quinta-feira, 3 de março de 2011

A presidenta e a ambiência

Faz tempo que não uso esse espaço só para reclamar. Mas estou começando a ficar de bode com o povo chamando a Dilma de presidenta. Aí uma colega minha me revela que era facultativo, e que a própria optou por isso. Não me conformo.
Tenho uma antipatia especial por neologismos. E essa antipatia vira uma espécie de fúria quando o danado vai parar nos dicionários, o que hoje leva uns seis meses de boca do povo para acontecer. Não posso mais usar personalizado. Agora tudo é customizado. Impressão? Não... print. Tive uma chefe que brifava as pessoas. Briefing virou verbo! Oportunidade também. Quantas vezes lhe foram oportunizadas vantagens, benefícios, oportunidades? Como eu sempre digo, quero morrer de catapora!
Outro dia estava entrevistando uma pessoa. E descobri que não fazemos mais a ambientação de um espaço, o que por si só já é um termo mais que subjetivo. Agora se faz ambiência. E se nem meu editor de texto nesse momento acusou com a minhoquinha vermelha que a palavra não existe, vai aparecer no dicionário semana que vem, é só esperar. Se é que já não está.
O português é uma língua tão bonita, tão rica, tão cheia de possibilidades. Para quê inventar mais palavra? Vai aprender a falar direito primeiro, o que aliás, é privilégio de poucos.

É por isso que eu estou aprendendo alemão.

„Du hast mich gefragt und ich hab nichts gesagt“

Nenhum comentário:

Postar um comentário