sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Para onde estamos indo?

Estava falando com uma amiga um dia desses sobre os rumos da humanidade (bem profundo) e como, na minha concepção, estamos piorando ao invés de melhorar. No começo, quando a internet começou a criar um conhecimento globalizado, eu imaginei que isso faria com que a consciência das pessoas se expandisse. Porque é cada vez mais difícil alegar ignorância certo? Quase todo mundo tem o Google na palma da mão, não tem?
Então por que a coisa só piora? Por que as pessoas falam cada vez pior, escrevem cada vez pior, disseminam bobagens e absurdos com cada vez mais convicção se leva 30 segundos e 100 gramas de bom senso para perceber que algo não é verdade? Será que estamos passando pelo processo inverso? Antes não tinha informação, tínhamos que passar uns para os outros (pais, escolas, amigos, livros) e todos eram responsáveis. Agora tem demais, todo mundo sabe tudo e ninguém sabe nada porque dá preguiça de descobrir o que é real?

E mais... Já repararam como está surgindo uma cultura do desapego? Sem trocadilho ou brincadeiras com o site de vendas, o sensacionalismo cria bestas que não se importam com mais nada, e até a ficção entrou na onda de matar o personagem mais popular. Até pouco tempo atrás isso não se fazia de jeito nenhum! O público abandonava a série ou novela e nunca mais voltava. Agora o truque é "ninguém está salvo" e personagens com os quais o público se identifica são os mais propensos a morrer. E todo mundo acha fodástico isso (pardon my french). Não estou de forma alguma culpando a indústria do entretenimento, muito pelo contrário, essa desculpa é mais velha que andar para a frente, mas é um indício. Um indício de que ninguém se importa com mais nada e que o "lado negro" é cada vez o mais atraente.

Considero minha geração, dos nascidos até 1980, a última a ter aprendido moral de verdade, respeito de verdade, noção de hierarquia. Pessoas 4 ou 5 anos mais novas já receberam outro tipo de educação e são chamadas de geração Y. Pouco tempo, que fez muita diferença. Algumas coisas para bem, outras para o mal.

O que eu vejo são pessoas cada vez mais descontroladas, sem noções básicas de nada, nem de gramática e ortografia, correndo para ser o próximo milionário da internet, ou a próxima blogueira mais it do planeta, custe o que custar. Vejo crianças pequenas que não têm o menor pudor em fazer o que querem, porque não têm medo de decepcionar os pais (que aliás, estão aterrorizados com a possibilidade de decepcionarem os filhos no seu papel de pais). Vejo pessoas se apegando aos bichos e plantas como se não houvesse amanhã. Claro, esses "seres" são desprovidos de maldade, ao contrário de nossos pares. Aí fica uma galera fazendo todo mundo se sentir mal por tudo. Pessoas que se esquecem que preferências alimentares são decisões totalmente pessoais e que caridade é um talento, tem gente que não tem.

Isso ressalta ainda mais um ponto importantíssimo: a liberdade total e irrestrita de expressão nos canais digitais criou mais um tipo de besta, a besta da opinião. Todo mundo agora acha que tem uma opinião valiosa, que por isso deve ser disseminada e que por isso vai mudar a opinião das outras pessoas.

Honestamente, quando foi a última vez que você mudou de opinião por causa de um post no Facebook?

E mesmo com tantas mudanças bem radicais, ainda vejo mulheres repetindo a tentativa hercúlea (e centenária) de ser tudo para a família e o trabalho, sendo nada para elas mesmas como consequência, homens que ainda acham possível o machismo e gente que ainda tira de algum lugar desculpas para si mesma para justificar preconceito e intolerância.

É de uma esquizofrenia tão grande que eu fico muito aliviada em saber que não vou durar mais 100 anos. Talvez nem mais 50. Ufa!




Nenhum comentário:

Postar um comentário