terça-feira, 5 de abril de 2011

E a sexta-feira?

Minha mãe eterna, deuses da natureza, vocês estavam bem bravos sexta-feira, não?
Eu não fui direto do trabalho para a estrada? Linda, indo para praia que nem curitibano? Tomei o maior toró da vida e a chuva de granizo mais furiosa que eu já vi. Dentro do carro. A caminho da estrada.
Estava indo buscar o namorido no trabalho, que é bem na estrada para a praia mesmo, nada mais natural, certo? 17h10 virou noite. 17h20 um tsunami caiu do céu, e aí começaram as pedras. O barulho no carro era ensurdecedor. As árvores já estavam despencando aqui e ali. E eu não tinha lugar para parar, o melhor mesmo era ficar no comboio de coitados que, como eu, foram pegos na fúria da natureza, e seguir.
É engraçado como a cabeça da gente funciona nessas horas. Eu estava nervosa, preocupada. Mas meus pensamentos se intercalavam entre "meu vidro da frente vai explodir na minha cara e aí já era", e "coitado do meu carro, deve estar parecendo casca de laranja (para não dizer outra coisa... huá)".
Às 17h33, mais ou menos, o inferno se desmanchou, caía uma chuvinha normal e eu cheguei na Renault. O namorido até sugeriu voltarmos para casa mas, depois de tudo aquilo, eu só ia seguir em frente. E depois, voltar para casa àquela hora, naquele estado, ia ser mais demorado que descer pro litoral.
Às 19h30 eu estava com o pé na areia.

"All that I need, baby, it's true. The sand on my feet and you"

Um comentário:

  1. Nada melhor, depois de um stress desses, por o pé na areia!!!! Que delícia. Sei bem do que vc está falando...

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