quinta-feira, 16 de junho de 2011

PERDAS ...

Fui para Ubatuba, Litoral Norte de SP, na semana passada e fiquei uma semana, resolvendo alguns problemas e fazendo o que mais gosto nesta época do ano: tomar sol de inverno caminhando a beira mar! Estava simplesmente um espetáculo! Quase me esqueci que stou desempregada, sem dinheiro algum, com um curriculum super valorizado, porém que não está me servindo de nada!

Quando caminho na praia sozinha aproveito para refletir mais profundamente na vida e em seus acontecimentos, as vezes até bizarros...

Bizarrices à parte, me veio a mente as perdas que sofremos durante a vida e que, teimosamente, por mais que tentemos segurar, como areia fina e seca escapam pelas nossas mãos e acabamos perdendo...

A mais trágica foi a morte de meu pai. Uma semana antes de seu infarto fulminante, percebi os sintomas, falei com meu médico, cedi minha consulta pra ele, mas ele não quis ir brigando comigo e dizendo que estava com gripe. Essa foi punk! Me culpei por anos. Assim perdi meu pai.

Depois dessa foi o marido que não morreu, mas nos separamos e hoje nem meu amigo não é mais. Sei lá o que a vida fez com ele que o transformou numa pessoa totalmente diferente daquela que se casou comigo. Vai saber né? Assim perdi meu marido e um dos meus melhores amigos.

Depois foi minha irmã mais velha, que era minha ídola, minha heroína de infância, aquela que eu protegia com unhas e dentes do meu pai "déspota" das décadas de 60 e 70. Com o casamento dela esta jovenzinha aqui, que na época tinha 16 anos, foi morar com o casal um ano depois, um pouco antes da minha sobrinha mais velha nascer eu já estava lá e fiquei, creio que mais uns três meses depois. Com o passar dos anos as divergências entre nós foram ficando muito, mas muito constantes e cada vez mais sérias, assim, infelizmente, mesmo antes dela falecer a gente já tinha se perdido, nosso contato era apenas em ocasiões sociais em que as duas deveriam estar e o clima era o politicamente correto, nada mais. Assim perdi minha irmã.

E assim, vamos perdendo um amigo aqui, um namorado ali, e nem sempre o motivo é "morte matada ou morrida", simplesmente não conseguimos segurar determinados relacionamentos por eles terem que seguir seus próprios caminhos, nada podemos fazer.

A sorte é que para cada perda surgem novos relacionamentos que nunca são iguais aos que perdemos (quem poderia preencher o vazio deixado por uma irmã que era nossa companheira inseparável, mesmo que ela nem gostasse tanto da idéia, pois eu era 8 anos mais nova!), novos amigos, novos amores e assim por diante.

Também temos as separações físicas, daquelas pessoas queridas que são nossas amigas, não temos brigas nem desavenças muito sérias, porém estão distantes por circunstâncias da vida.

É o caso de duas pessoas muito minhas queridas: uma prima irmã que conviveu comigo praticamente toda a nossa infância e adolência, até a gente se casar e minha sobrinha mais velha, que vi nascer e com o passar dos anos se transformou naquela quase substituta da minha irmã, pois nos tranfarmamos em companheironas de joranada. Olha o que a vida nos prepara: com o passar dos anos tanto a prima, como a sobrinha foram "levadas" para o sul do país (Sta. Catarina e Paraná) e, então, houve esta perda de contato físico constante, pois o psiquico, não se enganem, quando o relacionamento é tão profundo quanto esses dois nunca, mais nunquinha a gente perde.

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