quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

1 ano e meio depois...

É engraçado como a escrita é implacável e indelével. A gente coloca as coisas no papel, ou no caso desse blog, na tela, e aquilo se torna parte do que você um dia foi. Há o direito de mudar de idéia? Claro! Mas não sem o risco de se parecer louco ou contraditório.
O lado bom disso tudo é o registro das dores e alegrias. Você relembra o que passava então, e consegue perceber como as coisas mudaram, como tudo está melhor, ou pior, e tem uma poderosa ferramenta de autoavaliação.
Há um ano e meio atrás eu estava saindo de uma grande depressão e, temerária de que tudo pudesse ruir novamente, não tinha nem coragem de dizer que estava me sentindo melhor, ou que as coisas estavam melhores para mim.
Mas elas melhoraram, e melhoraram muito. Saí da depressão, me apaixonei e fui correspondida, consegui trocar de emprego, o que eu realmente estava precisando, e desatei diversos nós na minha vida. A relação com minha família hoje é melhor. Muitos fantasmas foram expulsos. Os pesadelos ainda continuam e eu preciso descobrir porque isso acontece, mas uma coisa de cada vez...
Algumas coisas ainda incomodam, mas eu mesma sempre disse que a conta nunca fecha, e eu acredito nisso. A alegria da imperfeição, porém, é bem mais interessante de ser vivida. E resolvi que preciso do contato com minhas próprias imperfeições e com meu próprio caminho para me entender melhor.
Escrevo por profissão e acabo me esquecendo de escrever para mim. Uma amiga (que não está realmente falando comigo no momento, mas estou lutando para resolver isso), sofreu uma grande decepção e começou um blog. Nele, postou uma matéria sobre as qualidades terapêuticas da escrita, de se manter um diário, coisa que eu fiz por anos a fio e acabei, infelizmente, abandonando.

"Take me for what I am, who I was meant to be..."