quinta-feira, 20 de junho de 2013

Órfã aos 33. Minha avó.

Chorei muito a morte da minha mãe. Ela tinha apenas 53 anos e chorei por tudo que ela perdeu a oportunidade de experimentar na vida, todos os sonhos que ela não realizou. Ninguém deve ir tão cedo. A sensação foi muito estranha e durou um longo tempo.
Dois anos depois a mãe de meu pai, que já estava com 92 anos, foi internada com problemas respiratórios. Também não resistiu muito. Algumas semanas, eu acho. Como moro longe não tenho muita certeza.
Essa morte foi mais natural para mim, afinal, vovó Cecília já estava bem idosa e simplesmente cansou. Era algo que meio que esperávamos mesmo.
Mas foi extremamente duro para o meu pai que cuidou muito dela a vida inteira. Meu avô paterno morreu em 1977 e meu tio mais velho sempre morou no sul. Assim, meu pai era a pessoa para quem minha vó recorria para tudo. Nunca vou me esquecer dos domingos sagrados na casa da vovó. Ou para o almoço, ou uma visita no fim do dia.
Quando mudei para Curitiba, sugeri que ele mudasse a vovó da casa antiga que ela vivia para o apartamento que eu estava morando em São Paulo, que tínhamos acabado de reformar. Ela morou lá dois anos, bem em frente ao prédio do meu pai. Isso fez com que a convivência deles se tornasse quase diária, e o golpe foi bem duro para ele.
De repente meu pai se viu sem os filhos e sem a mãe para cuidar. Eu vim para Curitiba em 2007. Minha mãe faleceu em 2008. Meu irmão casou em 2009 e minha vó faleceu em 2010. Sem contar que meu pai não tinha nenhum relacionamento afetivo na época. Tudo isso foi demais para ele e meu pai ficou ainda mais deprimido.

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