sexta-feira, 23 de setembro de 2011

LIBERDADE...

Fiquei anos a fio tentando entender o que era a tão falada "liberdade".
Hoje creio que saiba o que é esta maravilhosa experiência de, mesmo com muita responsabilidade, fazer o que quiser! Andar sem rumo. Pegar um carro e viajar para lugares conhecidos ou desconhecidos, viver a vida, leva-la em suas mãos. E vou dizer que para isso não precisamos de muito dinheiro não (o que demorei bastante para entender também). As vezes é apenas uma questão de organização de tempo. Ai sim me pego em pecado, pois meus projetos estão se concretizando agora, quase aos 50, e agora sim posso me organizar e priorizar as coisas realmente importantes para mim, como pessoa única.
Já estou planejando uma viajem para o sul matar saudades de minha querida amiga e sobrinha, também de minha prima irmã, ambas moram em meu coração, quem sabe, no fim do ano Europa, mais precisamente Itália! E esta é uma promessa que fiz pra mim mesma: "Não morro antes de fazer esta viagem! Itália..."
Entendem, isso é liberdade, pois na ponta do lápis essas viagens e o restante que ando tentando fazer como diversão nem são tão caros, também coordenar trabalho menos exaustivo X trabalho mais rentável, também não é tarefa tão impossível assim, estou quase lá!
Desde que resolvi não ter mais carro, tenho me sentido muito mais livre, por exemplo, saio do trabalho e resolvo se volto pra casa, se visito algum amigo ou se vou encontrar algum amigo em um bar e tudo isso de condução, ou na pior das hipóteses de táxi.
No aspecto economia, essas despesas são infinitamente menores do que manter um carro full time, fora o não stress de dirigir na nossa megalópole São Paulo.
E caminhar então, com os calçados certos, passear pela rua, realmente vendo as vitrines e tudo de bom que o bairro e a cidade oferecem é muito bom.
As pessoas podem pensar que a minha visão de liberdade é minimalista, que sem MUITO dinheiro nem vale a penas ser livre, ENGANAM-SE, a liberdade financeira é boa, mas a liberdade de escolhas é melhor ainda...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cadê a cultura das pessoas?

Com muito tempo entre hoje (uma segunda-feira, meio típico...) e a última vez que eu parei para escrever, serei obrigada a expressar ideias sem muita relação umas com as outras. Bare with me.
Uma das coisas que ando martelando comigo mesma é a necessidade que as pessoas parecem ter de saber tudo o tempo todo. Não fomos ensinados que qualquer coisa em excesso é ruim? Porque temos que consumir informação desenfreadamente e sermos julgados com um olhar de desdém quando admitimos que não vimos o acidente na televisão ou o vexame do político no noticiário?
Eu que sou jornalista sofro ainda mais com isso. Imagina jornalista que não gosta de assistir jornal, nem ler o danado porque o papel suja a mão? Eu até sou bem-informada, acompanho muita coisa pela internet, mas tenho paúra da necessidade de saber tudo o tempo todo.
O que aconteceu com o ser humano culto? O que aconteceu com ser culto? Os livros de auto-ajuda e best sellers adolescentes realmente tomaram o lugar de todo o mundo de coisas maravilhosas que (ainda) estão disponíveis nas livrarias? Tudo bem, já tem geração que não gosta do livro de papel... Lê no Ipad, no Kindle, no celular, não interessa, mas lê. Porque a falta de cultura, assim como a falta de repertório (e muito pouco da informação cotidiana realmente se transforma em repertório) são responsáveis por pessoas rasas, que não conseguem se emocionar com a beleza de uma música, não conseguem entender um bom filme de arte e nunca vão evoluir mais do que a novela, o Faustão, o Didi e o Zorra Total.
Acho engraçado como tanta gente está lutando bravamente para aderir às novas ondas de vida saudável e não consegue perceber que a saúde do intelecto está seriamente ameaçada. A nutricionista manda a gente cortar de vez as porcarias que não acrescentam nada à saúde do corpo, e comer todo o resto na maior variedade possível. Quanto mais colorido e variado o prato do dia a dia, mais nutrientes e vitaminas estaremos recebendo, e os resultados aparecem a curto, longo e médio prazo.
Com a cabeça é a mesma coisa. Livros, vídeos, filmes, música, lugares, pessoas, tudo acrescenta para um bom nível cultural. Contanto que as porcarias sejam esquecidas e consumidas cada vez menos. Consumidas apenas como referência, ou “só para poder falar mal”, como eu gosto de dizer.
Com o tempo passando cada vez mais rápido, minha angústia com a pressa só aumenta. E o que eu acho que foge às pessoas loucas por informação é que enquanto elas se atualizam com 259 novos “fatos”, outro milhões estão acontecendo no mundo. Muitos bem mais interessantes. E elas nunca vão conseguir ver tudo. Então porque não selecionar? Afinal, a informação passa. O que fica e faz diferença é a cultura adquirida.

No fim, nada de ideias diferentes. Pelo jeito essa está realmente me incomodando...

“Small minds are concerned with the extraordinary, great minds with the ordinary.” (Pascal)