quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Equilíbrio?

Essa semana saiu uma notícia sobre a suspensão da decisão da Kodak de não fabricar mais película, a pedido de diversos diretores de cinema. E esse é só mais um indício de que a humanidade vai ter que se acostumar a um pequeno equilíbrio, que deve ir acontecendo devagar, em algumas searas, mas já pode ser sentido se a gente prestar bastante atenção.
Por que tantos diretores famosos não querem ver o filme desaparecer? Porque enquanto houver arte no mundo nenhum meio vai mais desaparecer. Todas as previsões de "desaparecimento", desde a invenção da TV, se provaram mais que equivocadas. O livro está aí, o jornal impresso também, a foto em filme ainda é um meio de arte e nem o rádio foi eliminado das ondas invisíveis.
Se por um lado, todo meio continuará tendo espaço através da arte, por outro lado, meios que antes já foram plataformas de fortunas imensas vão sobreviver apenas como isso mesmo: arte.
O que realmente acontece é apenas o desaparecimento do exagero. Vai ficar cada vez mais difícil ficar milionário. Cada vez mais difícil enriquecer de repente com um golpe de sorte na internet. Cada vez mais difícil ter uma grande sacada que vai criar o seu império sozinha. A construção de fortunas como sempre conhecemos não funciona mais, nem mesmo nos moldes tão contemporâneos que criaram o fenômeno Facebook.
As modas e fissuras duram cada vez menos. Comércio e indústria precisam cada vez mais aceitar o fato de que a margem de lucro tem que diminuir para que o negócio continua funcionando. O cliente deve ser cativado e mantido, e não ludibriado. Muito em breve, nenhum sucesso justificará um cachê de 1 milhão de dólares por episódio, ou salários igualmente nababescos para atletas (e isso meu falecido pai já dizia).
Quem disse que o rádio morreu, ganhava fortunas com ele até a TV aparecer. Assim como os jornais impressos antes da internet, e as lojas antes do comércio virtual. Todo mundo está um pouco para baixo porque as fatias terão que diminuir para alguns a fim de chegar em outros. E, daqui de onde eu estou, parece que isso já vem acontecendo gradativamente.

O que não é uma má notícia. Pelo menos eu acho que não.

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