, um lugar onde as pessoas abandonaram os preconceitos contra outros seres humanos, onde ninguém se acha no direito de tomar nada de ninguém, e onde se cresce e evolui pelos próprios méritos e curiosidade. Esse, para mim, seria o mundo ideal e muita gente vai dizer que é utopia.
Mas esse também é um conceito que é diferente para cada um de nós.



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Momento político: o que eu entendi até agora.

Desde que as primeiras manifestações aconteceram lá em 2013 que eu tenho a mesma sensação de que tem alguma coisa muito errada nesse processo de "politização" brasileiro. Não vou tecer teorias da conspiração, mas ainda estou em busca de respostas quanto aos interesses nessa grande ruptura social que se instalou no país.
Em 2013, eu comentei muito que faltava foco. "Não foi pelos 20 centavos", mas até agora ninguém sabe por que foi. Se fosse descontentamento com o governo, ele não teria sido reeleito um ano e meio depois. E como as "manifestações" continuam, essa lógica faz algum sentido e aí teríamos que descobrir quais são as verdadeiras demandas. Eu ainda não sei.
Entendo que esse governo tem um lado bom diferente dos outros lados bons a que o povo estava acostumado. O que não significa que eu concorde com essas barbaridades que tanta gente fica martelando sobre uma "elite" podre, preconceituosa, que tem ódio de pobre, que não quer o pobre na faculdade... Faça-me o favor. Isso existe, claro, não sou tão ingênua assim, mas se todo esse mundo de gente que foi às ruas (eu não participei de nenhuma manifestação, que fique claro, realmente ainda não entendi o que está acontecendo o suficiente para ter uma opinião formada) tivesse esse perfil não ia ter manifestação pacífica no domingo, ia ter guerra civil e chacina em favela.
Então alguém está criando essa imagem do "odiador de pobre" como uma coisa comum a qualquer um que não seja beneficiado do Bolsa-Família. Por quê? Quem ganha o quê com esse novo "mapa" do povo brasileiro?
Mídias alternativas como as mídias sociais têm um grande papel nessa mudança de paradigmas. Mas nada me convence que o que está acontecendo é resultado único e direto da estupidez do povo reverberada na rede. E olha que eu não subestimo a estupidez humana nunca! Mas isso me parece um pouco demais. Eu nunca vi tanto ódio gratuito, tanta gente equivocada falando besteira, de uma lado e de outro. Tanta miopia.
A ala que defende a troca de governo se apoia em verdades de televisão, e eu mesma já não sei mais se há qualquer manifestação midiática que possa ser levada a sério como fonte. Tamanha é a minha sensação de que agora todo mundo tem um lado e ninguém está a salvo de influências. Li em algum lugar (e não vou citar fontes exatamente por que não adianta nada) que não há provas concretas em lugar algum de corrupção por parte da presidente no caso da Petrobrás. E que se não houver crime, não há base para impeachment.
Aí a ala que defende o governo fica repetindo gritos de "golpe"! Golpe? Uma parcela enorme do país vai para a rua não uma, mas três vezes, como parte de um golpe? Orquestrado por quem? Podia usar essa competência toda e dar o golpe de dentro mesmo, sem envolver a "elite odiadora de pobre", não? Se a gente avaliar, é tão absurdo que parece roteiro de filme. E aí, uns mais ignorantes fazem a bobagem de disseminar discursos de ódio, machismo, de retorno da ditadura, e está feita a lambança. Todo o esforço para que uma população que viveu quase a vida toda na inércia se movimentar, jogado por água à baixo. Qualquer credibilidade direto pro lixo.
E tome-lhe "esquerdista" postando foto de cartaz escrito errado, adolescente falando absurdo, gente com a camisa do Brasil ignorando o mendigo. Como se a outra ala estivesse fazendo manifestações para arrecadar doações para ajudar os moradores de rua. Pelo contrário, dizem que ainda ganham para vestir a camiseta vermelha.
Quem dizem? Sei lá, não dá para confiar em mais ninguém mesmo.

Continuo entendendo bem pouco do que está acontecendo. Acredito que a presidente foi eleita de forma legal e democrática. Para mim a fraude eleitoral é só mais uma teoria da conspiração que forneceria uma saída fácil. Aí sim, talvez eu acreditasse em golpe.
A única coisa que eu percebo bem, e que me causa muita apreensão é o fato de que todo mundo parece esquecer que somos um povo só. Inclusive os defensores fervorosos do PT, um partido que já foi essencialmente de esquerda, vão na contra-mão de tudo que deveriam pregar. Insistir nessa separação entre "elite" e "pobre" que se relacionam somente através de ódio e preconceito é um desserviço ao progresso nacional. Insistir que naquele mar de gente só tinha elite privilegiada querendo se livrar dos pobres é simplista, maniqueísta ao extremo e estúpido pois exclui (de qualquer lado, diga-se de passagem) uma enorme parcela da população que está sim sofrendo uma crise séria, que está tendo dificuldades em manter seu emprego e sustentar sua família, que não aguenta mais pagar todas as "contas", a do rico e a do pobre, que precisa ser levada em consideração como parte da população brasileira que é. Insistir nesse discurso é fazer exatamente o que a elite do PT está fazendo (ah vah, como se não tivesse elite na "esquerda"), ignorar quem está realmente precisando de uma atitude, precisando que as coisas mudem.

E logo esse povo que nunca botou fé em político nenhum resolveu agora vestir camiseta de partido e defender fervorosamente, com um ódio cego. Então agora ao invés de odiarmos políticos, odiamos uns aos outros. Por quê?


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Experiência X Humildade

Eu sei uma porrada de coisas. Sou culta e inteligente. Mas tenho certeza que não sei mais coisas do que sei, e essa é a afirmação mais importante da minha vida.
De tempos em tempos, nos deparamos com pessoas que passaram por diversas experiências, que acreditam que descobriram verdades incríveis, que desvendaram mistérios. O problema é quando elas afirmam isso o tempo todo.
Eu já tive problemas com minhas opiniões fortes. Sou obstinada e cabeça-dura. Quando cismo que estou certa, é bem difícil me convencer do contrário. O exercício que me proponho, cada vez mais, é tentar reduzir as vezes em que "tenho certeza". Por mais doído que seja, admitir que eu posso estar errada é o melhor caminho para aprender cada vez mais.
E acho que essa atitude falta a muita gente. Imaginar que, sim, você pode estar errado. Imaginar que mesmo que não esteja, sempre existe algo de novo a aprender. E entender sempre, e acima de tudo, que suas experiências servem apenas para você. Ouvi Marilu Beer falar isso uma vez e virou um mantra na minha vida. Muita gente fica enfiando conselho goela abaixo nos outros porque acha que já viveu algo parecido e sabe o que fazer. Sabe. Se acontecer novamente com você mesmo. Mas sua solução pode não servir em absoluto para outra pessoa. Que é diferente de você. Todo mundo é diferente de todo mundo.
Compartilhar experiências é ótimo, e pode ajudar muita gente próxima. Suas "dicas" podem trazer ideias novas, auxiliar na solução de problemas, ser uma luz mesmo. Mas fique na sugestão. Pratique essa humildade. Ela é libertadora.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Um desabafo...

Muita gente no mundo achando que tem opiniões válidas. Muita crítica sem visão do próprio umbigo. Muito equívoco ideológico. Muito absurdo prático. Só eu acho um absurdo a essa altura da evolução da humanidade ainda existir preconceito? De qualquer tipo? Só eu acho que os vegetarianos que ficam agressivamente enchendo o saco dos amigos são completamente birutas em acreditar que vão conseguir acabar com a indústria de alimentos de origem animal? Nessa geração ou nas próximas? Só eu fico completamente indignada com o paternalismo político que está acabando com a economia do país enquanto cada vez mais gente pede esmola na rua? Só eu acho que em tempos de século XXI as religiões já deveriam ter sido completamente abolidas de qualquer âmbito político, inclusive como base para a tomada de qualquer decisão? Só eu tenho pavor dos dogmas e do sabonete antibacteriano na mesma medida? Muito ato falho. Muita falta de caráter. De quem governa e de quem reclama da falta de caráter do governo. Falta menos grito de "juntos pela causa" e mais fazer a sua parte direitinho. Sem desvios. Sem jeitinho. Sem "uma vez só pode". Sem se dar a desculpa que sozinho não se consegue nada. Cada vez mais o futuro está nas atitudes individuais. Porque quem se sente parte de um coletivo "correto", se perdoa nos pequenos desvios (o cara correndo que nem um maluco numa ruazinha de bairro com criança no carro e um adesivo de "jesus me guia", ou o outro que não recicla porque "não tem isso no prédio", mas vai reciclar quando tiver, com certeza). Muita irresponsabilidade. Muita autoindulgência que está deixando as pessoas gordas, descontroladas e podres. Quer lutar por uma causa? Vai lá. Mas tente encontrar quem quer lutar a mesma luta ao invés de ficar tentando convencer quem não quer. Muito egoísmo. Muita ignorância virando arte. Entrando para a "cultura" popular. Atrações super produzidas, com o único objetivo de encher os bolsos de algumas pessoas de dinheiro, tratadas como manifestações de cultura, que aliás não existe mais. Culto virou sinônimo de esnobe. E até a língua está indo por água abaixo para "oportunizar" um falar popularesco. Sem preconceito com o analfabeto, ele pode virar seu presidente. Muita onda, muita moda, muita falta de paciência. Muita falta de decoro e bom senso. Muito pouca elegância. Muito interesse pela desgraça. Interesse demais pela desgraça, pelo sofrimento, pelo infortúnio. Alheio, claro. Kennedy estava certíssimo (deve ter sido por isso que ele morreu) quando disse aos americanos "Não se pergunte o que o país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país". Muita gente que reclama que o país não presta, mas está longe de ser um cidadão decente. Muita ganância. Muito pouca ambição. Muito comodismo. Muita gente que se acha especial. Gente demais que se acha mais importante ou mais certo que os outros. Gente demais.

terça-feira, 16 de junho de 2015

O mundo não é seu espelho.

30 anos atrás a classe média não tinha celular, nem computador, nem telefone sem fio, nem controle remoto. Nunca se viu tanto avanço tecnológico em tão pouco tempo. Muita coisa melhorou, e bastante, mas muitos conceitos de mais de 2 mil anos de idade vão ter que ser revistos para que a nova sociedade, "global" (explico as aspas depois), interconectada, possa funcionar em sua melhor forma.

1. A noção de moral precisa mudar. Urgentemente.
O que há muitas e muitas centenas de anos consideramos moral é amplamente baseado na moral religiosa. Por isso tanto ódio, tanta intolerância, porque as religiões são, em sua maioria, dogmáticas. Trechos da bíblia são citados, como se ela fosse um documento legal que rege a vida de toda a humanidade. Já chegou bem perto disso um dia, mas não é mais. A nova moral deve ser unicamente social, ou seja, o que é contra a lei e o que não é devem ser as únicas regras impostas ao ser social.

2. A mídia precisa se encontrar.
Uma crise gerou a outra. A tecnologia abriu espaço para novos meios de comunicação, o que derrubou a rentabilidade dos meios existentes gerando uma diminuição drástica de recursos e equipes. Esse movimento acabou derrubando também a qualidade do que se publica. Nesse ínterim, esses mesmos meios se "adaptaram" e, passada a fase da reestruturação, perceberam que, para sobreviver, tinham que abraçar também os novos canais. Isso gerou a segunda crise, a de conteúdo. Temos hoje conglomerados atirando material para todo lado com uma qualidade horrorosa. Primeiro, cada meio vai ter que encontrar sua própria identidade e não ficar ecoando o mesmo material (ruim) gerado por uma equipe sobrecarregada. Segundo, equipes muito mais especializadas terão que ser "recriadas" para gerar conteúdo relevante e garantir o lugar de cada tipo de meio (impresso, tv, digital, cabo, mobile etc). Só depois disso tudo pode-se pensar em menos sensacionalismo que, inclusive, tem uma influência gigantesca na resolução do problema 1.

3. A política precisa virar profissão regulamentada, como qualquer outra.
Não é revisando detalhes ou mudando algumas regras de um sistema podre que ele vai mudar. As bases precisam de revisão urgente! Por que qualquer cidadão comum precisa fazer 4 anos de faculdade para ser considerado em posições muito menos importantes? Por que político não é tratado como um trabalhador comum? Por que eles tem qualquer tipo de acesso às regulamentações de seus cargos e salários? Adianta o quê ser um cargo eleito se ninguém mais tem nenhum tipo de influência nas outras características da posição? As exigências precisam aumentar, assim como as responsabilidades. Elas deveriam ser as mesmas sob as quais qualquer cidadão trabalhador vive nas empresas.

4. As pessoas precisam entender a diferença entre informação e opinião.
Não é porque existem canais nos quais qualquer pessoa pode se expressar que o que todo mundo tem a dizer ganhou importância. Se o que uma pessoa diz não é embasado, ou no mínimo bem informado, não passa de opinião. E opinião, cada um tem a sua, sem qualquer obrigatoriedade com a verdade. Isso é fundamental, e não deve nunca ser esquecido. A reverberação de bobagens sem fundamento, repetidas e compartilhadas à exaustão, por pessoas que não se dão ao trabalho de verificar se há qualquer fundamento na "notícia", está emburrecendo o povo cada vez mais. E está transformando as redes sociais em paródias perigosíssimas da vida real.

5. A globalização real está muito distante ainda.
Algo acontece do outro lado do planeta e eu fico sabendo imediatamente. Isso não é exatamente globalização. Temos acesso ao mundo de uma forma nunca antes experimentada e uma das maiores vantagens é não sermos mais vítimas de visões distorcidas de segunda ou terceira mão, por mais bem intencionadas que fossem. Porém, muita gente está acreditando que esse acesso todo significa que se sabe do outro e que estamos ficando todos iguais (ou que deveríamos ficar, pior ainda). Um exemplo claro são "abaixo-assinados" virtuais contra ameaças locais, que rodam o mundo, com gente "aderindo" sem nem saber do que se trata, ou comportamentos culturais dos quais nada se sabe fora da região. Isso quando os documentos são verdadeiros, ou mesmo reais. Ainda há que se entender exatamente o que a globalização está permitindo. É uma chance extraordinária de se conhecer e perceber as inúmeras diferenças entre povos, pessoas e culturas para que se possa respeitá-las cada vez mais.

O mundo não é seu espelho, nem é o espelho.
O mundo é um espelho.




terça-feira, 2 de junho de 2015

The Jenner effect.

Ok, então Bruce virou Caitlyn. E como tudo que bomba nas redes sociais, está entupindo timelines com "contras", "a favor", "sei lá" e "onde o mundo vai parar?"... As reações são bastante adversas e é um pouco difícil não sentir uma certa estranheza afinal, a ex "ele" foi casada com mulheres e tem filhos.
Dito isto, Bruce Jenner faz parte de uma fatia de indivíduos que vai se tornar cada vez mais rara. Não porque os transgêneros diminuirão, aparentemente esses números só aumentam, mas porque as mudanças tão rápidas pelas quais a sociedade está passando nos últimos 20 anos não irão mais criar personagens como ele (ela).
Se lembrarmos que há menos de 50 anos ainda se "tratava" homossexualidade de formas bárbaras, podemos entender o que parece ser um fenômeno LGBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais) como nunca antes visto nos anais (no pun inteded...) da história.
Muito pouca coisa mudou, na verdade. Gays, trans e todas as variações são pessoas que sempre nasceram assim, e continuam nascendo assim. O que vem mudando é a visibilidade, o conhecimento, a tolerância. Essa última ainda precisa de muito ajuste, admito, mas deem um desconto para qualquer geração acima de 40 anos (e mesmo uma fatia grande de gente mais jovem). Esse pessoal foi criado com valores baseados principalmente na moral cristã, e mesmo que fosse outra a religião, elas todas ditavam muito do que se considerava apropriado na vida de qualquer pessoa. Os dogmas, quase todos desfavoráveis a qualquer "desvio" da família tradicional composta de homem, mulher e filhos concebidos no casamento, são parte de quem essas pessoas são, e imagino como seja difícil para elas entender o que está acontecendo.
O que me traz de volta a Jenner. Claro que a transformação causa estranheza. Mas homens e mulheres obrigados a passar a maior parte da vida vivendo uma mentira serão cada vez mais raros, e essa é a parte boa. Nos acostumamos com a versão homem dele e por isso a capa da Vanity Fair parece tão bizarra para a maioria. Jenner só se casou e teve filhos porque a sociedade em que ele cresceu não aceitava outra coisa. Pode ser bem complicado para esses filhos, mas muito em breve não existirão mais filhos passando por esse tipo de situação. Assim como pais e mães de qualquer inclinação estão cada vez mais aptos a entenderem filhos que se percebam gays, trans etc.
Tenho 37 anos e me considero parte de uma geração de transição em tantos aspectos que não sei como consigo manter a sanidade... (hehehehehe). Sou uma das últimas faixas etárias a vir de "não tinha nada" (em casa era telefone e TV, colorida mas sem controle remoto, e só), para tem tudo (telefone, celular, TV à cabo, internet, smartphone, wi-fi, bluetooth, cartão de débito, MP3, 3G, 4G e mais um milhão de coisas). Parece que tudo isso sempre esteve por aí, mas essas mudanças são muito recentes e, mesmo jovem, eu vi a maioria delas surgir e se firmar.
Só para se ter uma ideia, o primeiro cartão de crédito do Brasil foi o Diners que só começou a "circular" em 1968. Já o cartão magnético para contas bancárias é ainda mais novo, foi criado pelo Bradesco em 1981! Antes disso, tinha que ir ao banco sacar dinheiro. Na boca do caixa. Por isso o sistema que mais se usava era o cheque. Eu mesma tive talão antes de ter cartão. E digo mais, eu já estava no ginásio quando a ditadura acabou no Brasil. (a velha! :D)
Estou escrevendo tudo isso porque a intolerância está gerando intolerância do outro lado também. Os "esclarecidos" fulos da vida com os "retrógrados", estão se portando de forma cada vez mais agressiva. E isso nem é uma questão de idade, mas de criação e índole. Valores são formados muito cedo e é bem difícil mudá-los. Por ter tido a chance de optar entre seguir uma religião ou não (optei pelo não) sempre achei quase tudo normal e gosto de pensar que sou uma pessoa sem preconceitos desse tipo. Mas tive os dois exemplos em casa. Minha mãe era mais liberal, sempre frequentou a noite e tinha amigos gays. Meu pai era homofóbico, machista e preconceituoso. Ambos estariam com menos de 65 anos hoje, bem jovens. Também não é questão de inteligência racional, quem tinha o diploma era ele, não ela. É tudo muito mais complicado que isso.
Então, antes de explodir em intolerância com os intolerantes, tente dar uma colher de chá. Aposto que muitos deles estão fazendo uma força danada para entender, e aceitar, o que está acontecendo. Só que não estão fazendo alarde em relação a isso.

terça-feira, 26 de maio de 2015

De Ressaca (Luis Fernando Veríssimo)

"Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde era preciso coragem. As novas gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo.
Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais - as golfadas. Hoje, as bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconseqüentes, literalmente. Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação. A cuba-libre ganhava sempre. Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
Jurava que nunca mais ia beber, mas, antes dos trinta, "nunca mais" dura pouco. Ou então o próximo sábado custava tanto a chegar que parecia mesmo uma eternidade. Não sei o que a cuba-libre fez com meu organismo, mas até hoje quando vejo uma garrafa de rum os dedos do meu pé encolhem.
Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir. Mas no estado em que chegava nem sempre conseguia completar a operação. Às vezes dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.
Por exemplo:
Um cálice de azeite antes de começar a beber - O estômago se revoltava, você ficava doente e desistia de beber.
Tomar um copo de água entre cada copo de bebida - O difícil era manter a regularidade. A certa altura, você começava a misturar a água com a bebida, e em proporções cada vez menores. Depois, passava a pedir um copo de outra bebida entre cada copo de bebida.
Suco de tomate, limão, molho inglês, sal e pimenta - Para ser tomado no dia seguinte, de jejum. Adicionando vodca ficava um bloody-mary, mas isto era para mais tarde um pouco.
Sumo de uma batata, sementes de girassol e folhas de gelatina verde dissolvidas em querosene - Misturava-se tudo num prato pirex forrado com velhos cartões do sabonete Eucalol. Embebia-se um algodão na testa e deitava-se com os pés na direção da ilha de Páscoa. Ficava-se imóvel durante três dias, no fim dos quais o tempo já teria curado a ressaca de qualquer maneira.
Uma cerveja bem gelada na hora de acordar - Por alguma razão o método mais popular.
Canja - Acreditava-se que uma boa canja de galinha de madrugada resolveria qualquer problema. Era preciso especificar que a canja era para tomar. No entanto, muitos mergulhavam o rosto no prato e tinham de ser socorridos às pressas antes do afogamento.
Minha experiência maior era com a cuba-libre, mas conheço outros tipos de ressaca, pelo menos de ouvir falar. Você sabia que o uísque escocês que tomara na noite anterior era paraguaio quando acordava se sentindo como uma harpa guarani. Quando a bebedeira com uísque falsificado era muito grande, você acordava se sentindo como uma harpa guarani e no depósito de instrumentos da boate Catito's em Assunção.
A pior ressaca era de gim.
Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando abria o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma.
Ressaca de martini doce: você ia se levantar da cama e escorria para o chão como óleo. Pior é que você chamava a sua mãe, ela entrava correndo no quarto, escorregava em você e deslocava a bacia.
Ressaca de vinho. Pior era a sede. Você se arrastava até a cozinha, tentava alcançar a garrafa de água e puxava todo o conteúdo da geladeira em cima de você. Era descoberto na manhã seguinte imobilizado por hortigranjeiros e laticínios e mastigando um chuchu para alcançar a umidade. Era deserdado na hora.
Ressaca de cachaça. Você acordava sem saber como, de pé num canto do quarto. Levava meia hora para chegar até a cama porque se esquecera como se caminhava: era pé ante pé ou mão ante mão? Quando conseguia se deitar, tinha a sensação que deixara as duas orelhas e uma clavícula no canto.
Olhava para cima e via que aquela mancha com uma forma vagamente humana no teto finalmente se definira. Era o Peter Pan e estava piscando para você.
Ressaca de licor de ovos. Um dos poucos casos em que a lei brasileira permite a eutanásia.
Ressaca de conhaque. Você acordava lúcido. Tinha, de repente, resposta para todos os enigmas do universo. A chave de tudo estava no seu cérebro. Devia ser por isso que aqueles homenzinhos estavam tentando arrombar a sua caixa craniana. Você sabia que era alucinação, mas por via das dúvidas, quando ouvia falar em dinamite, saltava da cama ligeiro.
Hoje não existe mais isto. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem-dispostas e fazem até piadas a respeito.
De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo.
Estivemos no inferno e voltamos, inteiros.
Um brinde.
E um Engov."

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Etiqueta não é coisa de deus!!!

Vamo lá... Tem coisa mais infeliz, do tipo "quem foi que teve uma ideia de jerico dessas?", do que etiqueta?

Qualquer uma que vem costurada na roupa pinica. Não incomoda, simplesmente. Pinica! O incômodo mais incômodo de todos!!! Aí você vai tirar a danada. Se você corta com a tesoura, só piora a situação, pinica mais ainda. Lá em casa o nome disso é "filhinhos" da etiqueta. Ela vai, mas deixa os filhinhos para fazer o trabalho dela.
Se você resolve tirar na costura, ou leva 10 anos para você conseguir sem estragar a roupa (isso com a ferramenta certa, que é aquela tesourinha minúscula de cortar unha de neném, e na luz certa que é ao ar livre num dia ensolarado antes das 16h), ou você corta junto a roupa novinha...

Etiqueta de colar é outro drama. Colada direto na roupa (o que é bem raro hoje em dia) puxa fio e dá uma deformada quando a gente descola. Isso quando não sobra cola na roupa, aquela melequinha no tecido. Mas quando a etiqueta está colada em plásticos ou outros materiais rígidos, ela nunca mais vai descolar daquela coisa. Tirar o preço do DVD que você vai dar de presente? Sem chance! Melhor mergulhar a embalagem toda em tinta preta. E etiqueta de copo? Aquela bem pequena no fundo? Ou etiqueta de vidro de condimento que você quer tirar para usar o vidro limpinho depois? Tem que amolecer na água, esfregar e quando a esponja de louça tira tudo do vidro aonde foi parar a etiqueta? Colada na esponja!!! Todos os seus pedacinhos amolecidos, de um jeito que toda a sua louça terá resquícios de cola por um bom tempo. E tenta tirar para você ver. Duas semanas depois ainda tem tequinho colado no fundo da pia. Mas a pior de todas é a etiqueta no tuperware. O plástico é mais poroso, sei lá, o bicho já tá amarelo pelos anos de uso e o restinho da etiqueta tá lá na parte de baixo, firme, forte e cinza! Mas tá lá...

Ainda no tópico "etiquetas autocolantes" já tentou imprimir etiqueta numa jato de tinta comum? Já? Usando o "código" no word? Já? Já?

Então nem preciso falar nada...

Por último, agora que eu tenho loja de roupa e preciso colocar minhas tags em tudo que chega (a tag é a etiqueta de papel cartão que fica presa por aqueles plastiquinhos que a gente tenta arrancar quando chega em casa e estraga a roupa, ou machuca os dedos, e aí resolve pegar a tesoura), e posso dizer que elas não são melhores. A tag em si não incomoda muito (enrosca no tricot e puxa fio toda hora, mas só se a gente não for cuidadoso). Mas os plastiquinhos... Aquela pistola de colocar tag + plastiquinho na roupa é a coisa mais temperamental que inventaram! Só funciona quando quer e como quer. É mais temperamental que a minha gata! E ai de você se não tomar cuidado, a agulha daquela coisa te fura o dedo grandão. Porque ela é enorme. Machuca. Sangra, sabe? Para amenizar estou usando plastiquinho auto encaixável. Há!

O Wi-Fi vai acabar livrando a gente dos fios (amém nóis tudo!). Mas quem há de nos livrar das etiquetas?





sexta-feira, 8 de maio de 2015

Ser mãe...

Em vésperas de dias das mães, sempre acabo me lembrando da minha, e da relação difícil que tivemos. Apesar de não ser má pessoa, minha mãe maltratou quase todos aqueles que a amavam. À sua maneira, ela acreditava em coisas que eram extremamente nocivas para essas pessoas. E ela levou a vida assim, minando todos os seus relacionamentos, até sua morte extremamente prematura, de câncer. Minha mãe tinha 53 anos.
Convivi com ela quase 30, e muito aprendi sobre a natureza das relações humanas. Eu não gostava da minha mãe. Foram mais de 20 anos e dois terapeutas para eu chegar a essa conclusão. Eu não gostava da minha mãe como pessoa. E aprendi também que isso é perfeitamente normal. Muita gente me olha com "aquela" cara quando eu falo isso, mas infelizmente, minha mãe era um ser social como todos nós e eu, como outro ser social, com minhas crenças e preferências, não tenho obrigação nenhuma de gostar de ninguém.

"Mas é sua mãe!"

E daí? Estando do lado de cá de uma relação mãe e filha bem complexa, eu falo para todas as minha amigas que estão tendo filhos: cuide dele, mas cuide da relação de vocês mais que tudo. Essa criança não tem obrigação nenhuma de te amar, não importa quantas horas de parto você passou. Essa escolha foi sua, não dela.
Pode parecer estranho, duro ou frio, mas muita mãe por aí - que está loucamente espalhando mensagens bonitinhas e engraçadinhas para que ninguém esqueça que elas têm direito ao seu lugar no panteão das "santas" -  não sabem o que estão fazendo, criam filhos de forma egoísta e vão ter grandes problemas lá na frente. Porque se esquecem que se tornaram mães para satisfazer um desejo pessoal, e que ninguém deve nada a elas por causa disso.
Carinho se ensina, empatia se conquista, até gratidão pode ser cultivada. O relacionamento que você vai ter com seu filho, nunca se esqueça, depende primeiro de você. E mais importante que as decisões sobre o tipo de fralda ou leite do bebê, as mulheres precisam se preocupar em ser uma mãe generosa, não com dinheiro, mas com afeto e ideias, com criatividade e paciência, com companheirismo. Ser mãe, a partir do momento que o serzinho sai da barriga, não é ser nada como os cartões bonitinhos pregam por aí. Ser mãe é aprender todo dia a ser a melhor pessoa possível para aquela outra pessoa que não pediu para nascer. Você optou por colocar no mundo.

Não sou mãe. E quando falo qualquer coisa sobre esse tipo de assunto, sempre levo o tradicional "espera você ser mãe para você ver"... Não precisa. Sou filha não sou? Ou só é válido o ponto de vista da mãe? Porque quando se tornou mãe a mulher recebeu uma carga "divina" de sabedoria? Porque agora ela faz parte de uma outra parcela da população feminina? Porque agora ela é melhor?

Não, né?

sábado, 11 de abril de 2015

Gilmore Girls

Tudo bem que é das antigas, já acabou faz teeeempo, mas esse é mais um motivo para conhecer a série, e comprar o box todo que está muito mais barato agora! Hehehehehe.
Gilmore Girls parte de uma premissa muito simples: moça rica engravida ainda adolescente, foge da casa dos pais, faz a vida sozinha e quando precisa colocar a filha adolescente num colégio particular deve recorrer a esses pais para garantir a educação de primeira.
O que fez a série uma das melhores do seu gênero, na minha opinião, foi a química entre as três gerações de mulheres Gilmore (as Gilmore Girls) e o modo incomum de escrita de seus roteiros. A criadora, Amy Sherman-Palladino, criou um padrão de 1/3 a mais de páginas de roteiro por episódio do que qualquer outra série. Isso resultou em diálogos rapidíssimos e garantiu um ritmo que nenhum outro programa tinha.



As referências à arte e cultura populares são uma constante nos diálogos e quem gosta desse tipo de coisa fica simplesmente hipnotizado. Filmes e música são assuntos sagrados na série e a dinâmica entre os diversos personagens de uma minúscula cidade americana é impagável. Nesse caldeirão ainda pode-se juntar personagens ultra pitorescos como a professora de dança (ex dançarina e cantora de cabaré) obesa, o esquisito da cidade que tem um monte de empregos e sofre de terrores noturnos, o administrador da cidade, uma espécie de prefeito que vive criando leis malucas, e participações especiais de figuras como Sebastian Bach e Sherilyn Fenn, e aí está uma série que já nasceu cult.

Gilmore Girls é sobre mulheres. Mulheres fortes e todos os perrengues pelos quais elas (nós?) têm que passar. Como todas as séries, tem seus altos e baixos, mas jamais perde sua doçura, ou senso de humor. Incrível do começo ao fim!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Cada um com seu cada qual, né não?

Ontem eu assisti uma palestra sobre atendimento ao cliente. E foi bastante instrutivo no sentido de entender cada vez mais como as pessoas ainda não saíram do milênio passado. Foi uma hora de conceitos empresariais prontos, que todo mundo já ouviu um milhão de vezes e "sacadas" mais velhas que minha avó.

Opa! Todo mundo?

Comecei, ainda no meio da palestra, a pensar que não servia para mim em absoluto, mas que poderia muito bem estar servindo para outras pessoas no grupo, era um grupo muito grande composto por todas as camadas do varejo, do atendente ao gerente/proprietário.

O pecado então, nem foi da palestrante. Ela estava cumprindo o que foi pedido dela. Foi da organização que colocou todo esse povo num mesmo balaio, não para fazer com que aprendam a trabalhar juntos, mas para repetir conceitos básicos e ideias batidas.

E depois fica todo mundo se perguntando porque o pessoal não comparece, já que a palestra está sendo oferecida de forma gratuita. Passei por esse tipo de situação muitas vezes na vida. Você se vê obrigado a passar por um "treinamento" de tudo que você já sabe.

Aí eu me lembro da primeira vez que entrei numa escola de inglês. Eu falei para a pessoa das matrículas: "Quero começar do zero, não sei nada". E ela: "mas tem que fazer o teste de nivelamento". "Eu quero começar do começo". "Não posso te matricular sem o teste".

Resultado? Comecei meu curso no nível 4. E ela ainda me disse: "Viu? Você ia morrer de tédio e largar o curso se começasse no Básico 1". Ela que estava certa...