quinta-feira, 18 de julho de 2013

Órfã aos 33. Meu pai.

Papito, como eu o chamava, bebia muito, desde sempre. E isso foi criando nele uma depressão química e perene, que piorava a cada ano. Ele falava em se cuidar mas nunca fez exercícios físicos ou maneirou na bebida. O resultado foi a morte dele, súbita e muito injusta, porque ele pegou uma bactéria no coração e o corpo dele não teve forças para lutar contra a doença.
Esse homem tinha muitos defeitos, mas suas qualidades como uma pessoa íntegra, competente e generosa eram fenomenais. Meu pai não era muito carinhoso, tinha dificuldades nessa área. Mas amava muito a mim e ao meu irmão. Por conta de todo o trabalho dele, ficamos em uma posição bastante segura quando ele se foi e serei eternamente grata a ele por isso.

Também não deixarei de sentir saudades. Nunca mais.

Busquei ajuda psicológica e psiquiátrica e estou melhor. O desespero se foi, a depressão já não ameaça me engolir inteira e estou começando a me mover de novo. Essa foi a pior perda da minha vida, principalmente porque jamais imaginei que aos 33 eu seria órfã. Mas sei que tenho todas as ferramentas para viver a minha vida, ficar bem e cada vez melhor. E é isso que pretendo fazer.
Quanto aos que se foram, sempre farão falta, e sempre pensarei neles com muito carinho.

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